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Manoel Afonso

Capital - conquistar as classes A e B - o desafio!

Manoel Afonso | 03/06/2016 11:20

BRINCADEIRA Fala-se em mais de 10 candidaturas a prefeito da capital. Desse jeito a credibilidade da classe política piora ainda mais. Ora! Aqui todos sabem quem é quem. Os bordões ‘patrióticos’ deles na TV não têm identidade com seus reais propósitos.

VERGONHA! FHC, Lula e Dilma igualmente culpados ao adiar a reforma política em nome de seus interesses eleitoreiros. O resultado é um monte de siglas inexpressivas e meia dúzia de partidos maiores sobrevivendo graças aos cargos e ao fundo partidário.

ENFERRUJADOS A situação em MS é bem assim. O PT e PMDB, principalmente, ficaram nas mãos de caciques sem interesse em renovação para preservar seus espaços. Zeca e o André, por exemplo, com os mesmos discursos e posturas em duas décadas.

CURRAIS As siglas lembram as capitanias hereditárias. Não se promove a oxigenação para atrair gente de peso de segmentos diversos. As filiações objetivam principalmente a manutenção dos atuais mandatários que não aceitam a tese do desapego pelo poder.

PERGUNTO: Como seduzir um cidadão estável ou vitorioso na iniciativa privada a ingressar na política com esse quadro horroroso em todos os níveis? É como convidar alguém a viajar num carro inseguro, por uma estrada perigosa numa noite chuvosa.

SOMBRIO Ao mostrar o lado podre do poder e colocando figurões na cadeia, a ‘Lava Jato’ acabará influenciando na descrença da política. O perigo seria o vazio natural, precedido da presença de oportunistas, na condição de salvadores da pátria.

‘COFFE BREAK’ Denúncia não garante condenação. Os denunciados, é claro, poderão concorrer nas eleições. Maluf é o exemplo de sobrevivência da longa novela nos tribunais, com prisão inclusive na Justiça Federal. Hoje tem mandato e fala grosso!

IRONIA O PT usou Maluf como figura emblemática do corrupto a derrotar. Mas para Haddad vencer Russomano, Lula foi à casa de Maluf ‘pedir ajuda’. Hoje Zé Dirceu é presidiário por corrupção e Lula corre sério risco de fazer-lhe companhia. Quem diria!

DESAFIOS Poucos aqui têm o porte do Maluf em convencer a opinião pública de que são vítimas de perseguição ou algo parecido. Fazer propostas no horário eleitoral e ao mesmo tempo fazer a autodefesa do ‘Coffee Break’ exigirá muito preparo e argumento.

A VERSÃO do MP vem sendo exposta com insistência na mídia. Os investigados não têm contestado com a indignação proporcional aos argumentos que embasaram as denúncias. Estão encurralados como nos filmes de ação ou seria estratégia de defesa?

O RELÓGIO corre contra os investigados que são candidatos. Hoje a prioridade deles é o aspecto político eleitoral nestas eleições. Não podem ignorar que o tema será explorado por Bernal e seus aliados no horário eleitoral. Um prato cheio e apimentado.

‘PEGADINHA’ Caso exista dinheiro da União que tenha sido objeto de fraude ou aplicação ilícita na denúncia do MPE referente ao ‘Coffe Break’, os autos serão remetidos à Justiça Federal. A revelação é do desembargador Bonassini ao colunista.

PREVISÕES Pelo número elevado de investigados e também devido a complexidade do caso, é certo que o processo não chegue ao fim tão cedo. E não se deve esquecer o princípio da ampla defesa, que proporciona recursos antes e após a sentença.

CANDIDATURAS Marcio Fernandes e Rose Modesto, independentemente da escolha dos candidatos a vice, já falam como candidatos. O peemedebista mostra coragem e desprendimento e a tucana cada vez mais desenvolta e disposta a quebrar barreiras.

SURPRESA Nos bastidores fala-se das divergências dentro do PPS, pois enquanto Athayde de Freitas articula candidatura própria à prefeitura, a vereadora Luiza Ribeiro estaria propensa a optar por Bernal, podendo inclusive ser a candidata a vice prefeita.

INTERESSANTE Até aqui as exigentes classes A e B não adotaram essa ou aquela candidatura na capital; por conta da eleição vencida por Bernal, do caso ‘Coffee Break’, da ‘Lama Asfaltica’ e pela espera paciente das reais propostas dos postulantes.

DETALHES Os eleitores destas duas classes não são movidos a paixão; tem a visão ancorada na análise do potencial dos candidatos que se apresentam. Todas as pesquisas mostram que esse contingente eleitoral observa muito e exige propostas palpáveis.

VEJA BEM! Pelo seu PIB anual de dois milhões e meio de dólares, contra um bilhão e meio de dólares de Cuiabá, nossa capital merece um administrador à altura de desafios, muito além de discursos, bordões e ações elementares como tapar buracos nas ruas.

ESTRATÉGIA Pela sua atuação e visão, Reinaldo é visto como o político capaz de fazer essa incursão junto as classes A e B, mostrando as reais perspectivas da capital e convencendo da necessidade urgentíssima de uma administração moderna e ousada.

CICLOS Cada um ao seu tempo. Como na vida, também na política é preciso fazer essa leitura, sob pena de equívocos e decepções. Como outras antigas lideranças, o ex-governador André precisa fazer essa leitura, preservando a rica biografia inclusive.

O AVISO: A vida é dinâmica na cidade grande. Como disse o poeta Mario Quintana: “quando se vê, já é sexta feira”. Os dias passam; J. Amorim e Giroto ‘esquecidos’ na cadeia. Outros, em Curitiba, também pagam pela ambição sem limites. Vale a pena?

MORALIDADE Deve ser o mote nestas eleições com tanta gente graúda na cadeia, passando – ao menos temporariamente – a impressão de que as coisas mudarão. Se competência qualifica o candidato, a honestidade não é mérito; é só obrigação.

“Ou o Brasil acaba com a interinidade, ou a interinidade acaba com o Brasil”. (Carlos Castelo)

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