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Em Pauta

Campo Grande não tem uma Cracolândia. A central de vendas é esparramada

Mário Sérgio Lorenzeteto | 30/10/2015 07:16
Campo Grande não tem uma Cracolândia. A central de vendas é esparramada

Campo Grande têm uma Cracolândia?

A Cracolândia é por definição a região da capital paulista, nas proximidades da rua Helvétia, onde se reúnem os dependentes de drogas daquela cidade. São milhares de pessoas que dormem pela rua e suas imediações. A resposta para a indagação é: "não", Campo Grande não tem uma central de dependentes. Eles estão esparramados por vários pontos da cidade. Aliás, não utilizamos a palavra Cracolândia, o termo empregado é mais antigo: "boca de fumo". As mais antigas e duradouras bocas de fumo estão localizadas no centro da cidade, no Aero Rancho, nas Moreninhas e no Tiradentes. Tudo acontece normalmente: a venda de crack, de maconha, de cachimbos, as conversas entre os parceiros, as discussões, as negociações, os bares de dupla face (mercadorias legais e ilegais).

A tensão aumenta progressivamente. Por volta das 11 horas, a sirene de um carro de polícia é o sino que avisa a chegada do fim da vida livre. Alguns correm, outros saem andando vagarosamente, disfarçando a participação no mercado das drogas. As bocas de fumo oferecem oportunidades para conseguir algum dinheiro, alguma informação, alguma ajuda. A solidariedade é rarefeita. Ali um padre, acolá um templo evangélico e nada mais. O poder público é sinônimo de repressão. Nelas, é possível saber de alguma comunidade terapêutica, albergues, planos de ocupação de terrenos, acesso à justiça. Mas a maior parte das conversas gira em torno da repressão policial, do PCC e do preço das drogas. Não são ilhas impenetráveis; com algum cuidado participam da movimentação dos bairros. Alguns chegam a se vangloriar da proteção que oferecem a eles, expulsando ladrões indesejáveis.

Sua força reside principalmente na insistência e na resistência de usuários de drogas, ex-presidiários, prostitutas, alcoólatras e adolescentes infratores (no centro, coabitam com os travestis e com os moradores de rua). As bocas de fumo existem há dezenas de anos, em uma época onde vendiam apenas maconha. Permanecem nos mesmos espaços, a despeito das variadas iniciativas que visam retirá-las ou mesmo eliminá-las. Sempre sob a lógica da repressão e da punição, nunca do cuidado da saúde. Outras dezenas de anos passarão e elas lá continuarão.

Campo Grande não tem uma Cracolândia. A central de vendas é esparramada
Campo Grande não tem uma Cracolândia. A central de vendas é esparramada

O turismo no Pantanal está entre os 5 melhores destinos mundiais para observação de vida selvagem. Mas a soja está chegando...

O site de viagens do USA Today, um importante jornal norte-americano, apontou que, em uma concorrida votação entre os seus leitores, o Pantanal ficou em quarto lugar entre os melhores destinos mundiais para observação de vida selvagem. O primeiro lugar ficou com Galápagos, situada no Equador, arquipélago famoso por ter sido importante para a formulação da Teoria da Evolução, feita por Darwin. Todavia, se internacionalmente, o Pantanal começa a ser reconhecido (nunca o foi anteriormente), nacionalmente o perigo começa a rondar seus rios. A soja está chegando.

Se já não bastassem os problemas de práticas erradas do passado, como o que ocorreu com o deslizamento de terras para dentro do Rio Taquari, a história se repete com maior ênfase e denodo. A questão é que a soja passou a ser plantada em áreas com altitudes inferiores a 200 metros, caso do Pantanal. Principalmente no norte, no Estado vizinho. Com a soja virão os herbicidas, inseticidas e fungicidas. São produtos com grandes níveis tóxicos para animais aquáticos. Estamos vivendo o ocaso dos peixes pantaneiros. Também virão os deslocamentos de terra que inevitavelmente correrão para dentro dos leitos dos rios. Quem duvidar do prognóstico é recomendável que conheça os Everglades. Essa região semelhante ao nosso Pantanal, localizada na Flórida (EUA), foi alvo de inúmeros desastres ambientais devido às transformações de seus pântanos.

