O Brasil precisa de um exército? Einstein dizia que não
"A pior das instituições gregárias se intitula exército. Eu o odeio. Se um homem puder sentir qualquer prazer em desfilar aos sons de música, eu desprezo este homem... Não merece um cérebro humano, já que a medula espinhal o satisfaz. Deveríamos fazer desaparecer o mais depressa possível este câncer da civilização. Detesto com todas as forças o heroísmo obrigatório, a violência gratuita e o nacionalismo débil. A guerra é a coisa mais desprezível que existe. Preferiria deixar-me assassinar a participar desta ignomínia". Esse era o arrazoado de ideias e ideias apresentados por Albert Einstein em suas palestras após a Segunda Guerra Mundial. O gênio da física tentou agitar a Europa e os Estados Unidos para eliminar todos os exércitos do mundo. Foi a última vez que essa utopia ocupou as manchetes dos jornais.
Uma utopia, nada mais que uma utopia.
O debate sobre a existência de um exército brasileiro retorna. Não é a primeira vez. Nem será a última. É apenas uma daquelas modinhas que aparecem e somem quando o Exército brasileiro perde força, deixa de ser uma das instituições mais respeitadas do país. Não passa de pura sandice ou esquerdismo imberbe. Não termos um exército é o mesmo que deixarmos as portas de nossas casas escancaradas, à espera do ladrão. Sem um exército, o país gigante seria apequenado. Querem prova do perigo?
Vargas e Perón, a guerra que não houve.
Nunca li em um livro brasileiro. Mas essa história é contada em livros argentinos. Vargas e Perón se odiavam, só se tratavam usando palavrões. Estavam dispostos a levar os dois países ao total colapso das relações diplomáticas. Não chegamos às portas de uma guerra, mas, se dependesse apenas dos ditadores, estaríamos contando como foram as batalhas. Depois da Fiat resolver construir uma fábrica na Argentina, em detrimento do Brasil, as relações dos países latinos vizinhos entrou em parafuso. Tudo poderia acontecer. Inclusive a guerra. Essa foi a mais perigosa época do século passado. Certamente, se não dispuséssemos de um exército, hoje, o Brasil falaria castelhano.
Não percebem que Pazuello enxovalhou o Exército.
Já escrevi que a farda não faz o soldado. A boa fama do Exército foi construída na excelência de suas escolas e faculdades. Todavia, mesmo contando com ótimos ensinamentos, como qualquer outra instituição nacional, o Exército tem seus "bad boys", figuras que enxovalham sua imagem. A questão que merece reflexão - mais uma vez - é: qual é o papel do exército? É aceitável que tenhamos as armas derrotando os votos?
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