Sem remédios, Santa Casa não tem dinheiro para pagar 13º dos funcionários
Com uma dívida milionária com fornecedores, a Santa Casa de Campo Grande não tem dinheiro para pagar a primeira parcela do 13º salário dos funcionários, conforme informou o diretor-presidente Wilson Teslenco hoje (21), durante coletiva de imprensa.
Atualmente a Santa Casa deve R$ 9 milhões aos fornecedores, com isso, o hospital está com o estoque baixo de produtos básicos e alguns medicamentos já estão em falta. Teslenco disse que já comunicou a Prefeitura de Campo Grande, o Ministério Público e a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), sobre o comprometimento do atendimento devido a falta desses produtos e medicamentos.
A prefeitura precisa repassar para o hospital o valor de R$ 15,6 milhões, com isso seria possível quitar a dívidas com os fornecedores e a diferença seria usada para pagar prestadores de serviços e uma parcela do 13° salário.
“A primeira parcela não foi paga, o hospital tem feito um esforço muito grande para tentar obter os recursos para isso, parte dessa dívida que é inclui recursos que serão usados para o pagamento do 13º, por isso podemos afirmar que o pagamento não está garantido. Estamos buscando uma solução para garantir o direito desses funcionários e o risco de greve é constante”, comenta.
“Estamos negociando o pagamento e tentando fazer empréstimos com bancos para garantir esse pagamento para os funcionários”, diz ele que acrescenta ainda que a folha de pagamento soma R$ 12 milhões.
A prefeitura deve ao hospital R$ 15,6 milhões e ficou de liberar parte deste montante na última sexta-feira (20), porém esse valor não foi repassado. Na segunda-feira (23), o prefeito Alcides Bernal deve ir até o Ministério Público informar que está em dia com a Santa Casa, já que fez o repasse de forma integral no mês de outubro.
Desde junho que a prefeitura não vem pagando integralmente o repasse para a Santa Casa. Apenas no mês de outubro esse repasse foi feito de maneira integral, quando a Santa Casa recebeu R$ 19,801 milhões, porém a despesa mensal do hospital é de R$ 21 milhões. “A Santa Casa está no limite e sem perspectiva de receber no futuramente”.
“A população tem que cobrar de seus gestores que eles se posicionem com relação a sociedade, pois a saúde é prioritária e a estão tratando de uma maneira tanto quanto irresponsável”, afirma.
Nos meses de julho, agosto e setembro, a prefeitura fez o repasse porém não foi feito de forma integral. “O prefeito Alcides Bernal disse que em sua gestão não haveria atrasos, e o restante desses valores não foram pagos nos outros meses, com isso a dívida se acumulou”, conta ele que afirma ainda que o valor total da dívida equivale a um mês de receita da Santa Casa.
Devido a instabilidade do pagamento, já que em alguns meses a prefeitura repassa o valor integral e em outros faz o repasse atrasado, só fez com que a dívida crescesse. “Isso significa que ao longo da semana as cirurgias eletivas foram afetadas pela falta de material e devem ser suspensa e outros serviços poderão ser suspensos, a partir de segunda-feira.