Procura-se país competitivo para futuro investimento
Atração de investimentos, eis o anseio repetido até a exaustão por qualquer responsável político, desde um ministro a um secretário estadual. Um desejo legítimo e saudável, uma vez que é dos investimentos, especialmente dos de grande dimensão, que surgem os meios para criar empregos, reproduzir riqueza e financiar os serviços públicos que necessitamos.
Mas, questiona-se, será que todos têm a real noção das condições estruturantes para tornar um país ou um Estado apelativos para atrair os tais ansiados investimentos? Esta não é, seguramente, uma ciência oculta.
No fim do ano passado, foi apresentado pelo Fórum Econômico Mundial a atualização do seu ranking global de competitividade. O Brasil caiu para a posição 81. Há 80 países em melhores condições que as brasileiras para receber dinheiro de estrangeiros. O legado do governo passado é ainda pior que essa posição. Em quatro anos perdemos 33 posições, algo jamais visto na história do ranking. Uma destruição da competitividade típica de países em guerra.
A competitividade é estudada pelo Fórum Econômico de forma holística, abrange um conjunto de áreas. Estuda as instituições e seu funcionamento, o nível de regulação, as infra-estruturas, a educação, os mercados de trabalho, a fiscalidade, a inovação e tecnologia, entre outras que, objetivamente, tornam alguns países mais atrativos e apelativos que outros.
Sem querer entrar em detalhes, incabíveis em uma coluna, o Brasil só desponta como ilha de competitividade pela atuação econômica do atual governo e a pretensão das reformas propostas. Carrega, historicamente, desde que a população começou a migrar da zona rural para as cidades, um crescente mercado de consumo (em fase de recuperação do coma) e uma gigantesca, porém anárquica, economia.
É nesse tripé - reformas governamentais, tamanho do mercado consumidor e da economia - que se assentam as boas possibilidades de investimentos estrangeiros. No demais quesitos, os governos anteriores deixaram uma esteira de destruição, algo semelhante a uma bomba nuclear na nossa economia.
Competitividade do Mato Grosso do Sul.
Pode parecer estranho uma vez que nosso Estado pertence ao Brasil. Mas, é simples, inverta os dados brasileiros que teremos a condição de competitividade do Mato Grosso do Sul. Em um recente estudo nacional, realizado pelo Centro de Liderança Pública, somente São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Distrito Federal e o Espírito Santo, estavam à nossa frente.
Essa boa posição do MS já vem desde há seis anos e continua melhorando. Ao contrário do Brasil, gozamos de bom posicionamento geral. Por outro lado, também ao contrário do país, temos um diminuto mercado de consumo e uma economia de tamanho médio.
A hipocrisia do marketing do bem.
Esse marketing é, antes de tudo, uma derivação da esquerda empacotada vendida para empresários com fortes dores na consciência - uma parte do corpo humano difícil de ser encontrada. Vai bem em palestras caras. Vai bem em manifestações públicas pela fabricação e uso indiscriminado de armas. Para eles, basta plantar algumas árvores que estarão salvando o mundo. Encham o mundo de armas e árvores e o salvarão. Nesse mundo de Deus e do Diabo, tudo pode, contanto que paguemos a fatura.
A substância primeira da moral pública sempre foi a hipocrisia porque a mentira sustenta o cotidiano quase o tempo todo. É quase uma forma de boa educação em almoço familiar dos domingos. O marketing do bem nega esse fato afirmando que o bem pode ser um produto que acompanha o cheque especial. Sendo o marketing do bem uma derivação do pecado capital da vaidade, sua primeira intenção é obscurecer as dimensões contraditórias da realidade. Por exemplo, querem nos convencer que é possível tornar felizes as 7 bilhões de pessoas que habitam o planeta. Todos sabem da insustentabilidade desse desejo em nível de massa.
Sabe-se há muito tempo que a esquerda é um fetiche do capitalismo. A verdade desse fato se encontra, antes de tudo, na publicidade dos bancos e na adesão dos publicitários ao discurso do bem social e politico. Negar o lucro como valor absoluto do capitalismo é uma das marcas mais avançadas do marketing do bem. "Afinal, as empresas existem para criar o bem, o lucro que se dane". Não há hipocrisia maior.