Natal chega com aumento do número de empregados registrados no Brasil
Diminui a economia subterrânea brasileira
Renner, Pernambucanas, Marisa, Zara... a lista das grandes lojas de moda é imensa. Quase todas flagradas com funcionários trabalhando em condições consideradas degradantes. Alojamentos precários, jornadas exaustivas de mais de 14 horas de trabalho são algumas das práticas a que são submetidos os trabalhadores, especialmente os de nacionalidade boliviana. O nível de ilegalidade, a denominada economia subterrânea, no setor de vestuário, apesar de melhorias, ainda é elevado. Situações inaceitáveis como a das confecções ilegais têm vindo à tona porque o governo intensificou a fiscalização contra a ilegalidade no trabalho. É uma boa notícia. Tão boa quanto as ações da Polícia Federal e dos Ministérios Públicos lançadas para desvendar os meandros do escândalo da Petrobrás.
De 2004 para cá, o número de trabalhadores monitorados a cada ano pelo Ministério do Trabalho aumentou 77% e chegou a 39 milhões em 2013. Como consequência de apertos como esse, o cenário da denominada economia informal - um eufemismo que encobre também uma série de outras práticas fora da lei, como sonegação de impostos, falsificação, contrabando e burla a normas sanitárias - vem regredindo no Brasil.
Houve uma queda no Brasil de 14% na informalidade do emprego. Nos últimos dez anos, essa informalidade caiu de 54% para 40%. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), só a África do Sul registrou redução semelhante. Outro número a ser saudado é a estimativa feita pela FGV de que a economia subterrânea, em dez anos, caiu de 21% (em 2004) para 16% em 2014.
A mesma empresa que não registra seus funcionários não oferece estímulos para torná-los mais eficientes por meio de treinamentos, investimentos em tecnologia ou melhoria de processos. Empresas que mantêm a informalidade podem gerar mais lucros para o proprietário, mas a empresa não tem como crescer, investir e ter ganhos de produtividade. E quando algum fiscal bate a suas portas, vira uma Petrobrás.
Após seis anos, Piigs europeus voltam a respirar
Quem faz parte se aborrece com a sigla (pig é porco em inglês), mas na Europa ela é corriqueira, os Piigs são Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha. Após seis anos de depressão, quase todos voltaram a respirar. As economias portuguesa, espanhola e irlandesa bateram no fundo poço e estão um pouquinho melhor. A Irlanda tem um 2014 muito bom. A Itália, a maior delas, ainda segue mal, mas o diminuto crescimento da economia grega é um fato cheio de simbolismo.
De certa forma, a derrocada grega foi para a Europa o que a falência do banco Lehman Brothers representou para os Estados Unidos. O marco da quebradeira no mercado financeiro. O momento da desgraça europeu aconteceu em outubro de 2009 (o dos Estados Unidos em setembro de 2008), quando o governo grego anunciou que o déficit do orçamento seria de 10% do PIB. Iniciava ali o pesadelo europeu.
A economia grega é hoje 25% menor do que em 2007, e o desemprego entre os jovens permanece acima de 50%. Mas, voltou a crescer neste ano, ou melhor parou de diminuir. Esse também é o sentimento em Portugal. Em maio, o país anunciou a saída do programa feito pelo FMI, União Europeia e Banco Central Europeu que haviam colocado à disposição um empréstimo de salvamento no valor de 78 bilhões de euros. Mas, assim como os gregos, os portugueses têm sido cautelosos. Portugal parece aquele paciente em estado grave que teve seu quadro estabilizado, mas continua na UTI.
Espanha e Irlanda seguem bem, mas Itália inspira cuidados
Olhando apenas para os Piigs, os dois países com as melhores perspectivas são Irlanda e Espanha. A Irlanda deve ter uma expansão de 3,6% neste ano, disparado o melhor desempenho da zona do euro e começa a viver muito bem. A economia espanhola também vai crescer acima da média do bloco: a estimativa do FMI é de 1,3%, o primeiro resultado positivo em muitos anos. Mas a situação ainda inspira cuidados - têm uma inflação negativa crônica e a taxa de desemprego não desce de 23% a 24%.
Entre as grandes economias europeias mais afetadas pela crise, a única que ainda está em recessão é a Itália. A economia não cresce desde 2011. "A situação italiana é tão complicada que, se eu soubesse como resolver, provavelmente ganharia o Nobel", diz o italiano Gianni Toniolo, professor de economia nos Estados Unidos. O único fato relevante que ocorreu nos últimos tempos na "Bota" foi a aprovação do pacote de reforma trabalhista pela Câmara Baixa do Parlamento (nossa Câmara de Deputados). A lei atual
(que o Brasil copiou na época de Getúlio Vargas) diz que uma empresa só pode dispensar um funcionário por justa causa (tal como em nosso país). Por ser tão difícil demitir, as empresas relutam em contratar. E é isso que o governo italiano quer mudar.
Cinquentões são o segundo grupo dos "nem-nem"
De janeiro a outubro, os postos de trabalho ocupados por pessoas com mais de 50 anos de idade caíram 3,4%, ante o mesmo período do ano passado. É uma retração brusca para um período curto de tempo. Esses demitidos podem reforçar um contingente hoje formado por 8 milhões de pessoas acima de 50 anos que não trabalham, não estão aposentadas e não buscam emprego. O número cresceu 30% desde 2008, de acordo com dados da FGV. É o segundo maior grupo de "nem-nem" no Brasil. O primeiro é o de jovens com 15 a 29 anos que nem estudam e nem trabalham e somam 9,6 milhões de pessoas, segundo o IBGE.
Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostra que a maioria dos "nem-nem" acima de 50 anos é de homens. Menos de 10% vivem de aluguéis. O restante depende de parentes ou de benefícios pagos pelos governos. Desde de 2004, a parcela dos beneficiários de programas sociais com mais de 50 anos cresceu de 30% para 44%.
A dificuldade para achar trabalho já alcança profissionais capacitados que até há pouco tempo eram disputados pelas empresas. A continuar nesse ritmo, em breve, vamos ter os dois extremos da pirâmide disputando empregos: os jovens sem experiência e os mais velhos com menor qualificação. Será uma nova versão do conflito de gerações.
A pesquisa mais simpática do ano revela que mulheres preferem os barrigudos
Os homens estão em festa. Está liberada a cerveja. Uma pesquisa britânica recente mostra que 75% das mulheres preferem homens barrigudos, portanto, a cerveja está liberada. Elas acham que os homens sarados, obcecados pela forma física, são chatos durante encontros.
Mas isso não significa que elas considerem as barrigas saradas pouco atrativas. O que o estudo também descobriu é que a preferência pelos barrigudinhos reflete a insegurança das próprias mulheres: 74% delas afirmaram que sentem vergonha ao tirar a
roupa na frente de um parceiro com o corpo perfeitamente malhado. Elas acreditam que os malhados encontrarão defeitos nos corpos das parceiras.
Ainda de acordo com a pesquisa, homens e mulheres agem de maneira diferente na relação corpo perfeito/imperfeito e ação sexual. Os homens procuram o sexo mesmo barrigudos, não se importam com um pequeno excesso; 50% das mulheres afirmam que já recusaram relações sexuais, mesmo sentindo vontade, por se sentirem gordas. Os britânicos chamam esse comportamento, jocosamente, de "Hoje não, querido, estou me sentindo gorda".
Mulheres impõem condições ao sexo por causa do peso. Logo, o desejo por qualquer atividade sexual, condicionado ou não, vai embora.