Tato: a ciência quase desconhecida do tesão
Amontoados em nossa pele - na derme - há uma variedade de receptores que nos põem em contato com o mundo. Esses receptores, ainda que bem estudados pelos cientistas, são quase desconhecidos do grande público. Se uma brisa leve bate em teu rosto, você é informado disso pelos corpúsculos de Meissner. São conhecidos como os "corpúsculos do tesão". Quando encosta em um metal quente, os corpúsculos de Ruffini fazem soar o alarme. As células de Merkel reagem à pressão constante e os corpúsculos de Pacini, à vibração.
Tesão é com o corpúsculo de Meissner.
Os corpúsculos de Meissner são os prediletos de todos, ainda que não saibam. Eles detectam o contato mais leve e são particularmente abundantes nas zonas erógenas - áreas do corpo onde sentimos o tesão - e em outras de sensibilidade acentuada: pênis, clitóris, língua, lábios, dedos e assim por diante. Há algumas pessoas que sentem tesão particularmente nos pés. Adivinhe quem está por lá em enorme quantidade? Esse corpúsculo foi descoberto pelo anatomista alemão Georg Meissner, no longínquo 1.852.
Estranho, muito estranho.
Esses receptores são intrinsecamente ajustados para permitir que você sinta o mundo. O corpúsculo de Pacini é fenomenal. Consegue detectar um movimento levíssimo de 0,00001 milímetro - praticamente nulo. Mais do que isso, eles nem precisam estar em contato com o material que interpretam. Quando você enfia a pá no cascalho ou na areia, percebe a diferença entre os dois, mesmo tocando só na pá. Mas há uma falta curiosa: não temos receptores para umidade. É por isso que, ao sentar no molhado, em geral não sabemos dizer na hora se o lugar está mesmo molhado ou apenas gelado.
Os “sem tato” e os “com tato“.
Há outra estranheza quanto a esses corpúsculos, tendem a estar mais ou menos na mesma quantidade no corpo humano, independente de seu tamanho. Assim, as mulheres são muito mais dotadas de sensibilidade tátil com os dedos, mas só porque tem mãos menores e, assim, uma rede mais densa de sensores.