O que faz os jovens serem tão imediatistas?
A pergunta do título sempre ronda sempre minha cabeça, principalmente quando converso com amigos. As compras por impulso e o desejo por gastar dinheiro em festas “como se não houvesse amanhã” estão cada vez mais presentes no cotidiano dos mais jovens.Só para se ter uma ideia, os jovens de 16 a 24 anos são os que menos controlam a vida financeira, segundo um indicador de educação financeira da Serasa Experian. Das 2.002 pessoas entrevistadas, 40% admitem não manter as finanças em ordem.
Será que é trata-se de um comportamento geracional ou crônico? Parece que a resposta para essa questão não será revelada tão rapidamente.Uma das coisas que podemos inferir é que as pessoas mais jovens tendem a agir conforme os grupos sociais dos quais pertencem. Ou seja, há uma necessidade de pertencimento, de querer fazer parte das rodas de amigos, não se sentir excluído. É por isso que observamos certa “competição” para saber quem tem os melhores e mais atuais produtos e serviços.
Sem entrar em questões psicológicas mais profundas, também nota-se uma busca desenfreada – e isso não é só entre os jovens, mas na sociedade como um todo – por satisfação, com objetivo de substituir frustrações. O problema é que compras e outras tentativas se revelam medidas apenas instantâneas e sem sucesso.Ao buscarmos prazer em atitudes imediatistas, como encher a sacola de roupas no shopping, só estamos alimentando o ego e criando oportunidades para novas compras desenfreadas no futuro.A primeira vez se torna um hábito, o que é péssimo não somente para a mente, mas também para o bolso. Além de ser efêmera, a atitude revela uma baixa preocupação com projetos de longo prazo.
É o que mostra também o levantamento da Serasa: 36% dos entrevistados na faixa etária entre 16 e 24 anos afirmaram que, normalmente, ficam mais satisfeitos em gastar o dinheiro naquele momento.E mais: o mesmo grupo diz admirar pessoas que compram bens como roupas e carros de luxo, sendo que 41% tende a comprar de forma espontânea e imediata, sem pensar muito antes de tomar a decisão.
Além do consumo excessivo, outra notícia ruim é que estamos postergando o pensamento e o planejamento para a aposentadoria. Isso é preocupante porque a expectativa de vida está aumentando.Sem recursos financeiros que ajudem na manutenção do padrão de vida lá na frente, o que restará para os jovens de hoje? O assunto ainda vai dar muito pano pra manga. Vamos discutir iniciativas para estimular o hábito da poupança entre os mais jovens? Obrigado e até a próxima!
Fonte: dinheirama.com
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(*) Emanuel Gutierrez Steffen, criador do portal www.mayel.com.br