Após os 60 anos, o risco de morte dobra a cada oito anos
Em 1.961, o Instituto Wistar na Filadélfia, fez uma descoberta difícil de aceitar. As células-tronco humanas podem se dividir apenas cerca de cinquenta vezes antes de misteriosamente perder a capacidade de continuar a fazê-lo. Em essência, as nossas células parecem programadas para morrer de velhice. Foi um momento marcante para a biologia e a medicina. Demonstraram pela primeira vez que o envelhecimento era um processo ocorrido no interior das células.
Células tem memória?
A ideia de que as células possuem memória e conseguem fazer uma contagem regressiva era tão absurdamente radical que foi quase universalmente rejeitada. Por cerca de uma década, permaneceram ignoradas. Mas então uma equipe da Universidade da Califórnia descobriu que trechos de DNA na extremidade dos cromossomos, chamados "telômeros", cumprem essa função de dispositivo de contagem do envelhecimento. A cada divisão celular os telômeros encurtam, e então as células morrem ou ficam inativas. Aprofundado os estudos, verificaram que após os sessenta anos, o risco de morte dobra a cada oito anos.
Não só os telômeros.
Envelhecer, como vieram a descobrir, não só envolve os telômeros. Dois outros termos vistos normalmente em debates sobre envelhecimento são os "radicais livres" e os "antioxidantes". Os radicais livres são fiapos de resíduo celular que se acumulam no corpo no processo do metabolismo. Eles são um subproduto do oxigênio que respiramos. Pode parecer escandaloso, mas o preço bioquímico de respirar é envelhecer. Já os antioxidantes são moléculas que neutralizam os radicais livres. Então, surgiu a ideia (maravilhosa para as finanças das empresas farmacêuticas) de que se você tomar um monte de antioxidantes na forma de suplementos pode compensar os efeitos do envelhecimento. Só há um "probleminha": infelizmente, não existe uma só evidência científica para isso. As cápsulas ou comprimidos de antioxidantes são pura balela. O fato é que pouco sabemos sobre o envelhecimento.