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Cidades

Preso por sumiço de filho de Fahd Jamil, político tinha escolta particular

Aline dos Santos | 02/05/2012 12:46

Segurança era feita por quatro homens; dois foram levados para delegacia

Ao ser preso na investigação sobre o desaparecimento de Daniel Alvarez Georges, filho do empresário Fahd Jamil, o político Cláudio Rodrigues tinha uma escolta particular.

Dos quatro homens, dois saíram do local. Os outros dois foram levados para a delegacia de Polícia Civil de Ponta Porã, enquanto a documentação foi encaminhada à PF (Polícia Federal), a quem compete fiscalizar os serviços de vigilância privada.

O mandado de prisão temporária contra Cláudio, que é empresário e presidente afastado do PCdoB, foi expedido pela Justiça de Campo Grande a pedido da DEH (Delegacia Especializada de Crimes de Homicídios), que investiga o sumiço de Daniel. Conhecido como o rei da fronteira, Fahd Jamil se livrou, recentemente, de condenações por tráfico e lavagem de dinheiro.

Em Ponta Porã, corre a notícia de que o preso também seria o mandante da execução do jornalista Paulo Rocaro, além de ligação com a morte do policial militar César Santos Magalhães, ambos assassinados na avenida Brasil, centro da cidade. Contudo, a polícia nega relação entre os casos.

De acordo com o delegado Odorico Ribeiro de Mendonça, responsável pelo Caso Rocaro, não há, por enquanto, relação entre os crimes. A investigação sobre a morte do jornalista agora corre sob segredo de Justiça.

Rocaro foi baleado na noite de 12 de fevereiro por uma dupla de motocicleta. Ele conduzia um Fiat Idea e sofreu a emboscada na avenida Brasil. O jornalista chegou a ser socorrido, mas morreu na madrugada do dia seguinte.

Ex-policial, o jornalista era editor-chefe do Jornal da Praça e diretor do site Mercosul News. Em 2002, publicou o livro “A Tempestade – Quando o crime assume a lei para manter a ordem”. A obra fala de pistolagem e da conivência policial num território dominado pelo tráfico.

Já o policial militar foi executado com 14 tiros no dia 14 de abril. Conforme a investigação policial, a morte dele não tem relação com a atuação profissional. O último trabalho do policial foi na Unei (Unidade Educacional de Internação) de Ponta Porã. Foi ventilado que ele era do serviço reservado e investigava a morte do jornalista.

Sumiço – O desaparecimento de Daniel Alvarez Georges, de 44 anos, foi comunicado pela família à Polícia Civil. Ele foi visto pela última vez no dia 3 de maio de 2011, no Shopping Campo Grande. Daniel estava em liberdade desde 29 de março do ano passado, quando teve a prisão relaxada pela justiça paulista por excesso de prazo.

Ele foi preso em agosto de 2010, em São Paulo, pela Denarc (Departamento de Investigações Sobre Narcóticos), após combinar encontro no Shopping Iguatemi.

Em 2002, Daniel Georges foi preso por tráfico de drogas ao desembarcar no Aeroporto Internacional de São Paulo, vindo da Colômbia. Conforme reportagem do site do jornal O Estado de São Paulo, ele detalhou à polícia que a cocaína vendida pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) vinha de avião até Mato Grosso do Sul. Deixada em pistas de fazendas, a droga era é embarcada em caminhões para São Paulo e depois mandada para o exterior

Os telefonemas gravados pela polícia com autorização da justiça revelavam negócios do traficante com Fernandinho Beira-Mar e ligações com espanhóis, italianos, colombianos e porto-riquenhos moradores em Madri, na Sicília (Itália) e nos Estados Unidos. Na ocasião, Daniel disse aos investigadores que quando há necessidade de discutir pessoalmente os negócios prefere os lugares movimentados.

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