Vereadores pedem laudo sobre qualidade de hortaliças e agricultores protestam
Um requerimento apresentado nesta semana na Câmara de Vereadores, solicitando laudos sobre a qualidade da água usada na produção de hortaliças, revoltou agricultores do cinturão verde de Naviraí, cidade a 366 km de Campo Grande. Representantes das famílias que residem nos 34 lotes do projeto implantado no entorno do presídio de segurança máxima em 2005 reclamam dos vereadores Márcio André Scarlassara (PTdoB) e Antônio Carlos Kleim (PDT), que apresentaram requerimento solicitando análises laboratoriais para comprovar a qualidade da água e das hortaliças produzidas no local.
Os vereadores justificam que a solicitação é por causa de uma lagoa de decantação que recebe o esgoto da penitenciária. Márcio Scarlassara disse que os laudos são necessários, pois existe risco de contaminação da água e por consequência das hortaliças devido à proximidade da lagoa de decantação das áreas de produção das hortaliças. Já os produtores afirmam que a água usada na produção vem de poços artesianos e não haveria risco de contaminação.
Os pequenos agricultores temem ter seus produtos rejeitados pela comunidade. “Nosso prejuízo pode ser imenso porque a população fica em dúvida devido a afirmações de que demonstra não ter conhecimento do que acontece aqui”, afirmou Aparecido de Jesus Carvalho, presidente da associação de produtores.
Outro produtor, Cícero de Souza, verduras para sustentar a família e diz que seria importante que as pessoas fossem conhecer de perto o cinturão verde. “Temos todo o cuidado necessário e a certeza de que nossa produção é de qualidade. Muitas pessoas vêm comprar aqui mesmo, porque sabem como trabalhamos”, afirmou.
Também pequeno agricultor do cinturão verde, Gleison Carlos dos Santos garante que a produção é consumida inclusive pelas pessoas que moram no local. “Uma leviandade dessa só nos prejudica. Temos filhos para tratar, vivemos do nosso trabalho e uma acusação assim nos deixa muito preocupados”.
“A água que irriga os canteiros são de poços artesianos. Nós é que queremos que haja uma analise, porém é leviano afirmar que nossa produção pode estar contaminada”, disse Thiago Moreira dos Santos.
