No lugar certo "sem querer", campo-grandense registra dia de luto no Vaticano

Uma  viagem longa da China ao Brasil colocou o empresário campo-grandense Antônio D'Ornellas no lugar certo, na hora certa. Ele fez uma parada de dois dias em Roma e acabou vivendo parte da história da comunidade católica.

No dia da morte do papa Francisco, Antônio está no Vaticano, ao lado de milhares de turistas pegos de surpresa pelo falecimento do pontífice. "É o tipo da coisa que a gente pensa: vou poder contar para os meus netos que participei desse momento", comenta.

Com dois amigos, ele conta que o roteiro seria outro nesta segunda-feira, mas a triste notícia pela manhã fez tudo mudar. O primeiro destino combinado era Cássia, a 132 quilômetros de Roma. "Estávamos na estrada, indo para Cássia, a cidade de Santa Rita de Cássia. Ai ficamos sabendo e resolvemos voltar para o Vaticano", explica.

Tudo hoje é registro histórico nas mãos de Antônio: o movimento na Praça São Pedro, na Basílica de mesmo nome e nos arredores do Palácio Apostólico, onde fica a residência oficial dos papas.

A data deixa prédios e símbolos ainda mais significativos, mostra o empresário, ao fotografar a Porta Santa da Basílica de São Pedro, aberta por Francisco em 24 de dezembro de 2024, um rito a cada 25 anos da Igreja Católica e que simboliza a passagem da vida antiga para uma nova vida em Cristo .

Na paisagem já conhecida como um dos pontos turísticos mais visitados do mundo, o luto começa a surgir em detalhes. "A guarda suíça está usando boina preta", relata Antônio, ao enviar imagens também da imprensa aglomerada na fachada dos aposentos de Francisco.

Na praça, uma grande foto do papa chama para a primeira homenagem pública. "In piazza San Pietro sarà recitato un Rosario in suffragio di Papa Francesco", na tradução: "Na Praça São Pedro será rezado um terço em sufrágio do Papa Francisco." Será uma oração oferecida em intenção da alma do Papa falecido, às 19h30 de Roma, 13h30 de Campo Grande.

Antônio e os amigos embarcam hoje à noite para São Paulo e depois Campo Grande, com mais essa história para contar. "Nunca tinha acontecido nada parecido comigo", lembra.