Relatório nada sigiloso da Prefeitura de Campo Grande
Passados 40 dias de efetivo exercício de suas funções, os secretários escolhidos pelo prefeito Marquinhos Trad construíram um perfil para seus assessores e funcionários de carreira. A ideia inicial é a de que o Marquinhos "empurra" a administração, dá a velocidade necessária para a cidade sair dos inúmeros buracos e rombos deixados pela administração Bernal/Olarte.
O núcleo "duro", os assessores mais ouvidos pelo prefeito é constituído pelo quarteto formado por Alexandre Ávalo, Antônio Lacerda, Lidiane Kober e Dante Filho. Seus irmãos, Nelsinho e Fabinho, compõem a assessoria "extra campo". É esse o sexteto mais demandado por Marquinhos.
As esperanças de sucesso imediato estão depositadas sob dois ombros - as pastas de saúde e obras são as escaladas no primeiro momento. E estão correspondendo às expectativas. Marcelo Vilela, secretário de saúde, tem sólida formação acadêmica e longa experiência em hospitais e centros de saúde. Está surpreendendo os funcionários da pasta pela capacidade organizacional e com a facilidade de convivência. Há muito a prefeitura perdeu as referências e articulação nesse setor. Está recuperando. Capacidade assemelhada se dá nas obras. O novo secretário pouco fala e muito resolve. Está conquistando os funcionários e a comunidade percebe o avançar de seus serviços.
A dupla crítica ficava por conta dos secretários de administração e planejamento das finanças. Evelyse Oyadomari era um peixe fora da água. Criou indisposições com a maioria dos secretários e foi "saída". Não retornará, apesar da elegância do prefeito e da ex-secretária de apresentar "motivos pessoais e de saúde" para a demissão. Pedro Pedrossian Neto não decepcionou o corpo técnico que o assessora pela capacidade de trabalho. Vai bem nesse quesito.
As críticas aparecem com o tempo que destina às entrevistas. Vem sendo chamado dentro de sua secretaria de "Aparecido Pedrossian". Conforme seus funcionários, não pode ver um veículo de imprensa, deixa o trabalho para as entrevistas. Aparece mais que o prefeito. Precisa corrigir o mau hábito. Vem despertando a atenção dos vereadores e deputados estaduais como um provável concorrente.
Ilza de Souza, na educação, José Marcos da Fonseca, no desenvolvimento urbano, e Lauro Davi, na previdência, são considerados os "secretários submersos". Afogados no trabalho. Assumiram o encargo de desativar bombas armadas para explodir com o tempo. Marquinhos terá, ao longo dos meses, de tomar decisões vitais nessas três áreas.
Governantes amadores
Enquanto os governos, os políticos e a própria sociedade não se pautarem por políticas publicas consistentes, sempre seremos pegos de surpresa por crises em todas as áreas governamentais. Elas apenas saem de pauta. Para retornar em seguida.
Mas o que são políticas públicas consistentes? Em primeiro lugar são aquelas que se guiam não só pelo curto prazo, mas que miram, fortemente, as questões de longo prazo. É muito mais fácil resolver uma dificuldade conjuntural se houver um desenho mais amplo, intertemporal, das políticas públicas.
Todos sabíamos que a situação da Previdência só pioraria com o tempo porque o país não estabeleceu arranjos de longo prazo, levando em conta suas mudanças demográficas. Todos os especialistas sabem que o Brasil terá um apagão de professores nos próximos dez anos. O Brasil e os Estados estão se preparando para que esse novo desastre não ocorra? As respostas dadas pelas autoridades revelam o desconhecimento das causa da crise nas prisões. construir mais presídios não é de todo inútil. Mas não atuará sobre a prática tresloucada do encarceramento. Os governantes saberiam disso se acompanhassem a evolução mensal do aprisionamento. Porém, hoje, não existe um só censo fidedigno da população prisional. O aumento de impostos se tornou um tema cansativo. Aumentam todo dia. Não sabem o mal que fazem contra os próprios cofres públicos.
Bons governos são aqueles que estão sempre com antenas ligadas em busca de práticas bem sucedidas de gestão e resolução de problemas. Uma estrutura governamental consistente tem de ter gente capacitada acompanhando o que está acontecendo em outros lugares. Temos apenas governos de ocasião.
Fim de uma era: fecham rádios AM e FM, abrem rádios digitais
Foi dada a largada. Sob os olhares de todos os países, a Noruega se tornou o primeiro a tirar do ar o sinal FM. O desligamento começou na manhã do dia 11 de janeiro. Tudo indica que será um adeus definitivo ao sinal FM ( a sigla de origem inglesa vem de Frequência Modulada).
O governo norueguês estima que a digitalização das rádios gerará uma economia anual de US$ 25 milhões. O custo de retransmissão pela rádio FM é oito vezes maior que pela rede de retransmissão digital de áudio. A maior parte da economia é devida à menor despesa com energia elétrica. Com a rádio digital, os ouvintes ganharão em qualidade de áudio e um conteúdo mais diverso e plural.