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Cidades

Lama Asfáltica e tráfico lideram apreensão de R$ 337 milhões pela PF

Balanço mostra 115 operações entre janeiro e dezembro de Mato Grosso do Sul

Aline dos Santos | 08/01/2018 14:27
Segundo Mazzotti, 2017 foi ano de grande operações no Estado.  (Foto: André Bittar)
Segundo Mazzotti, 2017 foi ano de grande operações no Estado. (Foto: André Bittar)

Maior ofensiva contra a corrupção, as últimas duas fase da Lama Asfáltica respondem por 77% dos R$ 336 milhões em bens e dinheiro bloqueados ou apreendidos pela PF (Polícia Federal) durante o ano de 2017 em Mato Grosso do Sul. De acordo com o superintendente em exercício, delegado Cleo Mazzotti, o valor inclui dinheiro em espécie, veículos apreendidos, imóveis sequestrados e valores em conta corrente.

“Foram operações muito grandes. Teve aumento bem significativo, de 100% em relação aos bens apreendidos em 2016”, afirma. Realizadas em maio e novembro, as etapas Máquinas de Lama e Papiros de Lama correspondem a R$ 260 milhões.

A Lama Asfáltica investiga desvio de dinheiro na gestão do ex-governador André Puccinelli (PMDB), envolvendo obras, compra de livros e incentivos fiscais.

Na sequência, as 44 operações contra o tráfico de drogas resultaram em valores de R$ 27,1 milhões. Do total, 29% foi recolhido na operação “All In”, que mirou um dos produtos mais rentáveis no mercado do crime: a cocaína. A ação foi realizada em 28 de março de 2017 e apreendeu R$ 8,1 milhões.

A quadrilha realizava o transporte aéreo de entorpecentes da Bolívia até o interior do Paraná, por meio de uma pista de pouso em Corumbá, a 419 km de Campo Grande. As drogas seguiam, então, de caminhão para Estados do Sul e Sudeste do País, onde eram distribuídas. 

Para lavar o dinheiro do tráfico, eram utilizados nomes de terceiros em contas bancárias. O grupo é liderado por Gerson Palermo, que sequestrou um avião em 2000 e comandou a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) em Mato Grosso do Sul. A operação aprendeu 811 quilos de cocaína. 

Em seguida, as maiores cifras são de duas operações que apreenderam, cada uma, R$ 5 milhões. A “Subzero” foi deflagrada em 29 de junho, com mandados de prisão em Dourados, Ponta Porã e interior de São Paulo. Foram contabilizadas uma tonelada de maconha e 686 quilos de cocaína. 

No mês de novembro, a operação DNA desarticulou uma quadrilha, chefiada por membros de uma mesma família, acusada de comandar um esquema de envio de maconha para quatro Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná. Os policiais apreenderam 6,6 toneladas de maconha.

Aeronaves eram utilizadas no tráfico de cocaína: esquema desarticulado na operação "All In". (Foto: Divulgação/PF)
Aeronaves eram utilizadas no tráfico de cocaína: esquema desarticulado na operação "All In". (Foto: Divulgação/PF)

Labirinto e ouro – Segundo Mazzotti, na área de crime fazendário, a Labirinto de Creta resultou na apreensão/sequestro do valor de R$ 7 milhões. Realizada em julho do ano passado, a operação também se destacou pelo luxo das apreensões: dois Porsches, televisão avaliada em R$ 89 mil e uma adega que vale R$ 700 mil. Dentro de uma Bíblia, foram encontradas dezenas de cédulas de R$ 50.

A Labirinto de Creta investigou esquema em que eram abertas empresas para burlar o Fisco. Na área de crimes financeiros, a operação Ouro de Ofir totalizou R$ 2,5 milhões. A ação investiga golpe que teria feito 25 mil vítimas.

Balanço – Em 2017, a Polícia Federal fez 115 operações, com apreensão de 111 toneladas de maconha e 15 toneladas de cocaína. A PF tem unidades em Campo Grande, Corumbá, Dourados, Naviraí, Ponta Porã e Três Lagoas.

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