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Manoel Afonso

‘Eleições: sobra ceticismo - falta entusiasmo’

Edivaldo Bitencourt | 26/09/2014 14:34

PÍFIO A marca dos 15% de Aécio na pesquisa Ibrape/Fiems mostra que Azambuja não tem sido porta voz eficiente do apelo tucano no MS. Confirmada a tese de que o PSDB sempre sobreviveu como uma espécie de apêndice do PMDB, sem luz própria.

FENÔMENO Sem qualquer estrutura partidária e liderança política de peso Marina lidera (37%) no MS segundo o Ibrape/Fiems. Sua franqueza e coragem nas críticas ao Governo e o estilo como pretende administrar tem convencido o eleitorado.

2º TURNO Neste caso, o eleitorado que teria votado em Aécio, em sua maioria, deve fazer a opção por Marina contra Dilma. Desconfio que as pesquisas não tem retratado com fidelidade a tendência do eleitorado tucano entre as duas candidatas.

ANÚNCIOS Se Lula já avisou que vai ‘conversar’ com Aécio, tentando ganhar seu apoio no 2º turno, Marina foi enfática: quer distância de Sarney, Collor, Jader Barbalho e do pessoal do PT em seu governo. Assim atraiu a simpatia do eleitorado jovem.

AZAMBUJA Aposta na conquista dos votos indecisos para provocar o 2º turno. Mas tem problemas: além do fator Aécio que não ajuda, não consegue sustentar o discurso de mudança sem criticar Nelsinho e o próprio PMDB, seu ex-parceiro.

EQUÍVOCOS O campo responde pela maioria do nosso PIB, mas é na cidade que reside a maior parte do eleitorado, divorciado das questões do agronegócio. No episódio da ‘Fazenda Buritis’, sem apoio popular, os proprietários quase viraram vilões.

DEBATES Não tem influenciado no desempenho dos candidatos nas pesquisas. São cansativos graças ao formato e número de participantes, atraindo mais quem tem algum tipo de interesse nas eleições do que aquele cidadão comum apartidário.

BALANÇO Inevitável para apurar os ganhos e perdas dos envolvidos. Confirmando-se os números das pesquisas, Nelsinho seria o grande derrotado e com dificuldades para se recuperar visando suas pretensões futuras, quaisquer que elas sejam.

ANOTE: Ele pode perder na capital (sua terra) para Delcídio (Corumbá), Reinaldo (Maracajú) e até de Bernal ao Senado. E pensar que 2012 ele foi muito bem avaliado como prefeito da capital, visto como personagem importante no cenário.

E MAIS... Também na família Trad Nelsinho ficaria em desvantagem com as possíveis vitórias dos irmãos Fábio e Marcos. Alguns observadores ainda lembram das grandes chances de sua ex-mulher Antonieta se eleger para a Assembleia Legislativa.

NA POLÍTICA a distância entre o paraíso do poder e o inferno do ‘sereno’ é curta e a descida é de elevador rápido. Aí Nelsinho terá que repensar e adotar uma estratégia milagrosa para reverter essas previsões sombrias do ‘horóscopo político’.

‘INDECISOS’ Tenho dúvidas sobre seus reais motivos. Deve-se menos a análise das propostas de governo dos candidatos, e mais pela pretensão do eleitor em valorizar o voto e tirar vantagem financeira imediata. É a reprise do velho filme.

CÉTICO Continua sendo a melhor definição do eleitor em sua postura nestas eleições. Em todas as classes sociais a abordagem eleitoral contém observações irônicas, sem defesas intransigentes ou entusiasmadas que se viam em outros tempos.

EDUCAÇÃO Quase 20 professores disputam essas eleições. Destaque para Elza Jorge e Jaime Teixeira, ex-dirigentes da Fetems (25 mil filiados) e agora concorrentes fortes de Pedro Kemp dentro do PT. A bandeira da educação é agradável, rende votos.

‘FAZ PARTE’ Como defini-los? Sonhadores,vaidosos, idealistas, corajosos,ingênuos? Em todos os pleitos muitos cidadãos, sem estrutura e apelo eleitoral, tentam seduzir o eleitor. Mas são candidaturas válidas dentro do contexto democrático.

MARÇAL FILHO Pelo menos do ponto de vista ético e moral, soou muito mal sua recente condenação na justiça pelo crime de falsidade ideológica. O que explicar ao eleitor que não vota em função do timbre de voz do radialista deputado?

A PROPÓSITO O imaginário popular do ouvinte de rádio é ingênuo, de fácil envolvimento emocional. Não separa a figura do radialista na sua função das suas reais condições pessoais como político ou administrador. O caso de Bernal não é o único.

EXPLORAÇÃO A pratica é crescente também em grandes escritórios de advocacia da nossa capital. Profissionais recém-formados e com carteira da ‘OAB’ só tem chances de trabalho se tiverem carro próprio para uso gratuito a serviço do patrão. Pode?

O TEMA pode parecer circunscrito à classe advocatícia, mas a opinião pública precisa saber o que de fato se esconde atrás da cortina dos ‘arautos da justiça’. É a contradição de quem pede a punição do mau patrão nos tribunais, mas não faz o dever de casa.

LAMENTÁVEL Advogados renomados aproveitando-se de colegas iniciantes e que pelas circunstâncias acabam desempenhando funções de office boys de luxo. Portanto esse apelo usual de valorização e união da classe não passa de mera retórica.

NO LIMITE Por aí o salário básico é de R$ 1.500,00. Com a diária de locação de um carro é de R$ 100,00, conclui-se: o patrão lucra duplamente: com a mão de obra barata do advogado contratado e com o uso do veículo dele a custo zero. De leve.

RETRATO “Anúncio no “Correio Braziliense”: “Nível Superior – Produto/Serviço: Motoboy com OAB” – Contratamos – Interessados enviar currículo para... @ gmail.com”. Mostra o péssimo nível do mercado para os novos advogados.

‘Senador é só pose. Quem manda mesmo é o deputado’. ( FHC)

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