Sem dúvida, a política é assunto dos macacos
Mário Sérgio Lorenzetto | 10/08/2022 08:10
As raízes da política são mais antigas que os humanos. Isso ficou demonstrado graças ao trabalho "A política dos chimpanzés" de Frans de Waal, um livro onde o cientista holandês nos ilustra acerca das condutas simiescas herdadas de nossos parentes mais próximos. Por isso, quando Aristóteles afirmou que somos animais políticos, ninguém o contestou.
Esconder intenções e falsidades não é algo de Maquiavel.
Nos últimos dias, se tornou imprescindível compreender certos comportamentos humanos no que se refere à política. Esconder intenções e muitas falsidades não é algo que Maquiavel tenha inventado para uso de todas as pessoas que ambicionem um cargo. Já era, há milênios, uma conduta comum nas comunidades de macacos.
Nos últimos dias, se tornou imprescindível compreender certos comportamentos humanos no que se refere à política. Esconder intenções e muitas falsidades não é algo que Maquiavel tenha inventado para uso de todas as pessoas que ambicionem um cargo. Já era, há milênios, uma conduta comum nas comunidades de macacos.
Como se formam as alianças políticas?
O livro de Frans de Wall comprova como se formam as coalizões, as alianças políticas, os bandos. Ao contrário do que pudéssemos pensar, não surgem por causa de alguma violência em um conflito. As coalizões são calculadas. Em uma pesquisa de longos anos no Kenia para observar a conduta dos babuínos, os primatólogos Irven de Vore e Ronald Hall, descobriram que o status de chefe do bando não era conquistado pela sua força para lutar. As alianças eram conseguidas pela capacidade de ter relações de colaboração com babuínos de hierarquias inferiores à sua. O chefe é o maior articulador, o melhor comunicador. E descobriram ainda mais. O motivo principal das alianças políticas era ter o controle de todo aquele que se rebela. Se observamos bem, nós humanos seguimos a mesma pauta.
O livro de Frans de Wall comprova como se formam as coalizões, as alianças políticas, os bandos. Ao contrário do que pudéssemos pensar, não surgem por causa de alguma violência em um conflito. As coalizões são calculadas. Em uma pesquisa de longos anos no Kenia para observar a conduta dos babuínos, os primatólogos Irven de Vore e Ronald Hall, descobriram que o status de chefe do bando não era conquistado pela sua força para lutar. As alianças eram conseguidas pela capacidade de ter relações de colaboração com babuínos de hierarquias inferiores à sua. O chefe é o maior articulador, o melhor comunicador. E descobriram ainda mais. O motivo principal das alianças políticas era ter o controle de todo aquele que se rebela. Se observamos bem, nós humanos seguimos a mesma pauta.
As fêmeas elegem o mais débil.
Em outro curioso estudo, as fêmeas de um grupo de gorilas tiveram um papel muito importante na hora de escolher o líder do grupo. Escolheram o mais débil. Isso desencadeou uma raiva enorme no gorila mais forte que tentou surrar o mais débil. No momento do combate, as fêmeas saíram furiosas em defesa de seu líder, ferindo o gorila mais forte. Só não morreu porque foi separado do grupo. Uma lição atualíssima para os humanos brasileiros. Os macacos foram os pioneiros. Milhões de anos depois chegaria Maquiavel para converter em ciência a política dos chimpanzés.
Em outro curioso estudo, as fêmeas de um grupo de gorilas tiveram um papel muito importante na hora de escolher o líder do grupo. Escolheram o mais débil. Isso desencadeou uma raiva enorme no gorila mais forte que tentou surrar o mais débil. No momento do combate, as fêmeas saíram furiosas em defesa de seu líder, ferindo o gorila mais forte. Só não morreu porque foi separado do grupo. Uma lição atualíssima para os humanos brasileiros. Os macacos foram os pioneiros. Milhões de anos depois chegaria Maquiavel para converter em ciência a política dos chimpanzés.