Caminhoneiros agora lutam por redução de ICMS no diesel e tabelamento único
Proprietários de caminhões levarão ao Confaz pedido de redução de ICMS no diesel e tabelamento único
Caminhoneiros autônomos querem reduzir alíquotas de impostos sobre o óleo diesel para reduzir os custos. A proposta está sendo conduzida pela CNTA - Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos. A ideia é pedir ao governo federal que reduza o PIS/Cofins sobre o combustível e que faça pressão, via Confaz, para a redução da alíquota de ICMS.
Os proprietários de caminhões pedem ainda a revisão da Cide, imposto sobre combustível que está sendo reativado - a alíquota estava zerada - para melhorar o desempenho. O setor quer ainda que o Confaz crie uma tabela única para cobrança de ICMS sobre o frete. O governo federal prometeu ao setor em reunião passada manter o preço do diesel congelado por seis meses, estudar a criação de uma tabela referencial de fretes, abolir a cobrança de pedágio do eixo suspenso para veículos vazios e dar 12 meses de carência nos veículos financiados pelo BNDES.
Vale lembrar que o Ministro da Fazenda preside a reunião dos Secretários de Fazenda de todos os Estados (Confaz). Será ele ou o Secretário-Executivo do ministério a apresentar a proposta de redução nacional do ICMS no diesel, bem como do tabelamento único. Também é importante recordar que basta um voto contrário para que tal proposta não se viabilize (quem tem direito a voto são os Secretários de Fazenda). A análise dessa reunião é de grande complexidade e de difícil conciliação, como estamos vendo no Mato Grosso do Sul. Também tem importância primordial saber que não basta reduzir a alíquota do ICMS, há a necessidade de equilibrar a pauta fiscal. Em português claro: a alíquota pode ser reduzida, mas se a pauta for aumentada, o valor final do ICMS pode permanecer o mesmo. Por outro lado, a capacidade de pressão do governo federal nas reuniões do Confaz tem peso de decisão - se não encontrar um bloco contrário muito organizado, aprovará o pedido da CNTA.
A miséria da política made FHC
Fernando Henrique Cardoso escreveu, recentemente, para um jornal espanhol, um texto que trouxe como título "A miséria da política". Alguns trechos são absolutamente irretorquíveis, demonstram a clareza e lucidez dos anos e de sua cultura. "Enquanto isso, nós que estamos longe de sofrer as restrições econômicas que maltratam o povo cubano ou os arbítrios de poder que machucam os venezuelanos, eles também submetidos à escassez de muitos produtos e serviços, nos afogamos em copo de água", diz um trecho da coluna do FHC mostrando a verdade e indicando os rumos que os brasileiros deveriam seguir.
Há outro trecho interessante e sereno: "Por que Lula, em lugar de se erguer ao patamar que a história requer, insiste em esbravejar, dizendo que colocará nas ruas as hostes do MST (pior, ele falou nos "exércitos"...)". Todavia, há outra parte do discurso que não passa de uma mera retórica partidária que descredibiliza o pensamento do ex-Presidente da República. Diz FHC: "Não sabem ambos (falando de Lula e Dilma) que quem está arruinando a Petrobrás (espero que passageiramente) é o PT que, no afã de manter o poder, criou tubulações entre os cofres da estatal e sua tesouraria?" Vale perguntar a FHC: só o PT? E o PSDB? E todos os demais partidos e governos da ditadura? Foram todos angelicais e administraram a Petrobras com a dureza das mãos que lhes seria indispensável? Ou foi com a "leveza das mãos" de todos que a principal empresa brasileira cavou petróleo e propina?
A infelicidade econômica também mora aqui
A inflação é uma doença capaz de destruir uma sociedade. Acrescentem a ela o aumento do desemprego, e o termo não um pouco técnico que alguns economistas atribuem ao efeito debilitante sobre as pessoas é "infelicidade".
Essa infelicidade econômica, em 2015, será mais aguda na Venezuela, Argentina, África do Sul, Ucrânia e Grécia - os cinco países onde será mais penoso viver e trabalhar, segundo dados compilados pela Bloomberg que compõem o índice de infelicidade de 2015. Trata-se de uma equação simples: taxa de desemprego + variação no índice de preços ao consumidor = infelicidade.
Depois dos cinco primeiros, aparece a Espanha, Portugal e Itália. O Brasil ocupa a posição de número 13 na lista. O número não tem nenhuma conotação partidária.
As escolas do Mato Grosso do Sul são do século XIX e não atraem mais os jovens
Em uma sala de aula o professor foi surpreendido. Um dos estudantes usou o celular para acessar a internet e esclarecer ali uma dúvida que o professor havia prometido responder apenas na aula seguinte, uma prática comum entre os professores dos tempos em que não existia o Google.
O péssimo desempenho dos alunos no Enem, o desalento dos jovens e os altos índices de evasão escolar no ensino médio são alguns dos milhares de problemas atuais da educação no estado e nos municípios. Quase todos têm origem no mesmo gargalo: a incapacidade da escola, pública e privada, em motivar, atrair e dialogar com os jovens. Temos uma escola do século XIX, os professores são do século XX e os alunos do século XXI.
A informação hoje não está mais só com o professor. O aluno não aguentará mais ouvir alguém falando por uma, duas ou três horas. O currículo tem de ser diferente. Antes de mais nada deve ser atraente.
Somos escravos de nossos hábitos e eles podem nos levar à falência
Durante centenas de anos, a Suíça foi o maior fabricante mundial de relógios. Em 1962, cientes da necessidade de novas tecnologias, os suíços criaram o Centre Eletronique Horloger, que desenvolveu o relógio de pulso a quartzo. Uma inovação revolucionária. O protótipo - Beta 21 - mostrou-se muito superior aos melhores relógios mecânicos. Apesar do excelente desempenho do modelo a quartzo, as grandes fábricas suíças, face à posição extremamente confortável que detinham no mercado, não se interessaram em apostar e vender modelos com a nova tecnologia.
Japoneses e norte-americanos acreditaram no sucesso do novo produto criado pelos suíços. Em 1970 eles tomaram os mercados dos suíços. Com a explosão do relógio a quartzo passaram a custar menos de US$10 para a fabricação e alcançaram absoluto sucesso de vendas. A indústria suíça, despreparada para a mudança drástica, mergulhou em uma grande crise, levando centenas de fábricas à falência e milhares de pessoas ao desemprego.
O caso dos relógios suíços é um dos muitos exemplos de que os modelos de hoje não nos garantem êxito amanhã. Pelo contrário. Totalmente absorvidas por produzir, as organizações privadas e governamentais, mostram resistência a mudanças, não questionam a forma como executam, agem sempre no "automático", não restando tempo para refletir como fazer mais e melhor. Somos escravos de nossos hábitos e eles podem nos levar à falência.
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