Nunca é tarde para enxergar: Caravana atende moradores de asilo
A segunda-feira cinzenta foi especial para 30 idosos do Asilo São João Bosco, que saíram da rotina nesta tarde para participar da maratona de exames na Caravana da Saúde em Campo Grande. Para muitos, o exame de oftalmologia vai ajudar a ver a vida com mais detalhes, mais nítida, além de possibilitar a leitura, tão complicada para quem precisa de uma cirurgia de catarata.
Por volta das 14 horas, o grupo desembarcou do ônibus no Centro de Convenções Albano Franco e foram recepcionados pela primeira-dama do Estado, Fátima Azambuja, e a vice-governadora, Rose Modesto. A maioria em cadeiras de roda, os idosos receberam atendimento preferencial. “Somos muito gratos pela oportunidade, pois muitos deles não tem muito tempo para ficar na fila de espera”, comentou a enfermeira responsável pelo Asilo São João Bosco, Mônica Silveira.
Segundo ela, os idosos recebem atendimento no asilo, porém seguem a fila normal do SUS (Sistema Único de Saúde). Na maioria das vezes, têm que aguardar meses ou anos para uma consulta de especialista e até mesmo fazer uma cirurgia.
Hoje, as 16 mulheres e 14 homens passaram primeiro pelos exames da oftalmologia, mas alguns também estavam programados para consulta com urologista e outras especialidades. Pelos menos cinco deles, ao final dos exames iniciais, já estavam com indicação para cirurgia de catarata.
Um dos médicos que fez a consulta do grupo informou que alguns já tinham feito cirurgias, uns sem a necessidade de ser operados e outros com indicação de intervenção cirúrgica.
Como foi o caso do José Sebastião de Brito, 65 anos, que estava ansioso, mas também demonstrava pouco de “medo” de fazer a cirurgia de catarata. A filha, Ivonete Benites de Brito, 29 anos, estava na companhia do pai e dando “coragem” a ele para encarar os exames e também a cirurgia. “Fiz questão de vir e estar ao lado dele. Só tenho ele e meu filho pequeno. Essa é minha família”, revelou, indicando o garotinho de cerca de três anos sentado em uma cadeira próxima.
José de Brito é um dos poucos idosos que recebe a visita de familiar. Ivonete disse que ficou sete anos morando fora de Campo Grande e quando voltou o encontrou no Asilo. “Como lá é muito bem tratado, acho melhor para ele. Mas não saio de perto”, comentou.
Antonio Francisco de Souza, 82 anos, era outro que estava feliz com o fato de estar realizando exames para poder enxergar melhor. “Sei ler um pouquinho, mas gostaria de aprender ainda mais. Para isso, tenho que melhorar minhas vistas. Aí vou poder ler revistinhas e livros”, contou ele, todo animado no meio daquele monte de gente que circula no espaço da Caravana.
Conversando com um e com outro, a primeira-dama disse estar impressionada com a transformação que a Caravana da Saúde é capaz de promover nas pessoas. “Estamos na 11ª edição e até hoje fico emocionada conversando com as pessoas, principalmente com os idosos. Fico muito feliz em ver que o governo conseguiu fazer o atendimento mais humano e trazer o bem estar às pessoas”, destacou ela, ao lado da vice-governadora Rose Modesto.
Modesto lembrou que os idosos do Asilo São Bosco estão dentro do público-alvo da Caravana e, por isso, foram convidados para realizarem os diversos exames, especialmente os da oftalmologia. A vice-governadora explicou que muitos seriam atendidos no local mas, posteriormente, os profissionais também iriam até ao lar deles para dar continuidade ao atendimento.
Rose Modesto destacou que o governo estava fazendo o que a sociedade solicitou na campanha eleitoral. “78% respondeu a nós que a prioridade era a saúde e é isso que estamos fazendo”, ressaltou. A vice-governadora garantiu que o hospital do Trauma, na Capital, e os hospitais de Dourados e Três Lagoas são outras prioridades do governo, que devem ser entregues até o final do mandato.
A vice-governadora revelou ainda que está previsto a construção de um anexo ao Hospital Regional Rosa Pedrossian, na Capital. “Dessa forma esperamos acabar com essa fila por falta de vagas no estado”, observou.