É verdade que é arriscado banhar-se depois de comer?
A cena se repete geração após geração. Crianças ou jovens à beira de uma piscina, ou de rios, aguardando a hora de neles entrar após o almoço. Todos impacientes com a digestão longa. Para alguns, há necessidade de aguardar trinta minutos, outros, esperam duas horas. Há até um nome para o perigo: hidrocussão. O termo apareceu nos anos cinquenta do século passado, criado pelo francês G.Lartigue como análogo à eletrocussão (matar na cadeira elétrica), seria uma execução pela água.
Uma duradoura e internacional lenda urbana.
Não há evidência científica que apoie essa prática tão comum. Segundo a análise publicada no "International Journal of Aquatic Research and Education" não passa de uma lenda urbana. Diz a matéria: "não há um só registro de caso em que comer antes de nadar tenha causado ou contribuído a afogamentos mortais ou não mortais".
Choque térmico, o grande perigo.
Entrar na água vagarosamente. Não exercitar, ficar apenas boiando ou batendo pés e mãos pausada e lentamente. Essas são as precauções recomendadas. As crianças e jovens que ficam aguardando a "hora" da digestão estão, em verdade aquecendo o corpo em demasia. Entram abruptamente na água, com temperatura bem menor que a do meio ambiente. Essa diferença de temperatura causa o choque térmico. Enjoo, vomito (que pode chegar aos pulmões), perda de consciência.....é o choque térmico. Já os exercícios, nada tem a ver com água. Basta exercitar em qualquer ambiente para que o perigo apareça.