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Interior

“Vereador meia tigela”: ameaça de 5 anos atrás barra candidatura à prefeito

Branco Billy disputava o cargo em Dois Irmãos do Buriti, mas responde na Justiça por uma discussão de 2019

Por Kamila Alcântara | 30/08/2024 18:08
Candidato a prefeito de Dois Irmãos do Buriti, Branco Billy (PSB) (Foto: Reprodução Instagram)
Candidato a prefeito de Dois Irmãos do Buriti, Branco Billy (PSB) (Foto: Reprodução Instagram)

O TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul), nesta sexta-feira (30), indeferiu a candidatura de Carlos Alberto Serafim dos Santos, o Branco Billy (PSB), à Prefeitura de Dois Irmãos do Buriti. O município a 116 km de Campo Grande, agora, só tem um candidato a prefeito.

Conforme a decisão do juiz eleitoral Luciano Pedro Beladelli, o candidato não pode concorrer ao pleito municipal por não preencher todas as condições de elegibilidade, já que ele responde criminalmente na Justiça. Branco Billy nem chegou a apresentar as certidões de “nada consta” criminais e eleitorais ao registrar candidatura.

“No caso concreto, verifica-se que o impugnado não preencheu a condição de elegibilidade relativa ao pleno gozo dos direitos políticos, situação que o impede de ser candidato, haja vista que possui condenação criminal transitada em julgado (...). Com efeito, o impugnado foi condenado pela prática do crime de ameaça”, apresenta o documento.

Briga na Câmara - A reportagem do Campo Grande News teve acesso ao processo de ameaça contra Branco Billy. O caso aconteceu durante uma sessão na Câmara dos Vereadores na noite do dia 5 de novembro de 2019, na época, ele ocupava o cargo de secretário municipal de Saúde.

Segundo o boletim de ocorrência, o vereador Jauri Hoff Miranda, "O Gringo", na época filiado ao MDB, usava o poder de fala na tribuna quando o então secretário de Saúde interrompeu aos gritos. Ele dizia para o parlamentar “termina aí, que eu termino com você aqui, vereador de meia tigela, vereador de bosta, barrela”.

Juari registrou a denúncia de ameaça e injúria, dias depois, na Delegacia de Polícia Civil do município. Porém, o denunciante foi preso no dia 8 daquele mês, portando um revólver calibre 11, com cinco munições ainda não usadas.

Outro lado - Em entrevista ao Campo Grande News, o advogado Teodoro Nepomuceno Neto, que representa o Branco no processo da Justiça Eleitoral, diz que já está trabalhando para suspender os efeitos da sentença por ameaça.

“Nós já estamos manejando o recurso, encaminharemos todos os documentos que estão no Tribunal de Justiça dessa ação de revisional criminal. Vamos pedir, pelo menos, que seja deferida a candidatura do Branco é sub-judice. Eu acredito que o Tribunal, tendo um bom senso, vai acolher vai definir essa liminar", defende.

Teodoro continua dizendo que "dentro do princípio da proporcionalidade e isso aí vai causar muito mais prejuízo para ele do que efetivamente uma resposta à sociedade do problema que houve, onde na verdade ele nem é réu. Ele deveria ser, naquele processo, sim vítima de ameaça do outro cara”, completa.

Como fica a campanha? - Para o único adversário no pleito de 2024, Wlademir Volk (MDB), que concorre à reeleição, o trabalho continua. “Não foi a nossa campanha que moveu essa impugnação, foi o próprio Ministério Público Eleitoral. Sabíamos que existia o histórico da briga, mas não imaginávamos que resultaria em algo tão sério, tanto que tínhamos expectativas com a disputa. Imagino que, se ele não conseguir concorrer, o partido vai usar do direito e indicar outro nome. Então, nosso trabalho continua normal”, acredita Wlademir.

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