MS lidera ranking de mulheres vítimas de violência atendidas pelo SUS
Mato Grosso do Sul tem a maior taxa de mulheres vítimas de violência sexual, física ou psicológica que buscam por atendimento em unidades do SUS (Sistema Único de Saúde). Ocupando o primeiro lugar no ranking dos estados, por aqui, 37,4 mulheres a cada 10 mil habitantes integram as estatísticas. No Acre, segundo estado com maior atendimento, o índice é de 25,5.
A informação é do estudo Mapa da Violência 2015 – Homicídio de mulheres no Brasil, de Julio Jacobo Waiselfisz. Os dados são do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), foram coletados em 2014 e divulgadas hoje pelo Estadão.
A taxa de atendimento a homens vítimas de violência em Mato Grosso do Sul também é a maior do país, mas bem menor do que a registrada entre as mulheres: são 22,6 por 10 mil habitantes.
Violência - Os atendimentos a mulheres vítimas de violência sexual, física ou psicológica chegam a 147.961 por ano em todo o país, e a cada quatro minutos, uma mulher dá entrada no SUS. De acordo com o estudo, a maior procura por atendimento está na faixa etária dos 12 aos 17 anos.
No levantamento feito sobre os agressores, entre adolescentes de 12 a 17 anos os principais responsáveis são os pais (26,5%) e parceiro ou ex-parceiros (23,2%). Entre 1 a 11 anos, 82% das crianças do sexo feminino são agredidas pelos pais. Em idosas, 34,9% dos agressores são os filhos.
O tipo de violência mais frequente contra as vítimas é o físico, responsável por 48,7% dos atendimentos e incidência maior na fase jovem e adulta da mulher, chegando a quase 60%. Violência psicológica é a segunda, com 23% em todas as etapas. A violência sexual é a terceira maior (11,9%), com mais incidências em crianças de até 11 anos. Ainda de acordo com o estudo, 71,9% das violências acontecem dentro de casa, e apenas 15,9% ocorrem na rua.
Segundo o documento, a violência contra a mulher é mais sistemática e repetitiva do que contra homens, se acentuando na fase adulta e idosa. Em seu trabalho, Waiselfisz afirma que "esse nível de recorrência da violência deveria ter gerado mecanismos de prevenção, o que não parece ter acontecido".