A explosão do preço do leite e quais municípios o produzem
O preço do leite para os supermercados disparou em 2022, chegando a custar mais de R$ 4. Isso significava 25% maior do que em 2021. É o maior preço pago pelos supermercadistas desde de toda a série histórica, iniciada em 2005. É óbvio que o preço pago pelos donos de supermercados é muito menor que o pago pelos consumidores. Em torno da metade. Para consumidores do Mato Grosso do Sul, chegou a barbarizar no interior do Estado, na casa dos R$ 10 . Na capital, gira entre R$ 7 e R$ 8.
Entressafra, alta do dólar e inflação.
Todos os anos a elevação do preço de leite se repete. Entre julho e agosto é sagrado, o preço do leite aumenta. O problema é muito antigo: a entressafra, período em que há menos pastagens para as vacas. Mas a disparada do preço neste 2022 também deve ser creditada à abusiva alta do dólar, e à inflação descontrolada (mundial).
Fatores climáticos.
Nada ajuda. Neste ano, as lavouras de soja e de milho enfrentam estiagem. Milho e soja são alimentos das vacas. Também é ano de Lá Niña, em vigor no Oceano Pacífico, que altera substancialmente os padrões climáticos no Brasil. Nosso maior produtor, Minas Gerais, vem enfrentando chuvas torrenciais.
Quais municípios garantem a produção de leite?
O Estado de Minas Gerais é responsável por 27% do leite brasileiro. As cidades de colonização holandesa do Paraná se destacam entre as maiores produtoras. No total, o país produz uma média de 3,5 milhões de litros de leite. Das 100 cidades que mais produzem leite, 40 estão em Minas Gerais. Somente as cidades sul-mato-grossenses fronteiriças com o Paraná e São Paulo demonstram alguma força produtiva de leite ou de vacas leiteiras. A exceção fica por conta de São Gabriel do Oeste que luta para desenvolver um polo laticínio. No passado, Terenos entrou nessa luta, chegando a ter um laticínio de médio porte.