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Em Pauta

O meio rural, seus novos governantes e as distintas estratégias de salvação

Mário Sérgio Lorenzetto | 29/01/2015 07:50
O meio rural, seus novos governantes e as distintas estratégias de salvação

O meio rural e os novos governantes

Os novos componentes do Ministério da Agricultura, comandados pela senadora Kátia Abreu, definiram as prioridades da pasta: dobrar o tamanho da classe média rural em quatro anos. Para isso, a ex-secretária de Assistência Social de André Puccinelli, Tânia Garib, ocupará uma diretoria. A meta é promover a ascensão da classe D para a classe C de cerca de 800 mil produtores fornecendo-lhes assistência técnica. As classes A e B do meio rural compreendem apenas 6% dos produtores do Brasil que são proprietários de 33% das terras. As maiores propriedades encontram-se no Centro-Oeste, que é onde está a agricultura de escala. Os grãos necessitam de grandes propriedades na concepção dos agricultores brasileiros. A classe C abarca 15% dos produtores e as classes D e E 70%, com 3,6 milhões de produtores.

Montaram duas estratégias distintas no Ministério da Agricultura: as classes A e B querem estradas, logística, melhorar a performance e querem que as regras não mudem tanto, além de acabar com a burocracia. Na classe D, há muita pecuária leiteira. Pretendem ampliar um programa já existente oferecendo mais assistência rural em conjunto com a Universidade Federal do Rio de Janeiro. Outra proposta que será levada à prática é a unificar o produtor, dar a ele o que denominam de "passaporte". Hoje eles têm 10 números de cadastro no Incra, Banco Central, Conab, IBGE. A burocracia é grande. Estão propondo fechar isso em uma só plataforma, um só número. Entendem que a tecnologia já existe e só têm de ser levada ao produtor.
Também pretendem revisar as instruções normativas do Ministério do Trabalho. Por exemplo: se chove de segunda-feira a sexta-feira e o sol abre no sábado e domingo, o trabalhador não pode colher nos dias de final de semana sem chuva? Têm de pagar hora extra para quem não trabalhou cinco dias? Também discutirão a "hora itinere" (hora extra contada a partir do momento em que o trabalhador sai de sua residência). Das oito horas de trabalho são descontadas duas horas gastas no trajeto de casa ao trabalho.

Outra proposta levada à presidenta é a de dobrar a irrigação das terras brasileiras. São 30 milhões de hectares de terras irrigáveis e apenas 5 milhões estão irrigadas. Além disso estão trabalhando para agilizar o registro dos produtos agroquímicos. A sugestão que está sendo levada adiante é a de ter uma nova CTNBio exclusiva para os agroquímicos. Também pretendem montar 5 Zonas de Processamento de Exportações (ZPEs): uma no rio Tapajós, outra no Tocantins, a terceira no Rio Grande do Sul, fortalecer a existente no Ceará e a quinta em Ilhéus (Bahia). Todas com imposto zero para exportar.

É importante perceber que todas as declarações dos novos membros do Ministério da Agricultura dão o Mato Grosso do Sul como inexistente. Estradas, portos, ZPEs, incentivos e toda a imensidão de novos planos não tocam nas necessidades do nosso Estado. Todavia, há de sopesar tal "esquecimento" (talvez proposital) uma vez que os novos governantes do nosso Estado ainda estão procurando quem comandará a Secretaria de Agricultura.

O meio rural, seus novos governantes e as distintas estratégias de salvação
O meio rural, seus novos governantes e as distintas estratégias de salvação

O melhor projeto de reforma agrária do país fica no centro oeste mineiro

Boa qualidade da terra, altitude de 1.000 metros e clima ameno. Estão pensando na região da grande Dourados e Ponta Porã? Pois erraram. Corria o ano de 1970 e o governo militar criou o Plano de Assentamento Dirigido do Alto Paranaíba (Padap). Tido como programa de reforma agrária que deu melhores resultados no país.
Quem começou e ainda é a principal força da produção na região são agricultores descendentes de japoneses. Começaram plantando café, soja, milho, trigo e abacate. À medida que a irrigação foi ganhando espaço, passaram a tentar outras culturas, entre elas hortaliças. Comandam a produção nacional de cenoura, alho, beterraba, batata, cebola e repolho. Ditam os preços desses produtos. Se a oferta deles cair, tende a haver um aumento de preços em São Paulo, o que impactaria o Brasil, porque a capital paulista é um grande centro de distribuição.


