A primeira drag queen que concorrerá ao Oscar
Ele veste-se com roupas extravagantes de mulher e imita voz e trejeitos tipicamente femininos. Faltam mais de dois meses para que vejamos as estrelas pisarem no tapete mais famoso do mundo, o vermelho do Dolby Theatre. Não sabemos quem serão os concorrentes. Os favoritos sairão do Globo de Ouro.
Mas, desta vez, o Oscar começou muito antes do mês de fevereiro. A Academia acaba de aprovar a candidatura de Kelly Mantle, uma conhecida cantora, atriz de variedades e participante do "reality" RuPaul: rainhas do drag. Ela concorrerá tanto na categoria masculina como feminina. É a primeira vez que a Academia permite a alguém concorrer com dupla participação.
Mantle interpreta uma prostituta transgênero no filme "Confessions of a Humanizer" (Confissões de um Mulherengo), uma atuação aplaudida pela crítica de cinema norte americana e entendida como "espetacular". O filme conseguiu dois prêmios no Festival de Cinema de Los Angeles. O problema de como concorrer ao Oscar, começou com os produtores do filme. Não sabiam se inscreveriam Mantle como homem ou mulher. Finalmente, resolveram solicitar a inscrição como homem e como mulher.
Mantle afirmou que se sentia honrada com a consideração. O entendimento dos críticos de cinema é de que Mantle não tem condições de ganhar o Oscar, mas sua mera participação é uma mudança nas atitudes da Academia e um êxito para a comunidade LGBT. Os tempos mudaram.
O século XX acabou com as velhas utopias
As velhas utopias só existem nas universidades brasileiras e em grupos de cozinha. O mundo perdeu a fé nelas. Hitler, Stálin, Mao, Pol Pot, Fidel, Mussolini... Todos chegaram ao poder dizendo a mesma coisa. Chegaram dizendo que iam fazer as coisas muito melhor, mas primeiro tinham que... Sempre havia um "primeiro temos que", e isso implicava em matar muita gente. Nunca chegava a parte boa do que propunham. Todavia, uma nova utopia floresce. São as ecoutopias. Propostas de uma vida mais verde. Por outro lado, mantenham um olho em Elon Musk (jovem empresário norte-americano).
"Odeio ser mãe. As crianças custam uma fortuna". A nova polêmica
Finalmente surgiu alguém que trouxesse uma verdade à tona. A hipocrisia foi derretida pela francesa Corinne Maier que lançou um livro que está vendendo muito em toda a Europa. Seu " No Kids: 40 Good Reasons Not To Haven Children" (algo como "Sem crianças: 40 boas razões para não ter filhos") levantou a polêmica mais quente do inverno europeu.
"É assustador pensar em quantos somos! O planeta Terra têm uma população estimada de 7,5 bilhões de pessoas. Em 2100, seremos 11 bilhões. Como o planeta alimentará a todos?" Maier polemiza ainda mais. "Vivemos em uma sociedade obsessiva por crianças. Um filho é considerado uma garantia de felicidade, um desenvolvimento social e até um status social". "Indivíduos que não têm filhos são descritos como egoístas e cidadãos de segunda classe". São trechos de seu pensamento.
Essa é a verdade para uma Europa que envelhece a cada ano. O nascimento de uma criança europeia é saudado com fogos de artifício. Os casais, quando resolvem ter filhos, são mais velhos a cada década. Aproximam-se dos 40 anos atualmente. Maier apenas escreveu o que vê nas ruas. Uma Europa abarrotada de velhos e sem criança alguma. E que, no momento, está tomando o rumo da mais imbecil xenofobia. Sem crianças e sem estrangeiros. Um mundo em profunda crise que não conhece o diagnóstico correto da doença chamada "crônico egoísmo". A verdade deles é: "o mundo é para mim, exclusivamente. E para ninguém mais, nem mesmo para uma família".
Maier procura dados econômicos para desenvolver sua tese. Afirma que crianças custam uma fortuna. "Na Espanha, por exemplo, as crianças custam entre 90 mil euros e 300 mil euros cada, segundo uma organização de consumidores". É provável que Maier se aproxime da verdade quando debate as despesas que temos com os filhos.
Mas, mesmo nesse quesito ela falha. Essa é uma perspectiva familiar de curto ou médio prazo. As despesas com os filhos tem hora para findar. A perspectiva de um município, país ou do mundo é exatamente o inverso do argumento da francesa. Há centenas de cidades europeias que são fantasmas pela ausência de crianças e jovens, estão prestes a desaparecer. O país com mais idosos no mundo é o Japão. Seu governo está tomando todas as providências imagináveis para resolver a dramática realidade. Incentivam de todas as formas o nascimento de filhos. O argumento de Maier é válido para metrópoles com populações gigantescas, mas esse é um problema de oferta de trabalho e de moradia, não de filhos. Mas a francesa incendiou o debate, tirou um pensamento de muitos do fundo do abismo.
As mães mais incríveis da natureza
A natureza das mães é um dos melhores casos de solidariedade e altruísmo. Chegam ao ponto de se suicidar em prol de seus filhos. A fêmea de um polvo - "Graneledone boreopacifica" - protege seus ovos durante 53 meses (o período de incubação mais longo registrado). Possibilitando o crescimento dos filhos, aumentam as chances de serem devorados por predadores. Assim que os ovos eclodem, a mãe-polvo morre exausta. Outras mães dão um passo além. São comidas pelas crias. "Diaea ergandros", uma espécie de aranha, provisiona suas crias com a própria carne. As crias comem a mãe e crescem mais fortes e maiores. As mães, por seus filhos, matam e se deixam matar.