Luzes de Natal: a criação das lâmpadas para as festas
Ainda que nos dias de hoje as luzes de Natal são algo comum para essa festa, o certo é que se trata de uma tradição relativamente recente. Elas surgiram há pouco mais de 100 anos nos Estados Unidos. Em 1918, montar as luzes de Natal era uma missão mais que impossível, estava ao alcance somente de raríssimos especialistas. Mas, voltemos um pouco mais no tempo.
Vamos para 1880, quase no momento da invenção da lâmpada. Esse é o momento em que Thomas Edison um dos inventores da lâmpada decidiu decorar o exterior de seu laboratório de Menlo Park, uma cidade localizada na Califórnia. Ele pregou no pórtico do laboratório uma fileira com poucas lâmpadas para surpresa e admiração dos passageiros do trem que circulava na região. Também serviu como deslumbrante propaganda da lâmpada, essa revolucionária invenção que se tornou tão comum.
As árvores iluminadas.
Apenas dois anos depois, em 1882, o amigo e sócio de Edison, Edward H.Johson, dava um passo a mais, ao conseguir conectar 80 lâmpadas azuis, vermelhas e brancas, homenageando seu país, em uma só guirnalda colocada em uma árvore. Uma tradição que Johson renovaria a cada ano.
Claro que aquelas primeiras luzes natalinas pouco tinham a ver com as atuais lâmpadas. Elas tinham de ser conectadas uma a uma em um cabo e, depois, serem ligadas a um gerador elétrico. Por isso, requeriam de um "conhecimento profundo" que só estava ao alcance de pucos. Ou de muito ricos dispostos a gastar algo como US$2.000. Um deles foi o presidente dos EUA Grover Cleveland que se encarregou de decorar uma árvore da Casa Branca com centenas de lâmpadas coloridas. É claro: azuis, vermelhas e brancas. Desse modo, as luzes natalinas estavam restritas a casas de milionários.
A GE começa a vender kits natalinos.
Em 1903, a companhia General Electric (GE), se converteu em pioneira ao começar a comercializar kits natalinos com lâmpadas natalinas e cabos para enfeitar as residências. Isso permitiu que seu preço se tornasse mais acessível para todos os bolsos. Mas a empresa não obteve grande sucesso pela montagem ainda exigir a presença de alguém que entendesse de eletricidade, algo quase impossível na época.
O menino e as luzes de Natal para todos.
E assim chegamos a 1917. Foi nesse ano que um menino de nome Albert Sadacca. Aos 15 anos, após um incêndio na cidade de N.York, iniciado por velas natalinas suspensas em uma árvore, Sadacca convenceu seu pai a colocar a venda guirnaldas com lâmpadas já montadas em sua loja de iluminação. No primeiro ano, só conseguiu vender uma centena dessas guirlandas. Mas Sadacca persistiu. Trocou todas as lâmpadas brancas que estavam nas guirlandas e colocou as coloridas no ano seguinte. As vendas dispararam. Até o ponto que em 1920, Sadacca fundava com seus dois jovens irmãos a NOMA Electric Company, a maior empresa de luzes natalinas até 1965.
Mas a fama mundial só viria em 1923 quando outro presidente dos EUA, Calvin Coolidge, fez colocar 3.000 lâmpadas no Capitólio. Uma tradição que rapidamente prosperou em todo os EUA e nos demais países ocidentais.