É um polo formado pelos municípios de São Gotardo, Campos Altos, Matutina, Ibiá e Tiros. Colhem cenoura o ano todo em uma área de 4 mil hectares e obtém uma produtividade maior que o dobro do resto do país - 75 mil quilos por hectare contra 30 mil quilos. O resultado é a colheita de 40% da cenoura nacional.
Com o alho, a relação é semelhante: dois mil hectares produzindo 18 mil quilos por hectare contra 10 mil quilos nas outras regiões do país. A rotação entre cereais e hortaliças é comum na região. Só em São Gotardo o faturamento somado dos produtores é de cerca de R$ 1 bilhão.


Competem com o interior de São Paulo e com Goiás, dois polos de relevância na produção de hortaliças. Apesar dos riscos da falta de água os produtores se preparam para começar a vender cenoura, alho e outros itens com um selo de origem.


Enquanto tudo isso ocorria em Minas Gerais, no Mato Grosso do Sul destruíram os pivôs que comandavam a irrigação de água em Ponta Porã e em Douradina. Restam apenas tubos caídos. Dois fracassos retumbantes. Até quando importaremos hortaliças mineiras?

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Uma dica gourmet para principiantes

Um dos maiores modismos dos últimos tempos foi parar na cozinha - milhões de homens e mulheres viraram chefs em suas casas e nas dos amigos. Agora surgiu um aplicativo para facilitar ainda mais a vida dos aprendizes de cozinheiros: "Side Chef". Ele reúne mais de mil receitas e mostra como executá-las da forma mais simples possível. Os cozinheiros amadores conseguem até controlar o app por voz quando estão com as mãos ocupadas. Divirtam-se e cozinhem bem.

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Os aplicativos começam a transformar a relação entre clientes e empresas

Algumas empresas já descobriram que ter um aplicativo para celular pode ajudar a impulsionar o negócio. Criar um bom aplicativo, porém, é um grande desafio para os brasileiros. Tres grandes empresas já adquiriram experiência na nova relação cliente-empresa: a rede de cafeterias Starbucks, a Fiat e a Heineken.
O app da Starbucks permite fazer pedidos a distância, pagar pelas mercadorias adquiridas e ainda conhecer o caminho para a loja mais próxima onde retirará as compras. Ao permitir que as compras online e físicas se complementem, a Starbucks está impulsionando o negócio - hoje, 16% dos pagamentos da rede nos Estados Unidos são feitos pelos celulares ( a rede de café ainda não está pronta para oferecer a facilidade no Brasil).
A Fiat adotou outra estratégia, associa sua marca a experiências agradáveis ao criar listas de músicas ou jogos. Seu aplicativo é de longe o conteúdo mais popular nos aplicativos. São sete opções de jogos e 700.000 pessoas já baixaram pelo menos um deles.

A terceira utilização dos apps vem da Heineken. Funciona como um program de fidelidade. A cervejaria dá algo de valor ao consumidor em troca de informações relevantes para o negócio. Cerca de 9.000 consumidores avaliam pelo menos uma vez por mês o atendimento em quase 3.000 bares e restaurantes brasileiros que vendem a cerveja. Eles somam pontos e depois trocam por presentes.

Que tal os nossos supermercados, que ainda adotam sites ultra-atrasados e pouco amigáveis, embarcarem no ritmo e copiarem as três experiências? Só passaríamos por lá para pegar as compras, evitando as filas morosas e, para os proprietários, uma real diminuição no número de caixas.

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