Amplavisão
COMEÇOU corrida eleitoral. Nas cidades renovam-se os anseios por melhorias e bem estar. A sociedade cada vez mais dinâmica e exigente estará atenta as propostas, comparando-as ao perfil/potencial dos respectivos autores (candidatos).
LEMBRO Quem não vota também opina e precisa ser atingido pela comunicação dos candidatos. É igual ao filho: não ajuda a pagar o carro, mas influencia na escolha do modelo ou cor. É preciso dispensar carinho especial a comunicação.
DR. ULYSSES-1: Conselho aos candidatos: “Nunca leve suas desavenças para casa. O sujeito a que você xinga no almoço poderá ser elogiado no jantar do mesmo dia. E aí, aos olhos de sua família, o mau caráter acaba sendo você.”
DR. ULYSSES-2: “Se não puder derrotar, fica-se sócio. Trocar de partido é como trocar de mulher; a pessoa só troca os defeitos. Não se faz política com o fígado. O bom político costuma ser mau parente; não nomeia a parentalha”.
A DÚVIDA Serão 5.070 vereadores a mais no país graças a PEC que atendeu só a classe política. O povo não foi consultado. ‘Bobagem’, para que? Mas será que a presença de mais vereadores resolverá os problemas das cidades?
SERÁ que não estamos descendo a ladeira quanto a representação eleitoral? Como previa Ulysses: O congresso atual é pior do que a legislatura passada, mas certamente será melhor do que o que virá com as próximas eleições.”
PRAGMATISMO Vale para ganhar a eleição: alianças/marketing/estrutura/propostas. Fim de papo; adeus ideologia. Isso combina com a velocidade do pensar e do cotidiano do eleitor, cada vez mais sensível aos apelos midiáticos.
NA CAPITAL No lugar de temas que levem a reflexão, tem candidatos já optando pela atraente ‘Porta da Esperança’ com ‘restaurante popular’ e ‘congelamento’ das tarifas de ônibus urbanos. Planejamento ou só promessas eleitoreiras?
PERA-LÁ Antecipar-se aos concorrentes em termos de promessas não garante voto e causa desconfiança.Lembra vereador estreante apresentando pacote de projetos na primeira sessão para garantir visibilidade e eventual paternidade.
DISCURSOS Mais identificação do que diferenças entre eles, a exemplo das eleições nacionais, onde marqueteiros usam o modelo padrão com mudanças para atender as realidades regionais. Até os ‘slogans’ são basicamente os mesmos.
MARKETING Seu papel não é de produzir ideias e nem de pensar pelos candidatos. Deve apenas dar linguagem ao discurso político, traduzindo propósitos/ideias de forma que a sociedade possa assimilar de forma mais fácil possível.
MARQUETEIRO não é pensador político. Questiono: os candidatos na capital já formaram o conselho estratégico de assessoria e pesquisa/filtragem das ideias para repassá-las depois aos profissionais do marketing? Pensar é preciso.
CUIDADOS A rapidez na divulgação de ideias/fatos vigiará a postura dos candidatos. Pensar, antes de falar. Aquela frase infeliz do Brizola a uma repórter aqui na capital foi o início de sua derrota na disputa presidencial. Lembra?
ELEIÇÕES Nunca se repetem. Concorda? Cada qual deixa uma lição e a sucessão delas edifica o perfil político da população. Didáticas, aferem o que pensa o eleitor e ele faz a mesma coisa em relação aos candidatos/governantes.
FRUSTRAÇÃO Embora possa ter uma votação superior a alguns concorrentes, esse ou aquele candidato não conseguirá se reeleger devido as regras eleitorais vigentes. Assunto interessante que merece uma explicação.
O QUOCIENTE eleitoral é o número mínimo de votos que um partido ou coligação tem que atingir para obter uma vaga, no caso, na Câmara. Soma-se os votos nominais e de legenda do município e divide-se pelo número total de vagas.
O QUOCIENTE partidário é o número de vagas obtidas por um partido ou coligação através do quociente eleitoral, através da seguinte fórmula: soma-se os votos da legenda aos votos nominais dos candidatos e divide-se pelo quociente eleitoral.
EXEMPLO: Candidatos de suposta coligação obtiveram 105.714 votos e mais 18 mil votos só de legenda. Teríamos então 123.714 votos – que divididos pelo imaginário quociente de 17.619 votos, resultaria no índice de 7,02162 = 7 vagas.
RESULTADO Na hipótese acima, o partido/coligação pularia de 6 vagas (obtidas pelo quociente eleitoral) para 7 vagas devido ao quociente partidário. Em cada cidade, o eleitor poderá fazer o cálculo com base nos respectivos números locais
E MAIS... Se os partidos/coligações não conseguirem preencher o total de vagas pelo quociente eleitoral, usa-se o chamado Cálculo da Média, onde divide-se o total de votos dos partidos/coligações pelo número de vagas obtidas + 1.
CONCLUSÃO: A chapa que obtiver a maior média ficará com a vaga. Na média seguinte repete-se o cálculo, mas soma-se 2. Vale lembrar: participam dessa etapa tão somente os partidos/coligações que atingiram o quociente partidário.
DANTE FILHO “a mídia entrou de cabeça neste ambiente eufórico. O triunfalismo nacionalista tomou conta da sociedade brasileira. Passada a fase delirante, todos estão se dando conta do buraco que Lula abriu sob os nossos pés.”
“Mente-se muito na guerra, após as caçadas e antes das eleições”. (Otto Bismark)