Os virgens-problema e a sociedade japonesa
Um em cada quatro japoneses solteiros nunca teve relação sexual. São muitos milhões. Se um homem japonês continua solteiro depois dos 30 anos, as chances dele casar são irrisórias: 3%. Esses números, somados à baixa natalidade, ao envelhecimento da população, à precarização dos empregos, ao maior protagonismo feminino e ao quase desaparecimento dos casamentos arranjados, criaram um dos mais importantes problemas sociais japoneses: o virgem-problema.
A virgindade como problema social.
Dizer que a virgindade é um problema social é um tanto inusitado. No Brasil, nem nos pesadelos malévolos de alguma ministra. Mas no Japão esse cenário é problemático porque está se criando um contingente de homens ressentidos e agressivos. Eles começam a buscar válvulas de escape perigosas.
A xenofobia como escape à falta de sexo.
Um dos principais grupos de virgens-problema passou a se dedicar a atacar chineses e coreanos. A agressividade é a regra. Esse grupo busca por pertencimento. Os virgens tentam postar o que rende mais comentários para ter contato e aceitação. Tal como no Brasil, até pouco tempo atrás o que rendia eram os comentários esquerdistas. Hoje, a xenofobia tomou conta.
A violência dos "incels".
Criaram uma denominação para todos virgens do mundo, eles são os "incels". São os membros de uma subcultura virtual que são incapazes de encontrar parceiro romântico ou sexual, apesar de desejarem ter. É um estado que descrevem como "inceldom". E eles já estão presentes no Brasil. O ato mais horripilante e famoso de um incel ocorreu com um canadense. Após postar no Facebook: "A rebelião incel já começou", atropelou dez pessoas em Toronto. Deveriam criar um movimento: "Moças dispostas a acabar com os incels".