Onde investir em 2017? A volta da força das matérias-primas
Dois ou três anos depois, as matérias-primas voltam a ser uma boa aposta para os investidores. O índice da Bloomberg que mede o sobe e desce das matérias-primas revela uma valorização global de 11,5% desde o início de 2016, uma diferença significativa face à queda de 25% no final de 2015.
Já o termômetro da S&P Goldman Sachs revela um crescimento ainda maior do mercado das commodities. Conforme a consultoria, o crescimento foi de 25% no ano, o melhor desempenho desde 2010.
Para o ano que vem, há boas notícias para os investidores, garantem os analistas. O Citigroup diz: "Não há dúvida de que a maior parte das matérias-primas já tocou no fundo e é provável que os preços continuem a subir".
A subida do preço do petróleo, que parece encaminhada após dois anos de estrangulamento, a estabilização da economia chinesa e os estímulos orçamentários prometidos por Donald Trump (diz que os EUA gastarão muito), serão os fatores de desbloqueio, segundo os analistas, que preveem um equilíbrio entre a procura e a oferta no final de 2017.
A Schroder Commodity Strategy, uma das maiores consultorias no campo das commodities garante que: "Acreditamos que essa subida [das commodities] vai prolongar-se nos próximos anos". E conclui: "Muitas matérias-primas negociam, há algum tempo, abaixo do custo de produção, o que tem provocado cortes na produção e nos investimentos".
"Acreditamos que haverá um reequilíbrio gradual do mercado à medida que o aumento da procura global estabilize" sublinha a Market Watch. No topo das apostas para 2017 estão os minerais e os produtos agrícolas.
Minério de ferro e mercado chinês.
Após uma desvalorização de quase 50% em 2015, o minério de ferro protagonizou uma recuperação impressionante no ranking das matérias-primas, ao quase duplicar de valor. No último dia 7 de dezembro, atingiu US$82,30 por tonelada métrica. Um crescimento de 92% frente à mesma data em 2015. O aumento da procura por parte da China impulsionou a subida.
Produtos agrícolas em ascensão.
Açúcar e trigo são as apostas dos analistas. O valor do açúcar subiu 18% este ano, chegou a 23 centavos de dólar por libra peso. Depois de cinco anos de produção excessiva, especialmente brasileira, a redução das plantações originou o aumento do preço.
Ouro e prata.
Quanto pior o desempenho da economia mundial, mais apetecível se torna o investimento em ouro. O metal amarelo foi valorizado de maneira significativa em meados do ano, na altura do Brexit. Todavia, após a eleição de Trump, vem caindo diariamente. Chegou a atingir dez semanas consecutivas de queda. Para contrabalançar as quedas, o anúncio do aumento de juros pelo FED, tornaram o ouro - e a prata - em investimentos desejáveis. Mas a maioria dos analistas recomendam cautela nesses investimentos.