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Em Pauta

Os "favores da cabeça", o que Portugal fez com o ouro brasileiro

Mário Sérgio Lorenzetto | 06/09/2022 07:55
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A cabeça era o rei. Logo abaixo, vinham a igreja e a nobreza. Nos pés, estavam a plebe e os escravos. Esse era o conceito português de governar, de dividir as benesses do cofre. Se havia fortuna, buscavam a divisão entre os três da parte superior do corpo governamental. Depois de muitas lutas, escreveram um manual para dividir as fortunas que entraram nos cofres lusitanos. "Advertimento dos meios mais eficazes e convenientes que há para desempenho do patrimônio real", foi titulada a obra que levou paz aos mandatários portugueses. Bem dividir, entre a elite, para reinar.


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140 toneladas de ouro para construir um convento.

A maior obra construída pelos portugueses foi o gigantesco Convento de Mafra, que empregou 40 mil homens e consumiu 140 toneladas de ouro saídas de suas colônias. Correspondia a vinte anos de arrecadação do ouro brasileiro. Essa foi apenas a maior parte do ouro que Portugal extraiu de suas colônias, mas houve outros desvarios. Para visitar o Papa, em Roma, construíram dezenas de carruagens de ouro puro. Os reizinhos também se esmeravam em presentes. Só para um cardeal de nome Pereira e Cunha presentearam 50 dúzias de pratos de ouro.


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Só fizeram um investimento no Brasil.

Nomearam Alexandre de Gusmão, brasileiro nascido em Santos, para o Conselho Ultramarino, a mais alta instância do governo português. A missão de Gusmão era a de assinalar nos mapas existentes as andanças dos portugueses junto com os Tupi-Guaranis. Depois, reuniu argumentos para transformar papéis e mapas em documentos eficazes para criar as fronteiras nacionais. Completou o trabalho com o envio de espiões para as zonas fronteiriças com a missão de criar relatos e mapas favoráveis às pretensões lusitanas, em detrimento dos interesses espanhóis. Em suma, o ouro brasileiro só nos legou estudos para termos imensas fronteiras. As toneladas de ouro viraram "desbunde", desperdiçadas em tolices.

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