A partir da década de 60, tiveram início drenagens de partes do pântano, construção de canais, desvios de cursos de rios. Uma parte das "terras conquistadas" dos Everglades foi destinada à plantação de laranjais. A Flórida tornou-se o maior produtor de laranjas do mundo. Entre 1982 e 1985, fungos e gafanhotos destruíram muitos laranjais da Flórida, especialmente na região onde estão os Everglades. Algas microscópicas dominaram rios e lagos, transformando o sistema e promovendo o desaparecimento de inúmeras espécies importantes para as populações que residiam nesses pântanos. A Flórida perdeu o posto de maior produtor de laranjas para o estado brasileiro de São Paulo. A natureza cobrou a fatura daqueles que resolveram trucidá-la, e de seus vizinhos, até mesmo os mais distantes. O governo dos EUA gastou, e continua gastando, bilhões de dólares tentando reverter os resultados dos desastres ambientais. Alguns, bem poucos, enriqueceram. A imensa maioria, empobreceu.

Campo Grande não tem uma Cracolândia. A central de vendas é esparramada
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Crônica da dor crônica. Aumentam os casos de hérnia de disco, lombalgia e ciática.

A dor é como um veneno de cuja taça todos provaram. No Brasil, ao menos 40 milhões de pessoas sofrem com o problema. Diferentemente da dor aguda, que funciona como alerta de um corte ou uma infecção - e cessa quando a causa é tratada, a dor crônica pode ser considerada a própria doença. É assim classificada quando persiste por mais de três meses. As dores que englobam hérnia de disco, lombalgia e ciática, estão entre as mais frequente e vem aumentando o número de casos. Elas correspondem a 40% das dores crônicas. Muitas vezes associadas a posturas e a movimentos repetitivos do trabalho. As dores lombares são a principal causa de incapacidade no mundo. Na lista das dores crônicas também são ressaltadas as cefaleias e enxaquecas. Elas não imediatamente mortais, mas afetam a qualidade de vida. Um dos maiores obstáculos para encontrar alívio é a falta de tratamento adequado. São raras as boas clínicas particulares de dor, pior ainda fica para os pacientes que necessitam do serviço público - encontrar o tratamento adequado nos postos e hospitais públicos tende ao impossível. Uma dúvida frequente daqueles que sentem dores crônicas é qual especialista procurar. Até 2011, a especialização em dor era restrita a anestesistas e neurologistas, mas hoje, clínicos gerais, neurocirurgiões e reumatologistas podem prestar uma prova pela Associação Médica Brasileira e obter o título de especialista em dor.

Campo Grande não tem uma Cracolândia. A central de vendas é esparramada
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Bom olfato é sinal de morte distante.

Medir o olfato das pessoas na velhice pode ajudar médicos a prever qual é a expectativa de vida, de acordo com um estudo da Universidade de Chicago (EUA). A pesquisa descobriu que 39% dos 3 mil adultos que apresentaram o sentido do olfato menos eficiente morreram nos cinco anos seguintes. Em comparação, apenas 10% dos que tinham bom olfato morreram em cinco anos. Os cientistas previnem que a perda do olfato não causa morte, mas é um sinal de alerta para que as pessoas, com esse tipo de problema, procurem o médico.

Campo Grande não tem uma Cracolândia. A central de vendas é esparramada
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Acosta Nu, o dia em que os paraguaios ensinaram a Intifada aos palestinos.

A história é recente. Crianças palestinas jogando pedras nos tanques de guerra israelenses...e sendo massacradas. A imagem da Intifada correu o mundo e cortou o coração de todos, por sua violência desmedida. Mas ela não surge em terras palestinas. Crianças e adolescentes. Era isso o que havia para lutar pelo Paraguai nos anos derradeiros do conflito com o Brasil e a Argentina (a participação do Uruguai é ínfima). As mães, desesperadas, acompanhavam as batalhas para tentar salvar seus filhos. E ledo engano se você pensa que esse fato amenizava a ação da artilharia brasileira. Na batalha de Acosta Nu, por exemplo, duas mil crianças paraguaias morreram, contra 26 brasileiros. Os adultos que sobraram do lado de lá lutavam usando tijolos e pedras como arma. Mulheres desarmadas que acompanhavam os soldados e ajudavam na retirada dos feridos também acabavam levando chumbo. Não era raro eles acabarem degolados. Alguns foram incorporados à força no exército brasileiro, que os obrigava a lutar contra sua própria pátria. Sem contar a venda de prisioneiros como escravos, comércio que se tornou muito lucrativo. E vicejou em muitos Estados brasileiros. Quais além do Rio de Janeiro? Uma história a ser contada.

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