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Manoel Afonso

“ Vencer a burocracia – o desafio dos governantes”

Manoel Afonso | 12/12/2014 16:46

CONSULTORIA É o meio usado para se justificar gastos no setor privado e público, principalmente. Ora! Avaliar a remuneração do trabalho intelectual é subjetivo. O que para uns valeria apenas R$ 5.000,00 para outros chegaria a R$ 886.500,00.

EXEMPLOS Uma consultoria sobre os hábitos sexuais dos pernilongos terá um valor financeiro segundo a necessidade e interpretação do cliente. Ironia a parte, a gente sabe que se copia de tudo hoje na internet, inclusive teses e pareceres gerais.

ZÉ DIRCEU Seu caso escabroso de ‘consultoria’ é apenas mais um dentre tantos arranjos para faturar com o tráfico de influência. Que especialidade econômica ele tem? Qual seu currículo na área? O argumento de quem pagou essa grana convence?

VALE TUDO Eleição municipal no interior é fogo! Conta o deputado Tetila; quando foi candidato a prefeito de Dourados sua vida foi vasculhada pela oposição. Na sua terra no interior paulista bisbilhotaram sua família, infância e até suas notas escolares.

É LEGAL mas é imoral a decisão judicial que reintegra os vereadores de Ribas do Rio Pardo do episódio da farra das diárias. O caso que foi notícia em todo o país causou repulsa de seu povo que está ironizando a ‘volta triunfal’ deles à Câmara.

‘A FESTA’ pelo visto é geral. Em Sidrolândia, por exemplo, estranha-se a demora do MPE em questionar os gastos com as diárias dos vereadores, principalmente para a capital. Nunca se viu tanta generosidade com o dinheiro público.

OUTRO CASO: Em Miranda com apenas uma sessão semanal cada vereador fatura R$ 6.000,00 ( sem contar as diárias) mais que o salário do professor, bancário, militar, assistente social e até do pequeno produtor rural. Quem paga a conta?

FRANCAMENTE... Será que o desempenho das Câmaras comporta tamanha estrutura vista por aí? Infelizmente, o escândalo em Naviraí e as cenas de violência em Maracajú ajudam – também – a desenhar uma imagem ruim do legislativo municipal.

PREOCUPA Quem substituirá Guilherme Filho no Governo? Ele conhece bem as empresas de comunicação e os profissionais da área ao longo de 26 anos na prefeitura e Parque dos Poderes. Falou-se em trazer gente de fora, uma aposta desgastante.

RETROVISOR Por ética não citaremos nomes, mas a falta de intimidade dos profissionais com a nossa realidade causou problemas a ex-governadores. Pedrossian que o diga! Quase sempre a pose desse pessoal era maior que a competência.

O PODER Reprise do filme às vésperas do novo governo. Alguns integrantes do 1º escalão não conseguem disfarçar: adrenalina já subiu. Nessas horas a gente lembra o Millor Fernandes: “O poder é o camaleão ao contrário: todos tomam a sua cor”.

CLARO que o Millôr tem razão ao definir essa sedução humana pelo poder. É normal, não poderia ser diferente. Mas deve-se admitir: há muita gente bem intencionada e que no futuro poderá ocupar espaços no cenário político administrativo do MS.

A PROPÓSITO Eduardo Riedel circulava pelo saguão da Assembleia Legislativa e disparei: “vamos aproveitar para conversar agora, porque hoje você não é mais o Riedel de ontem e amanhã não será o Riedel de hoje”. Cortez, ele sorriu concordando.

VEJA BEM! É preciso sim renovar continuamente o quadro político para oxigenar o poder democrático. O caso de Ridel (Dudu) é o exemplo do cidadão preparado, com os pés no chão e que tem todos os predicados para corresponder na vida pública.

É VERDADE que as entranhas do poder público diferem da iniciativa privada. Se na última decide-se pelo pragmatismo e intuição, na primeira a burocracia atrapalha. Fica-se refém de prazos, certidões e regras malucas de um país ainda cartorial.

RECLAMAÇÕES Com exceção do Harry Amorim, é claro, todos os governadores reclamaram do antecessor. Não pega bem esse ‘chororô’. As dificuldades fazem parte do cardápio. Moleza mesmo só na presidência do júri de concurso de miss.

RECOMENDA-SE moderação, sob pena de se pagar o mico. É o caso do Franco Montoro que sucedeu Maluf em São Paulo falando em auditoria e devassa. Não foi bem no governo enquanto Maluf é lembrado até hoje como ‘tocador de obras’.

A POLÍTICA é dinâmica com idas e vindas surpreendentes. Temos vários exemplos de governantes desgastados ao final do mandato (o que é natural) e mesmo tidos como liquidados politicamente, voltaram ao poder pela força do voto. Portanto...

O DEPUTADO Zé Teixeira admite que tem gente disparando contra André por conta própria e que as críticas não podem ser atribuídas a Reinaldo. Apesar de ser a pilastra de Reinaldo, o precavido deputado também elogia à administração de André.

A PERGUNTA continua: “quem levará a presidência da Assembleia Legislativa”? Para responder uso a expressão de um ex-deputado: “Difícil, porque o mais ingênuo dos deputados consegue caminhar com os pés a 20 centímetros acima do chão.”

REENCONTRO Estive com o Beto Pereira após sua eleição de deputado estadual. Falamos das eleições, do seu projeto de mandato parlamentar e da saúde de seu pai Valter Pereira que recebeu duas pontes de safena. A vida como ela é.

FIGUEIRÓ Não foi surpresa sua atuação neste período no Senado. Sua bagagem e sua conduta parlamentar falaram mais alto, ganhando elogios dos colegas inclusive. Ele não pediu, é claro, mas o senado foi uma premiação muito merecida.

“A justiça é cega, sua balança desregulada e sua espada sem fio” (Millôr Fernandes)

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