Uma surpresa chamada Portugal. A grande energia
Após dezenas de anos desaparecida nas brumas dos maus tempos, Portugal volta a ocupar as manchetes dos jornais europeus com uma façanha surpreendente: é tido como o povo com mais energia para superar a crise econômica e bem educar suas crianças.
No próximo domingo os portugueses vão às urnas. Durante os últimos seis anos, a imagem do país mudou radicalmente, até parecer exagerada. Como um povo que mal tinha dinheiro para comprar seu tradicional pão com chouriço, que estava em bancarrota, passou a dirigir a ONU, o Eurogrupo e ainda ganha a Eurocopa de futebol? E o mais importante, seu povo vive em boas condições econômicas e deu salto na educação, e isso país algum tinha conseguido em tão pouco tempo.
Como é esse novo português?
A definição que eles se dão é que passaram a ser um povo pacifico e cordato. Mas o novo português tem um segredo econômico: dispõe da maior mina europeia de lítio. Apesar de que seus planos de extração vem gerando polêmicas ecológicas. É claro que com um bom dinheiro nos cofres governamentais, todos se ponham a ser "pacíficos e cordatos". Mas há muito mais do que meras explicações de fundo econômico. Eles dizem que têm todas as noites tranquilas. A escassa delinquência se reduz a alguns roubos. Nada de violência e nem delitos de sangue. Mas isso tem uma explicação: Portugal é exemplo de como tratar da questão do narcotráfico. Muitos países estão copiando suas ações que liberaram a maconha e construíram hospitais para tratamento dos drogados.
As estradas são construídas com auxílio de técnicos da Fórmula 1.
Eles afirmam que as últimas estradas que construíram são as mais prazerosas do mundo para se dirigir. Para chegar a isso, contrataram um desenhista de circuitos de Fórmula 1, outro de montanhas russas e um físico quântico, que fixou o algoritmo mágico do nirvana da condução: 11 segundos em reta para um segundo em curva.
O povo que mais consome vinho quer vencer os campeonatos de enologia.
Tradição e modernidade. Esse o caminho que os fabricantes de vinho portugueses estão tomando para tentar vencer os campeonatos de enologia. Atualmente exporta 70% de suas garrafas e quer mais, muito mais. Afirmam que o português peca por sua humildade excessiva. É que esse tempo passou. Precisam ambicionar mais.
Há dois anos os incêndios açoitaram suas terras. Tudo aconteceu em favor da tragédia. Vários focos de fogo ao mesmo tempo e um vento inacreditável que fazia 360 graus sem parar. Morreram queimadas 66 pessoas. Mas esse desastre nacional serviu como lição. Hoje, os portugueses dispõem dos melhores apetrechos de combate ao fogo do mundo.
Agricultura 4.0 e reforma agrária ao revés.
Suas plantações estão entre as que dispõem de maior tecnologia na Europa. Controlam eficazmente a umidade, as pragas e os fertilizantes com sensores e drones. Abrem as portas de suas "fincas" - fazendas, no linguajar português, para as ONGs que antes os denunciavam por uso exagerado de pesticidas e de fertilizantes. Esse embate entre agricultores e ambientalistas é residual. Afirmam que lá só admitem a agricultura 4.0, que significa o uso de robôs, a aplicação de "blockchain" e todas tentam atrair turistas.
Portugal foi talvez o único país que fez uma reforma agrária ao revés. Terra de latifúndios que, depois da revolução dos cravos (1974), foram expropriados em favor dos trabalhadores rurais que nelas trabalhavam. Mas nos anos noventa, boa parte dessas terras foram devolvidas à seus proprietários.
Há muito mais nessa nova Portugal. Mas o que vem deixando o português, torcedor de futebol ou não, ainda mais orgulhoso é a sucessão "do trono". Para eles, sai o Rei Cristiano Ronaldo, entra o Príncipe João Felix.