As "chamadas de bunda": os celulares da marca LG congestionam o 190
As "chamadas de bunda": os celulares da marca LG congestionam o 190, central de atendimento da polícia.
"De bem intencionado o inferno está cheio", o velho adágio popular foi atualizado pelos celulares LG para "de bom celular a polícia está cheia". À exceção da última versão da marca vendida no Brasil, todos os demais aparelhos carregam um sistema que foi, originalmente, pensado para proteger seus proprietários e transformaram-se no inferno das centrais de atendimento da polícia. Esses celulares acionam o número 190, exclusivo da polícia, quando são pressionados por quatro vezes. Pode parecer estranho, mas basta você carregar ligado o celular no bolso traseiro de sua calça para que ele, quando pressionado, disque automaticamente para o 190 sem que seu proprietário acione uma só tecla. Os proprietários desses aparelhos não sabem que estão discando para a polícia. São conhecidas como "chamadas de bunda".
No outro lado da linha cria-se momentos de tensão. Os policiais encarregados de atender as ligações insistem em descobrir o que está acontecendo. Ouvem ruídos que nada esclarecem. Suspeitam de sequestros, assaltos e roubos que estariam acontecendo naquele instante. Nada menos que 72% das ligações feitas ao 190 são "chamadas de bunda". Um absurdo surreal. Não há no país algum órgão ou entidade que resolva o problema. A Anatel seria, em tese, a responsável por solucionar o problema, mas tão esvaziada, como qualquer órgão federal, afirma que nada pode fazer. Enquanto isso, o 190 trabalha com 28% de sua capacidade instalada e em clima de permanente tensão. Mais um absurdo do cotidiano brasileiro.
Depois do Natal.
No Natal as pessoas gostam das pessoas. Depois do Natal, o ano que começa cheio de promessas, logo cai na rotina, e aí já não somos todos bons, já não abraçamos e beijamos semidesconhecidos, nem desejamos o melhor para todos. É uma pena que seja assim, que os anúncios felizes só tenham lugar no período natalino. Não há mais a beleza de um mundo futuro, uma distopia onde seria decretado que o Natal fosse o ano inteiro.
"Todo mundo se rirá do dinheiro e das arcas que o guardavam, e que passarão a depósitos de doces para visitas. Haverá dois jardins para cada habitante, um exterior, outro interior, comunicando-se por um atalho invisível.
A morte não será procurada nem esquivada, e o homem compreenderá a existência da noite, como já compreendera a da manhã.
O mundo será administrado exclusivamente pelas crianças, e elas farão o que bem entenderem das restantes instituições caducas, a Universidade inclusive. E será Natal para sempre". Drummond. Ou como diria alguém: "Quem vive de passado é museu, quem vive de futuro é vidente e quem vive de presente é Papai Noel". É proibido ser feliz?
Para as transportadoras o sonho acabou.
Quando a frota de caminhões mais crescia, o PIB começou a murchar e, por conta disso, os fretes começaram a derreter e os caminhões a sobrar. Essa é a síntese da situação das transportadoras de carga. Entre 2010 e 2014 foram licenciados, em média, 152 mil caminhões novos por ano, o que representou um aumento de 81% em relação à década anterior. As empresas de transporte e os transportadores autônomos foram responsáveis pela aquisição de 82% dos novos caminhões no Brasil. Estima-se que esse investimento tenha chegado à incrível marca de quase R$ 26 bilhões por ano. Mas, para as transportadoras o sonho acabou. O pesadelo atual tem várias personagens - trabalham com mais de 10% no negativo; estão fortemente endividados, devido às aquisições das máquinas; as péssimas condições das rodovias que estão em estado de deterioração e ao aumento dos combustíveis.
Roubos de cargas de caminhões aumentaram 36% nos últimos anos.
O roubo de eletrônicos, medicamentos, cigarros e alimentos, produtos mais visados pelos criminosos, acarreta prejuízos bilionários para fabricantes e transportadores. As perdas anuais ultrapassam a casa de R$ 1 bilhão e aumentaram 36%. Esse valor considera apenas as perdas com as mercadorias. Ao considerar que a incrível marca de 3,8 mil caminhões foram roubados e não recuperados, o prejuízo adicional é de outro R$ 1 bilhão. A NTC, uma grande transportadora, afirma que "o primeiro fator que contribui com o cenário é a sensação de impunidade. A pena prevista em caso de receptação é de apenas 1 a 4 anos. O segundo é a estrutura insuficiente de combate a esse tipo de crime". A Braspress, transportadora de encomendas diz: "O elo fraco das transportadoras, atualmente, é a distribuição urbana. Aquele grande interceptador de cargas está sendo substituído pelo criminoso de varejo, que sequer estoca a carga e tem facilidade de escoamento".
O setor de transportes aguarda a regulamentação da lei que cria o Sistema Nacional de Prevenção Fiscalização e Repressão ao Furto e Roubo de Veículos e Cargas. Como tudo em Brasília, essa regulamentação está parada. Em 16 Estados já existe uma estrutura específica de combate ao roubo de carga.
Exames toxicológicos obrigatórios para caminhoneiros começarão em março.
A nova Lei do Motorista determina que todos os motoristas profissionais terão que realizar exames toxicológicos periodicamente. A obrigatoriedade visa aumentar a segurança da vida do caminhoneiro e de terceiros, bem como das cargas transportadas. A recusa de motoristas em realizar os exames será considerada infração grave e passível de demissão. Serão realizados exames de urina ou por fio de cabelo em laboratórios credenciados pelo Inmetro. Esses exames também passam a ser obrigatórios no ato de admissão ou demissão do caminhoneiro. Serão checados o uso de álcool, maconha, cocaína e todos os tarjas pretas. Para o caminhoneiro que estiver contratado, os exames serão realizados a cada 30 meses, mas para aquele que estiver em processo de admissão em uma transportadora terá de apresentar exame retroativo a 90 dias.