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Em Pauta

Se deseja ser advogado ou juiz, aprenda a programar

Mário Sérgio Lorenzetto | 02/02/2018 08:54
Se deseja ser advogado ou juiz, aprenda a programar

Logo não fará falta irmos a um cartório a cada vez que se queira validar um contrato. Existirão menos pleitos, e portanto, menos trabalho para juízes e advogados. Serão firmados e executados automaticamente acordos de validade legal, que nos levará a não nos preocuparmos com muitos processos jurídicos. Tudo isso acontecerá com o advento dos "smarts contracts" (contratos inteligentes), que prometem revolucionar o mundo das leis.
Um smart contract é um código ou protocolo informatizadoque permite que se cumpra uma ordem pré-estabelecida quando se cumpram uma série de pressupostos. Essa ordem (ou contrato) é ativada por sí mesma, o software sem a necessidade de mediação de terceiros. Pode soar enviesado, mas no fundo se trata de traduzir fórmulas lógicas daquilo que foi acordado entre as partes. O exemplo clássico: se, e só se A recebe a quantidade X de B, então B adquire a titularidade do bem Y que até esse momento era de A. Qualquer contrato que inclua alguma condição - e todos os contratos obrigatoriamente têm condições - é suscetível de ser codificado.
Pode-se atribuir a Nick Szabo a autoria do conceito de smart contract, do que começou a falar em 1994. A ideia ficou em "standby" até que os protocolos e a tecnologia "blockchain" colocaram sobre a mesa a estrutura necessária para pô-la em marcha. Só em "Etherum", a maior plataforma do mundo para esse tipo de acordo, já estão subscritos mais de 12 milhões. E isto está apenas começando. É claro que tudo atrasa no Brasil. Também é claro que o entendimento das leis no nosso país são tão fugazes como as nuvens. Mas, em um dado momento a segurança dos contratos terá de ser admitida pela maioria.

Se deseja ser advogado ou juiz, aprenda a programar

Lady Bird, o filme mais elogiado da história, estreará em abril.

Mais elogiado que o "Poderoso Chefão", Lady Bird conseguiu uma façanha: nota 100 no "Rotten Tomatoes" (Tomates Podres), um site que copila as criticas profissionais com as do público em geral. Poderoso Chefão recebeu nota 99. A façanha torna-se ainda maior com o baixo custo do filme, foram gastos apenas US$10 milhões para rodar o drama juvenil, uma ninharia para os padrões de Hollywood.
Lady Bird é o primeiro filme da atriz e roteirista Greta Gerwig, de 34 anos. O que conta Lady Bird para merecer tamanha aclamação? O filme, situado em 2002, narra a história de Christine, uma adolescente que estuda em uma escola católica. A jovem têm uma relação conflitiva com seus pais e inicia namoro com um músico. Aparentemente mais uma historieta norte americana para vender momentos de prazer para a rapaziada. Mas a crítica diz o contrário: um grande filme! Os próximos meses dirão se está apta para receber um Oscar e faturar centenas de milhões de dólares nas bilheterias.

Se deseja ser advogado ou juiz, aprenda a programar

O resgate épico de uma imensa biblioteca africana.

Desta vez os extremistas religiosos perderam a contenda. Quase 400 mil livros africanos, em árabe, que datam do século XIII até o XX, foram resgatados no Mali, retirados do perigo terrorista. Tudo começou em 2012. Ao mesmo tempo que os terroristas ocupavam o norte do Mali, uma força-tarefa corria para retirar os livros dessa região. Os papéis foram saindo em uma operação de resgate camuflados em canoas, carros e ônibus.
Os estudiosos já sabiam da existência desses livros mesclados de línguas africanas com o árabe. Mas ninguém imaginava que o volume fosse tão grande. Eles são escritos em pulaar, bámbara, songhay, tamahek, soninké , bobo, hassania, bozo e wolof. Todas línguas africanas que julgavam que eram apenas faladas. Um preconceito que custou caro para o conhecimento de como eram ricas e cultas muitas das sociedades africanas do passado. Há poemas, tratados teológicos, crônicas históricas , registros de enfermidades e informes de guerra. Estão sendo catalogados e digitalizados. Serão colocados à disposição dos estudiosos e do público pela ONG africana Savama que conta com apoio da Unesco, Fundação Ford e cooperação suíça e alemã. Enfim, começa a ruir mais um muro do racismo tresloucado. Acabou a lenda de que africano não sabia escrever.

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