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Em Pauta

2023 será um ano de "vacas magras" na economia brasileira

Mário Sérgio Lorenzetto | 27/08/2022 08:44
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Pouco, muito pouco importa quem vencerá as eleições, as projeções para a economia nacional podem ser sitiadas entre "ruim" ou "péssima". Não há no horizonte nenhum céu de brigadeiro, pelo contrário, só se veem nuvens plúmbeas. O primeiro, e fundamental, número é do PIB. Tanto o mercado quanto o governo preveem um deficit nominal perto de 8% para o próximo ano. Os petistas nada dizem sobre essa projeção, só falam em aumentar ainda mais as despesas. O deficit nominal do PIB é o resultado de receitas menos despesas, incluindo os juros. Para ser exato, neste momento, o Banco Central prevê deficit de 7,7%.


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R$ 250 bilhões de aumento da dívida pública.

Nos últimos doze meses, encerrados em maio, dado mais recente do Banco Central, teríamos, até o fim deste ano, algo em torno de R$250 bilhões de aumento da dívida pública. É necessário reconhecer e lembrar que tanto o mercado quanto o governo tem errado nessas projeções, mas são erros pequenos. Não mudam o itinerário das finanças.


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Enorme incerteza da política fiscal de 2023.

Esses dados mostram uma imensa deterioração da economia. Mas, para quem trabalha com dados e projeções, nada é pior que a enorme incerteza da política fiscal que o país adotará em 2023. Para começar, o orçamento que será enviado ao Congresso está com um resultado negativo de R$ 65 bilhões. E esse péssimo número não considera prováveis medidas como a continuidade do Auxílio Brasil de R$ 600 e nem a correção da tabela do imposto de renda, que pode aumentar ainda mais o rombo.


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Funcionalismo, precatórios e dívidas não pagas pelos Estados.

O gasto com pessoal deverá estar no orçamento em torno de R$ 10 bilhões. Mas ninguém em Brasília acredita nele. A pressão por aumentos é muito superior a esse número. A pauta dos precatórios também pode acabar, especialmente se o STF invalidar a PEC do governo que permitiu "pedalar" essa despesa ou se o PT vencer. Também há a questão federativa. Está bem mal arrumada. Vários Estados estão conseguindo na justiça deixar de pagar suas dívidas. Para finalizar, pelo lado das receitas, as notícias também não são boas. As commodities começaram a cair no mercado nacional e elas vinham ajudando bastante as contas públicas. Feliz 2024!

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