Couro de veado, pena de garça e sal, desconhecida história de MS
Mário Sérgio Lorenzetto | 16/09/2022 06:20
A história da ocupação das terras do Mato Grosso do Sul tem início com um padre anônimo, de procedência ignorada, que estabeleceu-se em um rancho, construído por ele mesmo, que dedicou-se à criação bovina nos Campos da Vacaria. uma extensa região entre Rio Brilhante, Jardim e Nova Andradina. Ao falecer, assassinado pelos indígenas que tentava converter, deixou algumas centenas de redes amansadas. Provavelmente, está é a primeira notícia sobre os primórdios de nossa economia. O beneficiário desse trabalho de domar vacas, seria Gabriel Francisco Lopes, um dos irmãos de José Francisco Lopes, o famoso "Guia Lopes".
As duas vertentes de ocupação das terras do MS.
Fruto de um embate sangrento, denominado "Rusga", entre portugueses e brasileiros, ocorrido em Cuiabá, alguns dos envolvidos na luta vieram para a região entre Aquidauana e Miranda. Por lá, constituírem as primeiras fazendas que estão documentadas. A outra vertente de ocupação das terras do MS veio também de uma luta dentro de um clã, o dos Garcia. Um dos Garcia, era conhecido como "Sete Orelhas", pelo costume de arrancar e guardá-las após a morte do oponente. Essa vertente, desbravou os sertões da região de Paranaíba, em conjunto com paulistas da região conhecida como "Farinha Podre", atual Franca.
Fruto de um embate sangrento, denominado "Rusga", entre portugueses e brasileiros, ocorrido em Cuiabá, alguns dos envolvidos na luta vieram para a região entre Aquidauana e Miranda. Por lá, constituírem as primeiras fazendas que estão documentadas. A outra vertente de ocupação das terras do MS veio também de uma luta dentro de um clã, o dos Garcia. Um dos Garcia, era conhecido como "Sete Orelhas", pelo costume de arrancar e guardá-las após a morte do oponente. Essa vertente, desbravou os sertões da região de Paranaíba, em conjunto com paulistas da região conhecida como "Farinha Podre", atual Franca.
O sal, produto indispensável para a pecuária.
Ainda que deem atualmente pequena importância, não há produto tão essencial como o sal na história da humanidade. Nas proximidades do rio Aquidauana, antes de 1.835, instalou-se Salvador Luiz dos Santos, e ali montou uma rudimentar salina. Além de abastecer o Presídio de Miranda e os Lucia fazendeiros da região, levava o sal até Camapuã. Esse sal era fabricado em sacos de couro, destilado e apurado em tachos. Sem duvida, Salvador foi o primeiro industrial do MS. Nessa época, mas no anonimato histórico, surgiram as primeiras usinas de cana de açúcar.
Ainda que deem atualmente pequena importância, não há produto tão essencial como o sal na história da humanidade. Nas proximidades do rio Aquidauana, antes de 1.835, instalou-se Salvador Luiz dos Santos, e ali montou uma rudimentar salina. Além de abastecer o Presídio de Miranda e os Lucia fazendeiros da região, levava o sal até Camapuã. Esse sal era fabricado em sacos de couro, destilado e apurado em tachos. Sem duvida, Salvador foi o primeiro industrial do MS. Nessa época, mas no anonimato histórico, surgiram as primeiras usinas de cana de açúcar.
Couros de veados, os primeiros ataques à nossa fauna.
Se a história documenta os primeiros fazendeiros e industrial, também é possível ler sobre os primeiros perdedores ambientais. Nem todos os primeiros povoadores ingressaram, todavia, com o intuito de criar gado. Oriundos de Minas Gerais, com objetivos vexatórios,vieram caçar veados brancos e galheiros. Essa era tida como uma profissão. Rendia mais que a indústria canavieira e a fabricação de sal. Não consigo descartar que rendia mais até que a criação bovina. Era matéria-prima preferencial para a fabricar arreios e selas na Farinha Podre ( Franca).
Se a história documenta os primeiros fazendeiros e industrial, também é possível ler sobre os primeiros perdedores ambientais. Nem todos os primeiros povoadores ingressaram, todavia, com o intuito de criar gado. Oriundos de Minas Gerais, com objetivos vexatórios,vieram caçar veados brancos e galheiros. Essa era tida como uma profissão. Rendia mais que a indústria canavieira e a fabricação de sal. Não consigo descartar que rendia mais até que a criação bovina. Era matéria-prima preferencial para a fabricar arreios e selas na Farinha Podre ( Franca).
Voou pena!
Meio século depois da caça aos veados, caçadores de outro gênero afluíram às regiões alagadiças dos rios Taquari e Negro. Procuravam pelas penas alvas das garças, cobiçadas pela moda feminina europeia na manufatura de chapéus de alto preço.
Meio século depois da caça aos veados, caçadores de outro gênero afluíram às regiões alagadiças dos rios Taquari e Negro. Procuravam pelas penas alvas das garças, cobiçadas pela moda feminina europeia na manufatura de chapéus de alto preço.