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JULHO, QUARTA  17    CAMPO GRANDE 20º

Em Pauta

Primeiros automóveis chegaram em C.G. desmontados em caixas

Mário Sérgio Lorenzetto | 08/09/2022 06:30
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Diziam que o Ford-Bigode e a foice desbravaram as matas de nosso Estado. Também afirmavam que o Ford-Bigode era o zebu dos automóveis, tamanha era a admiração que impunha. Ao que tudo indica, o primeiro automóvel a andar pelas ruas lamacentas de Campo Grande foi um Ford desse tipo, pertencente a Luis dos Santos. Há uma declaração, todavia, que antes do Ford do Luis dos Santos, um inglês, denominado Mr.Burr, teria trazido o primeiro automóvel. Não há nenhuma informação que esclareça como esses veículos chegaram aqui.


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Desmontado e encaixotado.

Causa espanto saber que os primeiro automóveis aqui chegaram desmontados e encaixotados. Era tanta madeira guarnecendo um carro que bastavam dois caixotes para construir uma casa. O primeiro "montador" de Ford-Bigode foi Luis dos Santos. Montou uma oficina na rua Barão do Rio Branco, entre a Calógeras e a 14 de julho, em um amplo terreno. Narram que as pessoas tinham medo de usar tais carros, porque eram "extremamente perigosos".


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A primeira empresa de transporte de passageiros cobrava um boi.

Foi de Luís dos Santos a primeira empresa de transporte de passageiros. O transporte era feito por esses fordecos, Luis chegou a ter oito deles. O carro não possuía porta-malas e era preciso carregar, além dos passageiros, as caixas de gasolina nos estribos. Cada caixa guardava 40 litros de combustível. Não havia lugar para abastecer um veículo. As viagens eram feitas pelos campos da Vacaria até a fronteira. Eram reservadas à elite, o trajeto até Ponta Porã levava doze horas e custava o equivalente ao preço de um boi. Luís dos Santos, o pioneiro dos automóveis, foi assassinado por um sócio em Maracaju.


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Pneus cheios de capim.

Diziam que esses pequenos automóveis foram os verdadeiros precursores de nossas estradas. Eram eles que rasgavam as trilhas. Um motorista tinha de ser obrigatoriamente mecânico pois não havia quem os consertasse. Também tinha de remendar os pneus até que a câmara explodisse, nesses casos, a solução era encher os pneus de capim. Também deveria ter boa memória, para recordar as trilhas; boa orientação e saber nadar, não foram raros os casos desses automóveis "afogarem" nos rios.


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Subindo morros em marcha-a-ré.

Como esses Fordinhos não dispunham de bomba de gasolina e o combustível só chegava ao carburador por gravidade, não havia como subir pequenos morros. A saída, inimaginável nos dias atuais, era subir de marcha-a-ré. E quando chegava em uma trilha que permitia desenvolver maior velocidade, a capota se soltava. No frio,  era congelante.

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