O Alzheimer cai 16% a cada década e ninguém sabe explicar
A grande epidemia silenciosa do século XXI, o Alzheimer tem sua incidência em queda. A cada década, 16% a menos. Mas há um enorme paradoxo: mais de um século depois de seu descobrimento, não se conhecem suas causas e ainda não há um tratamento aprovado. Nada. Mas desde 1988, quando começaram a organizar a contagem dos doentes, vem caindo vertiginosamente.
Educação e saúde cardiovascular explicam a queda?
A teoria que se aproxima do consenso para explicar essa queda é a de que a melhoria na educação e na saúde cardiovascular das populações ricas e médias do mundo, proporcionaram essa surpresa. Mas há outra teoria funesta: nunca saberemos a causa do Alzheimer pois não há apenas uma causa, há muitas.
Dois suspeitos: tabu e beta-amilóide.
Como se fosse uma novela policial, os cientistas procuram suspeitos de provocar o Alzheimer. Há dois grandes suspeitos, mas sem prova conclusiva: uma proteína chamada beta-amilóide, que se amontoa entre os neurônios e uma segunda proteína, denominada tau, que forma ovinhos dentro das células cerebrais. Pensar que essas proteínas são responsáveis pelo Alzheimer é como chegar à cena de um crime e colocar a culpa no sangue derramado.
Aducanumab, aprovado, pero no mucho.
As buscas de tratamento, todavia, estão centradas em limpar a proteína beta-amilóide do cérebro. Todos os fármacos experimentais fracassaram até agora. Mas as autoridades dos Estados Unidos, decidiram em 7 de junho, autorizar o medicamento experimental aducanumab, fabricado pela Biogênese ao preço de R$ 250.000 por paciente ao ano. Ele limpa a beta-amilóide, mas não se sabe se funciona.