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Em Pauta

Os "çábios" da prefeitura cortam árvores do Anhanduí

Mário Sérgio Lorenzetto | 24/02/2017 06:58
Os "çábios" da prefeitura cortam árvores do Anhanduí

Uma equipe contratada pela prefeitura cortou inúmeras árvores às margens do Anhanduí, em frente do Hospital Regional. Essa prática mostra a existência de dois pensamentos conflitantes em nossa cidade. Ampla maioria considera o corte de árvores uma atitude de trogloditas. E por mais que o corte tenha sido realizado em consonância com as normas, é de extrema ilegalidade.

Mas, há os "motosserras" contumazes. Para eles, as árvores impedem o progresso, atrapalham e encarecem serviços públicos e privados. É a eterna "Lei de Gérson". A mais importante lei do Brasil. Uma imensa quantidade de pessoas que só pensa em suas vantagens, sem se importar com o futuro, que chegará amanhã. Ou pior, cortam as árvores para que as enchentes sejam ainda piores e se façam necessários serviços e obras mui interessantes para seus bolsos.

Esta coluna já demonstrou que as enchentes só existem em nossa cidade devido ao corte acelerado de árvores. E, inesperadamente, continuam usando as motosserras em nossos direitos mais comezinhos. Temos o direito de não sofrer com as enchentes. Aliás, a venda de motosserras deveria ter normas rígidas de fiscalização, funcionam como dinamites do meio ambiente.

É possível depositar votos de confiança na administração do Marcos Trad. Acreditar que o prefeito não tinha conhecimento desse absurdo. Não seria a primeira vez que um empreiteiro "genial" cortaria árvores. Essa gente odeia o meio ambiente. Não duvido que odeiem as pessoas. São os homens que só amavam o dinheiro. Mas, caso não seja uma atitude tresloucada dos administradores, providências devem ser adotadas imediatamente para recuperar a pequena mata perdida.

Os "çábios" da prefeitura cortam árvores do Anhanduí

Terra morta

A terra morta está ali, mas nossos governos, ao longo do tempo, não se importam. Nem sequer fazer mapas oficiais mostrando a terra morta. Como se o problema não existisse. Mas a terra morta é um terror para quem nela vive ou dela tem de viver. O crescimento acelerado de nossas favelas e da parte da periferia mais empobrecida, também é originário dessas terras.

As opções são sempre as mais fáceis (ou mais lucrativas para alguns) na hora de promover a reforma agrária - comprar terras, vendidas como produtivas (nem sempre o são). Não se conhece uma proposta que vise recuperar terras mortas, muito mais baratas, e promover o uso social da terra. Não a reforma agrária para brancos estaria resolvida, mas a premente reforma agrária para indígenas poderia ser solucionada.

O último estudo do uso de terras que se conhece é o Censo Agropecuário de 2006. Diz que o Mato Grosso do Sul dispõe de 33.760 hectares, distribuídos em 724 fazendas, de terras degradadas (erodidas, desertificadas ou salinizadas). Tem mais. Esse mesmo censo afirma que temos 551.325 hectares, distribuídos em 5.356 fazendas, de terras inaproveitáveis para a agricultura ou pecuária - são terras pantanosas, areais e pedreiras. A somatória dessas terras dá 585.085 hectares.

Muitos deles, efetivamente, são aproveitáveis apenas a um custo elevadíssimo. Mas, uma parcela importante desses 585 mil hectares são facilmente recuperáveis. Basta ter vontade e baixo investimento. Mas vontade é algo raro em governos.

Os "çábios" da prefeitura cortam árvores do Anhanduí

Ministério do Trabalho: indústrias não serão mais autuadas em primeira fiscalização

O Ministério do Trabalho, após longa negociação com as indústrias, criou norma para que as indústrias não sejam autuadas ou ter equipamentos e máquinas interditados em primeira visita da fiscalização, por estarem em desacordo com normas de segurança e saúde. Os auditores fiscais do trabalho terão que preencher um termo de notificação com prazos de até 12 meses para a correção de irregularidades. A mudança foi estabelecida por meio da Instrução Normativa 129, editada em janeiro. Passa a orientar mais do que punir.

Em 2010, foram criadas 300 novas normas para o parque industrial brasileiro estabelecendo requisitos para a prevenção de acidentes e de doenças do trabalho. Essas novas normas atingiram inclusive maquinários que já existiam nas fábricas. Com isso, à partir dessa data foram lavradas mais de 60 mil multas, além de 9.400 embargos de máquinas.

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