O homem consegue viver sem sal e televisão?
Os humanos aprenderam a viver em sociedade. Depois, foi a vez das cidades. Elas trouxeram inúmeros benefícios... e horrores. Foi fugindo de um filme de terror que uma família russa passou inacreditáveis 42 anos sem contato com qualquer assentamento humano. Totalmente isolados em um dos lugares mais inóspitos do mundo - a Sibéria. É uma história que só agora chega ao Ocidente, mas foi descoberta em 1978.
A família Lykov - pai, mãe e dois filhos - pertencia a uma dissidência do cristianismo ortodoxo denominada "velhos crentes". Não aceitavam as reformas ocorridas em 1654 no seio do cristianismo, a denominada "Reforma Nikon". Foram perseguidos por 4 séculos. A família russa resolveu viver nos bosques da Sibéria quando um irmão foi morto pela polícia. E do bosque só foi sair mais de 40 anos depois. Foram descobertos por geólogos russos que prospectavam petróleo.
Quando encontrados quase não falavam mais a língua russa, apenas rudimentos do que haviam aprendido antes de se internarem no bosque profundo. Durante a fuga levaram apenas sementes. Não viram a Segunda Guerra, o advento da televisão e a chegada do homem na lua. A família se dedicava a ler a Bíblia, a semear sua alimentação, a caçar sua comida e a fazer roupas com peles de animais. O casal teve mais dois filhos sem cuidado algum.
Os testemunhos dos cinco sobreviventes - a mãe, Akulina, havia falecido muito antes do contato com os geólogos - dão conta de uma luta diária pela sobrevivência sem as ferramentas adequadas. Chegaram a caçar, em pleno inverno, descalços. Por quase dez anos, narram, viveram "anos de fome". Tinham de decidir se comiam os vegetais que haviam resistido às pragas e aos animais ou se economizavam algumas sementes para o plantio seguinte. Em certa ocasiões tiveram de comer o couro de seus sapatos, daí terem de caçar descalços. Foram condições extremas de sobrevivência.
A princípio, a única coisa que aceitaram dos geólogos foi o sal. "Foi uma tortura viver tantos anos sem isso", disse Karp, o pai da família Lykov, que, a não ser pelo sal, pretendia continuar com a mesma vida e não ir para uma cidade. Mas foi inevitável. Com a fama na Rússia, começaram a receber inúmeros presentes. E se renderam à magia da televisão. Foram para a cidade, onde três deles faleceram em poucos anos.
Hoje, só resta Agafia, uma das filhas. Ela decidiu viver longe das cidades. Deseja morrer no mesmo lugar onde aprendeu a viver. Mas com sal e televisão.
Tênis com rodinha tira indústria do negativo
Fabricantes de calçados infantis apresentaram crescimento elevadíssimo no ano passado. O principal fator de impulso para as vendas foram os tênis com rodinhas no solado, que viraram febre entre as crianças. A Ortopé encerrou o ano com expansão de 35% na receita, estimulada pelas vendas de 350 mil exemplares com rodinhas. A Bibi, que produz 2,5 milhões de pares ao ano, fechou 2016 com alta de 13% na receita.
Para 2017, a grande aposta dessa indústria são os tênis com iluminação de LED - para crianças e jovens. O tênis com LED atraiu até a Nike.
O que levamos da vida são os riscos que corremos
Enfrentar o incerto nos abre novas possibilidades, talvez melhores que as que pensávamos encontrar. No polo oposto, aferrar-se sempre ao que é seguro, pode ser um sério defeito. Temos de tentar sair de nossa zona de conforto. Explorar mais sistemática e frequentemente nossos limites. Muitas pessoas não se arriscam nem a provar um prato novo em um restaurante ou iniciar uma conversa com um desconhecido que por alguma razão lhe tenha chamado a atenção.
Quantas vezes você não abandonou um lugar arrependendo-se de não ter trocado algumas palavras com alguém que ali estava presente simplesmente porque não atreveu-se a se aproximar dessa pessoa? Eleanor Roosevelt, a esposa do presidente norte americano, aconselhava que a cada dia deveríamos atrever-nos a fazer algo que nos desse medo. Interessante e atrevida proposta. Ainda que não cheguemos a esse extremo, seria interessante fazermos uma lista com nossas inseguranças e começar a enfrentá-las.
uma sondagem de opinião realizada pela Gallup, em inúmeros países, revelou que 61% das pessoas está disposta a assumir qualquer risco para conseguir o que deseja.
Algumas vezes o trem equivocado o leva à estação correta. O fundador do Facebook, Mark Zuckerber, afirmou que se há algo perigoso nessa vida, é jamais assumir algum risco. Efetivamente, subestimamos os custos que implicam em não nos aventurarmos em nada. A busca da máxima segurança e cautela, levada ao extremo, pode deixar de ser uma virtude e converter-se em um sério defeito. Ouse.