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Manoel Afonso

“Impossível ignorar o recado das urnas”

Manoel Afonso | 31/10/2014 15:19

MARCO O veredito das urnas virou a página da história política oxigenando o cenário. O desafio será esquecer picuinhas e mágoas, comuns após qualquer eleição. Alguns políticos devem inclusive trocar de partido para tentar pavimentar seus projetos.

DIVISÃO No PMDB as rachaduras se transformaram em abismo intransponível após as eleições. Nelsinho, Marcos e Fábio Trad – e o primo Paulo Siufi não fazem segredo das divergências e descontentamento com a postura do governador André.

ESPERA Antes de qualquer decisão é preciso aguardar eventuais alterações na lei que facilitem a mudança partidária. Pelas regras atuais as opções ficam limitadas aos novos partidos ou eventuais fusões como essa noticiada entre o DEM e PSDB.

RESSACA Também na política não se deve tomar decisões sob a influência emocional. Os derrotados – principalmente - devem esperar o retorno das águas ao leito normal e aí sim fazer o balanço das urnas para corrigir falhas pensando no pleito de 2016.

CAPÍTULOS Um dos mais importantes e com efeitos práticos será a composição da futura mesa diretora da Assembleia Legislativa. É a melhor sinalização de como ficarão alojados os grupos e partidos em relação a administração estadual.

DELÍRIOS e boatos não devem faltar até a posse de Reinaldo. Aliás, não esperem que ele tenha varinha mágica ou que tire coelhos da cartola. Lembra Lúdio: vai muito pela intuição ou instinto de bom observador. É do tipo que gosta de ouvir e refletir.

DELCÍDIO Aos poucos as feridas devem ser curadas; tem um mandato e o respaldo da presidente Dilma. Já teve o ato natural de grandeza ao aceitar o resultado e prometer defender MS em Brasília. Afinal, é na derrota que se conhece um campeão!

AZAMBUJA Atraiu os eleitores de Nelsinho com o discurso anti-PT. O PSDB deixava a condição de coadjuvante e ganhava cara de oposição incorporando ao seu discurso também as questões que estavam sendo debatidas na sucessão federal.

MOTIVADO Deputados comentando a disposição do ex-prefeito Nelsinho Trad na campanha do 2º turno. “Parecia até que o candidato ao governo era ele!” – ponderou um deles. Não queria perder a chance de mostrar seu cacife eleitoral. Conseguiu!

ANDRÉ Nem deixou o governo e já há ensaios sobre seu futuro. Tudo bem que o jornalismo tenha esse lado, mas é prematuro a discussão. A mídia ignora o outro lado do cidadão, sua família e os projetos pessoais desvinculados da política. Não é?

LIÇÕES Existem em cada eleição. Quem acreditava no fator Bernal contra Giroto? O favoritismo de Delcídio vingou? Com essa gama de informações e o descontentamento crescente do ‘rebanho urbano’, não há porteira que resista tamanha pressão.

WALDIR NEVES Competente e articulado, o conselheiro chega a presidência do TCE/MS. Ex-parlamentar, fará da Corte fonte de orientação preventiva aos prefeitos e vereadores. Ele sabe: suceder Cícero de Souza é um desafio honroso.

COMPLICADO Se em Porto Murtinho – administrada pelo PT, Azambuja venceu com 3.150 votos, contra 2.255 votos de Delcídio; em Ribas do Rio Pardo, de prefeito tucano, Delcídio chegou a 5.273 votos e Azambuja apenas 4.583 votos.

O EXEMPLO comparativo vem reforçar a tese de que o cenário local pode ou não prevalecer nas eleições estaduais casadas com as federais. Dependerá de vários fatores, sobretudo do prestígio e efetivo envolvimento das lideranças locais na campanha.

E MAIS... As derrotas de Azambuja em Água Clara (2.906 votos contra 3.687 votos) e Bataguassu ( 5.319 votos contra 5.873 votos) – ambas administradas pelo PSDB – são creditadas ao desempenho de seus prefeitos que estão deixando a desejar.

SUDOESTE Zeca tirou a região do isolamento ao asfaltar a principal rodovia, mas isso não repercutiu o bastante nas urnas. Delcídio acabou perdendo em Bonito, Caracol, Jardim e Porto Murtinho, vencendo apenas em Guias Lopes da Laguna.

JUSTIFICATIVAS O candidato não era Zeca do PT; o sentimento de aspiração do povo é dinâmico e insaciável: o discurso da desconstrução do PT foi eficiente e venceu o carisma de Delcídio e sua inegável folha de serviços como senador.

MESMICE O núcleo do PT é o mesmo de 20 anos atrás. Ricardo Ayache foi a rigor a única novidade. Não havia interesse de atrair novos concorrentes. Algumas figuras do partido não querem ‘largar o osso’, mas devem finalmente voltar pra casa.

ABERTURA Não é só o PT que envelheceu. O continuísmo é visível nos demais partidos. Os critérios para atrair novos filiados devem ter como base o conceito moral junto a sociedade e não o potencial de votos com base no populismo barato.

EXEMPLO Ao investir no potencial de Tiririca, o PR visou apenas garantir uma bancada forte para tirar proveito junto ao Governo. E a pergunta: em que o deputado melhorou a vida de seus eleitores até aqui? Afinal, sorrir é benefício paliativo.

CAPITAL Impressiona o apetite dos dirigentes partidários que dão sustentação ao prefeito Gilmar. Sob pressão a governabilidade é prejudicada. É preciso levar em conta as circunstâncias complicadas em que Gilmar assumiu. Deixem o homem trabalhar!

PICARELLI Pelo art. 6º do Capítulo II do Regimento Interno da AL presidirá a sessão de posse dos deputados eleitos e eleição da mesa no dia 01/02/2015. Atual 1º vice presidente, é o substituto de Jerson Domingos que não concorreu a reeleição.

“Chegou o momento de sarar as feridas”. (Mandela discurso de posse em 10/05/94)

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