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Finanças & Investimentos

Inteligência emocional e prioridades: a combinação para resolver problemas

Por Emanuel Gutierrez Steffen (*) | 28/09/2015 15:43

Dinheiro, família e relacionamentos, essa combinação sempre oferece situações delicadas de intimidade e planejamento. É por essas e outras que eu gosto tanto de escrever também sobre o lado psicológico, comportamental e emocional ligado às finanças pessoais.Uma coisa é o conhecimento técnico, outra coisa (ainda mais difícil) é o domínio de si mesmo (e suas emoções). Sempre haverá histórias malucas, como aquela do rapaz que começou com R$ 10,00 e ergueu um império, bem como daquele outro que ganhou na loteria e meses (ou anos) depois estava sem dinheiro, ainda mais pobre do que era antes de receber tanto dinheiro de uma vez.

Há uma corrente de entusiastas e praticantes da educação financeira, da qual faço parte, que defende que problemas financeiros não são resolvidos apenas com dinheiro, ou seja, colocando dinheiro nas mãos das pessoas que estão em apuros financeiros.Que paradoxo, hein? Mas é verdade! Problemas financeiros são resolvidos com outra coisa: inteligência emocional, ou seja, a capacidade que todos temos (ou deveríamos ter) de controlar nossos sentimentos e emoções para evitarmos decisões precipitadas e impulsivas (e posterior arrependimento, angústia e endividamento).Você já deve ter passado por esta situação ou no mínimo conhece alguém que já passou: o sujeito está endividado, mas não aconteceu nenhum fato atípico que justifique isso; nada de acidentes, casos de morte, doenças graves ou coisas similares. Não se sabe como, mas ele está endividado.

Este endividamento gera estresse, brigas familiares, queda de rendimento no trabalho, pressão interna e externa e por aí vai. Enfim, a vida fica pesada!Agora suponha que esse sujeito seja um familiar e que você seja uma pessoa sensível e tenha condições de ajudá-lo. O que você faz? Empresta dinheiro para ele resolver o problema e recomeçar a vida, certo? Ufa! Todos agora ficam felizes, não é mesmo? O problema está resolvido!Opa, que nada! Algum tempo depois (pouco tempo, normalmente), surpresa! Ele está novamente endividado. E o pior: ele ainda nem começou a pagar o empréstimo que fez com você. Tudo o que se ouve agora são justificativas e mais justificativas (desculpas, mesmo!), mas solução que é bom e seu dinheiro volta? Esqueça!

Agora você não tem mais como ajudar, mas outra pessoa da família aparece, faz o mesmo que você fez e… Surpresa! Tempos depois, mais dívidas e o ciclo vai se repetindo. Conhece essa história ou estou exagerando? Viu só? É exatamente por isso que faço questão de frisar que problemas financeiros não são resolvidos com dinheiro. Você vai entender melhor lendo a parte que vem a seguir.Uma crise financeira não é a causa do problema, mas sim um efeito, uma consequência. Observe que pessoas que se desorganizam financeiramente normalmente possuem outras áreas da vida bastante bagunçadas (ou mal resolvidas, para dizer o mínimo).Vamos a alguns exemplos: vida conjugal não vai bem, relação entre pais e filhos cheia de dificuldades, pressões no ambiente de trabalho, doenças graves na família, filhos com problemas de vícios (drogas, bebidas) e por aí vai.

São estas outras dificuldades que, por falta de tratamento ou solução, terminam por afetar a vida financeira da maioria das pessoas, principalmente por conta do desequilíbrio emocional que geram.Isso ocorre porque as pessoas terminam por buscar satisfação e uma espécie de compensação através do consumo, pensando que se comprarem certas coisas, irão aliviar a dor que sentem por um dos problemas citados acima. Este ciclo pode ocorrer uma ou mais vezes na vida, podendo inclusive se tornar inclusive uma perigosa rotina! O ponto de partida será sempre algum tipo de desconforto emocional e a única maneira de romper esse fluxo destrutivo para suas finanças é fazer uma autoanálise para buscar (e tratar) os verdadeiros motivos do desconforto.

Pense em quantas coisas você já comprou e não usou e em quanto dinheiro desperdiçou tentando compensar uma dor ou emoção destrutiva. Pense em quantas vezes você disse para sua família que não tinha dinheiro para uma viagem ou para frequentar uma academia ou um curso de línguas ou similar? Compare uma coisa com a outra. Complicado, não é mesmo?Daqui para frente, quando for realizar uma compra, faça uma simples pergunta para você mesmo e responda de forma honesta: eu realmente preciso disso agora? Se quiser olhar de outra forma, questione-se: isso é uma prioridade e vai encurtar a distância entre minha família e nossos sonhos? Essa pergunta vai despertar em você uma energia diferente, experimente!

Fonte: Conrado Navarro/ dinheirama.com
Disclaimer – A informação contida nestes artigos, ou em qualquer outra publicação relacionada com o nome do autor, não constitui orientação direta ou indicação de produtos de investimentos. Antes de começar a operar no SFN - Sistema Financeiro Nacional o leitor deverá aprofundar seus conhecimentos, buscando auxílio de profissionais habilitados para análise de seu perfil específico. Portanto, fica o autor isento de qualquer responsabilidade pelos atos cometidos de terceiros e suas consequências.

(*) Emanuel Gutierrez Steffen, criador do portal www.mayel.com.br

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