Inteligência Artificial no campo. A fazenda 4.0
A inovação tecnológica veio para transformar todos os setores da economia. No Brasil, a agricultura vem respondendo bem ao que há de mais avançado no mundo. O primeiro passo é observar que a cada dia a alta tecnologia avança um talhão na busca por sistemas mais avançados. Hoje, muitas usinas e fazendas já estão conectadas por meio de redes instaladas no campo. Com isso, das operações mecanizadas até a quantidade de chuva que cai em cada talhão, tudo pode ser monitorado em tempo real. Especificamente sobre as chuvas, que ora assusta os sojicultores, falta-lhes a conexão entre bons sistemas de detecção das chuvas com um essencial seguro da colheita. Essa garantia econômica, comum nos EUA e Europa, ainda não chegou no campo brasileiro.
Na área de máquinas agrícolas, existem protótipos de tratores que funcionam sem o cérebro e as mãos humanas. O sistema de auto-direção já estão disponíveis em algumas máquinas agrícolas que estão trabalhando em nossos campos, mas eles apenas engatinham. Serão, brevemente, levados a um nível muito superior. Eles, por exemplo, decidirão sozinhos quando devem parar de trabalhar em um talhão por causa da chuva e ir para outro mais seco.
Segundo alguns estudos vindos de Harvard, a maior transformação não ocorrerá na plantação ou colheita, virá no departamento de pessoal, na produção e na gestão. A ideia da Fazenda 4.0 terá como um dos principais sustentáculos a redução a quase zero nas perdas. Hoje, os principais fatores das elevadas perdas estão no clima, na inadequação de equipamentos e na falta de conhecimento do pessoal. Na área de pessoal, todas as pessoas que trabalharem gerindo um sistema avançado de informática terão de ser treinadas para assumirem o papel de líderes. Cada vez mais será difícil reter mão-de-obra qualificada nas fazendas. A interação entre as pessoas é o diferencial para que o sistema não seja sabotado. Para uma boa gestão há necessidade de medir.
Tudo deve ser medido em uma fazenda. Produzir índices de performance de equipamentos, processos e pessoas é uma tarefa, imprescindível, que exige muito cuidado. As medições tem de ser contínuas e precedem qualquer outra tarefa.
Assim é voar entre gansos.
O filme "Voando Livre", de 1996, conta a história de uma menina que ensina 16 gansos a voar acompanhando um ultra-leve. Um ano antes, o francês Christian Moullec havia feito exatamente o mesmo. Esse meteorologista de 58 anos, está há 23 anos voando com pássaros da mesma maneira.
Há muitos anos Moullec é muito conhecido na França, mas nos últimos dias captou a atenção do mundo graças a uma reportagem da National Geographic.
Este vídeo superou seis milhões de reproduções em três dias. Moullec treina os gansos para que o sigam no ar. Ele afirma que no princípio era impossível. Eles não lhe davam atenção alguma. Após três anos de tentativas, conseguiu levar 33 gansos jovens da Lapônia sueca ao oeste da Alemanha, de onde tinham desaparecido e onde seriam melhor protegidos.
Orcas, uma sociedade liderada por avós.
Do ponto de vista evolutivo, humanos e baleias se separaram há milhões de anos. O curioso, porém, é que ainda temos muito em comum: cérebros complexos, núcleos familiares estreitos e, curiosamente, avós. Além disso, assim como as humanas, as "senhoras baleias" passam pela menopausa. O fenômeno é uma raridade. Até onde sabemos, apenas duas espécies não-humanas sobrevivem após a menopausa: orcas e baleias-piloto. O que intriga é o motivo de elas viverem tanto tempo após a viabilidade reprodutiva.
Na tentativa de resolver o que chamam de "grande enigma evolucionário", que atenta aos princípios darwinistas, um grupo de cientistas compilou dados durante 40 anos sobre nascimentos e óbitos das orcas. Elas param de reproduzir por volta dos 30 a 40 anos, mas vivem, em média, até os 90 anos. E o mais incrível, a prole permanece no mesmo núcleo da mãe que vira avó, em seguida. Elas ajudam seus descendentes adultos com o conhecimento, com a sabedoria. Oferecem informações sobre onde e quando encontrar comida, os que as torna decisivas para a sobrevivência de seus descendentes. Essa é a "hipótese da avó", um marco na teoria do desenvolvimento pouco conhecida.
As avós humanas e as orcas conseguiram, segundo os cientistas, um salto evolutivo. Elas são melhores na construção de relacionamentos com um numero maior de membros de seu grupo, em detrimento da incapacidade de competir reprodutivamente com as mais novas. O salto é sair da concorrência reprodutiva para a cooperação em benefício dos familiares. No caso das orcas é difícil encontrar um núcleo familiar sem sua liderança. Temos muito ainda a aprender com as orcas em relação à valorização da figura feminina idosa.