Brasil de 6 X Brasil de 1. Goleada do Corinthians no São Paulo merece reflexões
O Brasil de 6 X Brasil de 1. O São Paulo é a triste foto do país atual e o Corinthians é o que poderíamos ser.
A goleada imposta pelo Corinthians ao São Paulo merece algumas reflexões. A estrutura do São Paulo assemelha-se ao estado caótico do país. A começar pela sua direção, perdida em ausência de liderança e debatendo corrupção, tal qual a Casa Civil da Presidência da República. Quem debate corrupção à exaustão é incompetente. Ela existe em todos os países e empresas do mundo. Funciona como um apêndice vermiforme que, em dado momento, pode se infeccionar. Basta extirpar com rapidez e permitir a continuidade da vida. Caso contrário, com a lerdeza da intervenção, pode infeccionar o organismo inteiro e levar a óbito. Para completar, há ainda a soberba, a ausência do menor resquício de humildade, mesmo com os erros desastrosos, um garante que a incompetência é do outro, quando, em verdade, é de todos que estão no poder e na oposição.
Assim como o parlamento brasileiro vive uma época de corrosão de seus poderes, o conselho do São Paulo se resume à resolução de questiúnculas e a aquisição de benefícios pessoais. Não há coletividade. Um amontoado de trapalhões. O resultado se vê em campo e nos ministérios da República: um ou outro jogador e ministro disposto a bem executar suas funções. Em alguns momentos até surpreendem jogando bem ou produzindo resultados razoáveis em Brasília, mas são momentos fugazes.
O Corinthians é o exemplo do que o Brasil poderia ser. Uma boa organização, mas sem o ufanismo de ser o melhor do mundo que o levou a maus resultados por dois anos. Fruto de intenso e bem direcionado trabalho. Com uma liderança capaz e respeitosa, despida de qualquer arrogância e beligerância. Há um momento ímpar no futebol brasileiro ao final do jogo entre Corinthians e São Paulo que poucos observaram. Tite, o técnico-líder do Corinthians, quando escutou o apito do juiz finalizando o jogo, foi cumprimentar os jogadores do time adversário e saiu elogiando o atacante do São Paulo. Para além de sentimentos, há o respeito necessário entre profissionais, atitude comum no "primeiro mundo", impossível de se ver no Brasil do futebol, da economia e da política. O Corinthians joga como um time em campo e fora dele. Há outra observação merecedora de reflexão: Renato Augusto e Jadson, as maiores estrelas do Corinthians não param de conversar um só instante. Não disputam entre si, não há estrelismo, esse mal que assola o futebol e a política nacional, agem em parceria, não dão rasteira. O sentido de união e de pertencimento, fácil de ser conquistado entre brasileiros no futebol, mostra no Corinthians as potencialidades da política e economia do Brasil. Há corrupção no Corinthians? É bem provável que ocorra em algum departamento, mas dela não sabemos, são resolvidas rapidamente.
As promessas de superávits que não aconteceram e a escalada de pessimismo.
Adeus superávit. As previsões da meta fiscal em 2015 que não aconteceram e que levaram o país a uma escalada de pessimismo:
Povo endividado não sai da crise.
Há uma conta que é subtraída dos debates nacionais - quanto a população está devendo? A estimativa, segundo dados do Banco Central, é que no crédito direto as famílias já estão renegociando um total de quase R$25 bilhões em contratos atrasados. A inadimplência se deu, principalmente, pelo aumento dos juros, que inviabilizou as parcelas e vem retardando a quitação das dívidas. Apenas nos cartões de crédito a taxa atingiu a insuportável casa de 414% ao ano. A crítica é que os governantes só pensam em seus cofres. Aumentam impostos como tomamos água, com a maior desfaçatez. Impostos mais elevados é igual a população ainda mais endividada. Eles se "esquecem" que enquanto a população estiver com tão elevado endividamento o país não sairá da crise.
A política e a economia no pântano.
O Brasil já teve partidos ruins, mas nunca tão ruins. O Brasil do período democrático, de 1945 a 1964, teve um sistema partidário fraco...e terminou em uma ditadura. O atual é muito pior que aquele. São dois fenômenos interessantes que aconteceram. Um foi a Queda do Muro de Berlim, que arrebentou com as perspectivas de esquerda. A esquerda perdeu a ilusão e se tornou tão "pragmática" quanto a direita. O outro fenômeno foi a generalização da globalização. O Brasil incorporou-se ao sistema econômico internacional de maneira extraordinária. Queiram ou não, somos parte dele. Isso funciona como se não houvesse alternativa. FHC entendeu essa mudança e Lula também. Não dá para querer voltar atrás, para uma economia com pressupostos do tempo de Getúlio Vargas. Seja quem for o governante, terá de adotar medidas muito similares, pequenas variantes serão possíveis...e nada mais. O estouro se deu quando o ex-czar do Ministério da Fazenda, Guido Mantega, desejou instaurar um novo modelo. Como? De onde ele tirou essa sandice? Isso complicou o quadro partidário. Porque o Executivo tem um peso muito grande sobre os partidos (a única exceção a essa regra é o Bernal, que não consegue administrar sequer um carrinho de cachorro-quente). E os partidos se descaracterizam completamente. Não temos partidos. Temos 36 partidos e, em verdade, nenhum. Pela mescolança, são uma geleia geral. Qualquer um pode dizer o que bem entender e fazer o que quiser, por que nada significa nada.
A imagem que mais se adequa a esta crise é a do pântano. É um lodo. No deserto, você tem algum tipo de orientação, pelas estrelas, pelo sol. No pântano, fica difícil qualquer orientação. Você anda, anda, e como não vê nada, volta para o mesmo lugar. Ou muda o sistema partidário ou então viveremos muitos anos - além do que já vivemos - nesse jogo de acusações que paralisaram o país.
Em 2017 chegarão as primeiras máquinas que passarão e dobrarão as nossas roupas.
Uma dona de casa gasta um ano de sua vida passando e dobrando roupa. A partir de 2017 poderemos comprar uma máquina capaz de substituir essa tarefa doméstica. A japonesa Panasonic acaba de apresentar a "Laundroid", a primeira máquina capaz de entregar a roupa pronta para ser guardada no armário. Por enquanto, a máquina é capaz de reconhecer 40 tipos diferentes de roupas. Foram dez anos de pesquisas. A Panasonic também apresentou novas tecnologias para as residências. Filas se formaram em seu estande para conhecer o seu projeto de casa integrada, onde equipamentos e câmaras atendem à voz do morador e onde o espelho pode informar quem se coloca na sua frente, como está sua pressão e batimento cardíaco, enquanto lhe sugere uma maquiagem - para as mulheres - ou um novo visual de barba ou bigode - para os homens.