Delcídio e a rejeição ao PT
POLÍTICA & MÁGOA O amigo Paulo Catanante bem que tentou, mas o recluso Zé Vieira ( ex-Bamerindus) negou-se a falar de política. Mora na fazenda em Joaquim Távora (PR) , onde é figura querida e dedica-se a pecuária e agricultura.
A LIÇÃO O vaidoso milionário foi picado pela mosca azul e virou político. Pagou um preço altíssimo pela aventura. Alguém deveria tê-lo avisado: “Ou se vive para a política ou se vive da política. Nela não se admite meio termo, ou meia boca.”
MEMÓRIA Maior doador das campanhas de FHC (94/98), foi alvo de ingratidão ao ser atingido pelo PROER – que liquidou bancos nacionais em favor dos estrangeiros. As suas 1.500 agências e o imenso patrimônio sucumbiram num sopro.
A PROPÓSITO: Zé Vieira pediu em vão R$15 bilhões de indenização em 14 ações contra o Banco Central. Alega: com R$400 milhões resolveria a situação do HSBC, mas o Governo gastou R$ 8 bilhões para viabilizar a entrega ao HSBC.
HOLOFOTES Erra o MP na espetacularização de operações; expõe culpados e inocentes à execração pública para enaltecer seu trabalho obrigatório, pelo qual ganha bem. A fome de poder desemboca no excesso de vaidade. Menos please!
A GUERRA Onde começa, onde termina o poder do MP? É preciso definir seu papel. A questão pode levar a aprovação da PEC 37 que alija o MP da investigação criminal. Questionam os juristas: Pode o MP ser autor e parte no mesmo processo?
ZERADA A derrota da reforma política na Câmara mostrou: o PT não convenceu os outros partidos de seu projeto de poder. Nele não se discutia o voto distrital e nem o fim do caixa 2. Haveria sim menos transparência na questão dos recursos.
ENTENDA: Na distribuição de recursos partidários valeria a representação na Câmara e os votos obtidos nas últimas eleições. Até o PMDB perderia. O PT seria o grande aquinhoado com fundo público de financiamento de campanha. Um golpe!
REGRESSÃO Voltamos a era medieval; religião e política se misturando. O deputado Feliciano acendeu o estopim; o incêndio no Congresso já chegou às assembleias/câmaras. Em 2014 discutiremos sexo/religião? ‘A Culpa é do tal diabo.’
CONCORDO Moradores do mesmo bairro, além dos hábitos de consumo, também são iguais em termos de ideologia. Lembra o ditado: Pássaros iguais costumam ou gostam de voar juntos, no mesmo bando, por instinto ou necessidades, claro.
NA MOSCA Na primeira vitória de Obama, seu marqueteiro Peter Giangreco buscou nos banco de dados das pesquisas o perfil e aspirações dos eleitores. Concluiu: mesmo nas grandes cidades pode-se identificar grupos diferentes de eleitores.
CLARO! Aplica-se também critério nas pequenas cidades, onde o candidato terá maior facilidade para detectar os desejos desta gente. Portanto levo muito a sério a opinião de líderes interioranos de MS a cerca da tendência de seu eleitorado.
DÚVIDAS Nos dias atuais, até onde e quando o eleitor estará colado as lideranças mais próximas? Vereadores, prefeitos, deputados e senadores serão determinantes na escolha do futuro governador? O voto por essas indicações continuará a vigorar?
EXAME Os adversários admitem seu potencial, mas insistem: Delcídio não formou um grupo definido para lhe dar sustentação. Aliás, os petistas na AL parecem ‘tímidos’ demais, mesmo levando em conta os números das pesquisas eleitorais.
A QUESTÃO Delcídio, com seu carisma/jeito, conseguirá se sobrepor à velha rejeição ao PT em parte do eleitorado? O fator Dilma ajudará ou prejudicará? O discurso apartidário, marcado pela pessoalidade, seria o caminho natural dele?
HIPOCRISIAS a parte – após tantos escândalos e barbaridades impunes nos 10 anos de PT no Planalto, obviamente que Delcídio não discutirá moralidade e ética; evitará fantasmas; escolherá naturalmente o discurso do progresso & bem estar.
A REALIDADE de MS está aí apesar do gerenciamento vigilante de André: 15% da arrecadação vai para amortizar a dívida a juros pornográficos de 14%. Somos vítimas do modelo político perverso como na decisão recente do Senado sobre o FPE.
INSISTO O leitor já aferiu o ‘tamanho’ de MS no contexto nacional? Já comparou nossa economia/população/representação política com outros Estados? Não se pode tirar os pés do chão na análise crítica. Lembro Schimidt: ‘boi não vota’.
DILEMA Sem dinheiro vamos reinventar a roda? Limítrofes a São Paulo e Paraná, somos iguais a família pobre vizinha de ricos. Sabemos das delícias do conforto e progresso, mas não temos condições para tal. Essa é a dura questão.
AVISO: ficaremos sem a maioria das indústrias com a derrota do ICMS. Viveremos só da madeira, ferro e da agroindústria? Como investir em obras e melhorar o salário dos funcionários? Aí não há ambiente para discursos milagreiros. Certo?
REPITO: Não houve vontade política de FHC e Lula na solução de nossos males. O papo de ‘carinho especial’ é pura bazófia! Lula por exemplo optou em perdoar dívidas de vários países por conta do projeto de se firmar internacionalmente.
PERGUNTAS: Já foi às compras? Viu os preços? A inflação do Governo condiz com a realidade? Qual é mesmo a próxima mágica do Governo? Sinceramente: você acredita no Mantega? O paraíso prometido aguenta até as eleições de 2014?
No Brasil, quando há feriado religioso, até ateu comemora. (Jô Soares)