MP investiga contaminação de rios de destino turístico com agrotóxico
Área de preservação foi desmatada para plantação de soja e milho
Na época em que os rios da cidade de Bonito pediram socorro, mais uma denúncia de dano ambiental entrou na mira do MPMS (Ministério Publico de Mato Grosso do Sul). Inquérito foi instaurado para investigar do uso de agrotóxico que estaria contaminando os recursos hídricos da região.
Conforme o MP, no dia 30 de setembro de 2018, a Polícia Militar Ambiental realizou vistoria na Fazenda Anhumas, próxima à Gruta do Lago Azul, e constatou que a APP (Área de Preservação Permanente) da propriedade foi destruída. As matas ciliares, uma nascente e um córrego, perderam espaço para plantações de soja e milho.
Ainda conforme a investigação, o agrotóxico, utilizado para controlar as pragas que atacam as plantações, também está contaminando os rios da região. Segundo o inquérito, o veneno é aplicado praticamente dentro de valetas que escoem as águas contaminadas para outros recursos hídricos da região.
Após a vistoria, a proprietária da fazenda autuada em em R$ 28,8 mil, além de ser notificada para apresentar um Prada (Plano de Recuperação da Área Degradada). O Campo Grande News tentou contato com a dona da fazenda por telefone, mas as chamadas não foram atendidas.
Rios de lama - Em novembro do ano passado, os rios da Prata e Formoso ficaram totalmente irreconhecíveis após chuvaradas, o que é reflexo do desmatamento das matas ciliares. Elas servem como um meio de impermeabilização da água da chuva. Sem essa ‘camada’ de proteção, a água escorre junto com o barro para as águas cristalinas.