Ainda há ritos desconhecidos sobre como é feita a escolha dos ministros do STF
Como é feita a escolha dos membros do STF.
Os depoimentos do projeto História Oral do Supremo, da Fundação Getúlio Vargas, jogam luz sobre um poder que, a despeito da preponderância sobre a vida nacional, ainda tem ritos, em grande parte, desconhecidos, como o da escolha dos seus ministros.
Todos os cinco ministros que compõem a última rodada de entrevistados da FGV pertencem a uma geração em que a militância em um partido era um batismo da vida pública. Todos tiveram militância partidária pregressa. Três deles iniciaram a vida pública na UDN - Néri da Silveira, Célio Borja e Carlos Velloso. Um surgiu no MDB - Nelson Jobim e o quinto - Eros Grau - militou no PCB.
Dos cinco, Nelson Jobim é o único que assume ter feito campanha pelo cargo. Ele relata uma passagem esclarecedora. Quando de uma visita ao Tribunal Constitucional Alemão (o congênere do STF) junto com o ministro Sidney Sanches, que então era o presidente do STF, ouviu do presidente daquela corte que, naquele ano, seria a vez do Partido Liberal indicar um ministro para a vaga prestes a ser aberta. A um Sanches aturdido e estupefato, o seu colega alemão explicou, com simplicidade: "Nós vivemos em uma democracia de partidos". Jobim conclui em seu depoimento que o Brasil encobre com um véu o que é cristalino: as indicações dos ministros do STF são e sempre foram políticas.
A morte da alegria de viver.
A tragédia de Paris é sem precedentes. Os terroristas não assassinaram somente pessoas; tentaram matar a alegria de viver. Paris, desde há muito tempo, é mais que uma cidade, é uma festa. Os extremistas desejam nos proibir de ouvir música, de acompanhar uma partida de futebol, ou de apreciar uma boa comida em um restaurante e de conviver com os amigos nos bares.
A cegueira da inteligência brasileira.
A maior cegueira dos pensadores brasileiros é o velho conceito de classe social. As classes são estruturadas a partir de sua renda. Essa ideia vale muito pouco, é arcaica e rasa. Não basta conhecer os rendimentos de uma pessoa para antecipar seu comportamento, como estudam, agem ou organizam suas vidas. O exemplo clássico é o do professor universitário que ganha R$ 10 mil e o peão da fábrica de automóveis que tem renda semelhante. É mínima a probabilidade de que essas pessoas tenham comportamento semelhante, de que lidem na família do mesmo modo, tenham estilos de vida semelhantes, com padrões de consumo e de lazer semelhantes, uma concepção de vida semelhante. Os pensadores não querem ter o trabalho de verificar o tipo de educação, de socialização familiar e escolar e debatem apenas a classe social por renda.
A outra cegueira da inteligência brasileira é a de não compreender essa imensa maioria de excluídos e trabalhadores pouco qualificados e que não são sindicalizados ou associados. Quem compreendeu essas pessoas humilhadas e abandonadas, que compõem a massa do povo brasileiro, foram as religiões pentecostais, que supriram o vazio ao afirmar: "Você não é um lixo, é um sujeito importante, Jesus olha por você". A cegueira de todo o economicismo, de entender o Brasil apenas pela ótica econômica, está na ausência da compreensão da autoconfiança. Para os economicistas, se for pobre, será um bandido em potencial, mas com os anos de prosperidade econômica brasileira, o banditismo cresceu imensamente. Se for pobre, cairá no álcool e no crack, mas os ricos também estão no álcool e na droga. Alguém tem de dizer e fazer com que esse sujeito mereça respeito e estima. Alguém tem de dizer que ele não nasceu para isso. Alguém tem de convencê-los a estudar. São fatores que podem ser mais importantes que o dinheiro. Foi isso que foi dito e feito com a famosa "nova classe média" e ela se tornou autoconfiante.
O novo projeto da Amazon de livraria física.
Uma loja, aberta há pouco, é o mais novo projeto-piloto da maior varejista de livros on-line do mundo. É uma loja tamanho médio e fica em Seattle, a cidade que valida, ou não, novas ideias (a própria Amazon nasceu nessa cidade, ao lado da Microsoft, Starbucks e Boeing). A maior novidade está na exposição dos livros. Eles são exibidos de frente, em vez de mostrar a lombada, para que o consumidor veja a capa do livro, que vem acompanhado de uma etiqueta, preta escrita em branco, com dados sobre a obra. O fato de a maior varejista on-line do mundo ter decidido investir em um espaço onde as pessoas podem entrar e sentir o toque macio do papel e o cheiro de um livro novo na mão, acende a esperança de que esse projeto-piloto dê frutos.
A erva-mate faz parte da história do Mato Grosso do Sul, só da história.
Os primeiros documentos relativos à nossa história mostram guaranis reclamando da vida difícil que levavam em meio às culturas nativas de erva-mate. Séculos após séculos essa cultura ocupou espaços importantes e nossa economia. Mas desapareceu. Segundo o IBGE, a produção de erva-mate apresentou o maior crescimento entre os produtos do extrativismo com quase 333 mil toneladas ela ocorre em apenas três Estados. O maior produtor é o Paraná responsável por mais de 86% da colheita nacional, seguido por Santa Catarina e pelo Rio Grande do Sul. Para nós, resta consumir a erva em guampas de tererés.