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Em Pauta

Vivemos um "almoço no topo de um arranha-céu"

Mário Sérgio Lorenzetto | 22/01/2017 08:24
Vivemos um "almoço no topo de um arranha-céu"
Vivemos um "almoço no topo de um arranha-céu"

É preciso aceitar um fato insuperável: o voluntarismo populista irresponsável praticado a partir de 2012, ajudado pela expansão do crédito com aval da União concedido aos Estados, que, em sua maioria, os tomaram para "investimentos", mas os usaram para contratar e aumentar os salários dos funcionários públicos, colocou em estado falimentar a União, muitos Estados e os maiores municípios. A recessão iniciada no primeiro semestre de 2014 completou o quadro: as quedas das receitas atingiram a todos e a tudo.

Agora, gregos e troianos comemoram, respectivamente, com maior ou menor entusiasmo, a rápida redução da taxa de inflação acumulada nos últimos 12 meses. Ela caiu de 10,7% em dezembro de 2015, para 6,3% em dezembro de 2016. Não é pouco. Mas ainda falta muito.

É certo que a situação é hoje muito melhor. É hora de nos concentrarmos na aprovação de pequenas, mas necessárias, medidas microeconômicas que impactam diretamente a produtividade do trabalho. É hora de buscarmos os caminhos para a criação de empregos.

Até há bem pouco tempo, a foto icônica de Charles Ebett, "almoço no topo de um arranha-céu", era a visão do país. Imensa insegurança, onde apenas uma pequena lufada poderia nos levar ao chão de uma altura de uma centena de metros. Apesar dos imensos problemas - epidemias, desemprego, investigações, péssima educação - saímos da viga de aço que nos sustentava vivos. Passamos aos primeiros "almoços em terra firme".

Vivemos um "almoço no topo de um arranha-céu"

As dietas detox causam cálculos renais.

Enfiou o "pé na jaca" nas festas de fim-de-ano? Exagerou na comida e na bebida? Agora, deseja reparar os danos causados ao corpo pelos excessos de açúcar, gorduras e álcool e passa por uma dieta detox. A ideia pode soar lógica, mas é simplista e incorreta. Existe a possibilidade de que, ao invés de melhorar, piore tuas condições de saúde.

Isso é o que conta Edzard Ernest, professor emérito de medicina da Universidade de Exeter e autor de estudos que visam combater a pseudociência médica. O professor explica que hoje, coexistem duas teses para definir o conceito "desintoxicação": uma é respeitável e a outra, não.

A respeitável se refere ao tratamento médico que devem se submeter as pessoas com dependência de drogas ou de álcool. O outro conceito é o "empregado por empresários, curandeiros e charlatães, com a intenção de vender um tratamento falso que supostamente libera teu corpo de toxinas", afirma o médico. Ele também explica que se "o nível de toxinas estivesse acima de um valor que o corpo não pudesse eliminar, o mais provável seria o falecimento".

Em um corpo são, os rins, o fígado, a pele e inclusive os pulmões, mantem o corpo desintoxicado simplesmente enquanto falamos. Não existe um modo de melhorar algo que já funciona corretamente. Os tratamentos detox não conseguem a melhoria que prometem.

O professor Ernest é duro: "qualquer pessoa que promova um tratamento de desintoxicação está se beneficiando de uma alegação que é falsa e, por definição, se trata de um sem vergonha". E ele não está sozinho nessas alegações. A Universidade de Harvard mantem uma opinião bastante similar.

Vivemos um "almoço no topo de um arranha-céu"

Detox e cálculos renais.

A Autoridade Européia de Segurança Alimentar (EFSA), acaba de identificar um risco emergente nessas dietas detox. No informe que foi publicado revelam nada menos de 18 riscos potenciais do uso dessas dietas. O risco de numero 14 diz respeito ao pernicioso excesso de ácido oxálico. Usando os dados da Alemanha, a EFSA diz que uma só ingestão de 250 ml das batidas detox excede com folga a ingestão diária recomendada desse ácido.

Ao mesmo tempo reporta o aumento excessivo de casos de "litíase renal" (cálculos renais) entre 2005 e 2013. O informe responsabiliza a ingestão de vegetais crus - base da dieta detox - pelo aumento dos cálculos renais. Além das implicações do ácido oxálico, a EFSA identifica como muito importantes outros três problemas decorrentes da dieta detox e da ingestão excessiva de vegetais crus, que tradicionalmente era cozidos. Seriam: desmineralização e deficiência de cálcio e de ferro, excesso da ingestão de nitratos e possível contaminação microbiana por uma conservação deficiente. Resumindo: uma droga.

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