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Manoel Afonso

Entulhos contra o desenvolvimento

Manoel Afonso | 01/03/2013 16:54

SUCESSOR & DESAFIOS: Ganhe quem ganhar em 2014, terá que remover alguns entulhos que amarram o nosso desenvolvimento. Afinal, MS é uma gota no oceano. Representa muito pouco no contexto econômico/político/social brasileiro.

REFLEXÃO: Nossa economia é primária, a densidade demográfica é desastrosa, as demarcações indígenas preocupam, as ferrovias insuficientes, a divisa com Bolívia e Paraguai é problemática e o Pantanal é o que todo mundo sabe.

LAMENTAR o passado é bobagem. Os políticos não devem mirar apenas as próximas eleições, mas nas futuras gerações. Precisam se articular juntamente com outros estados em idêntica situação para furar os bloqueios e mudar leis incompatíveis.

DINOSSAUROS: Não há “coração valente” que vença sozinho as maldades do pacto federativo que nos mantém reféns do Planalto. Perdemos milhões com a Lei Kandir e pagamos juros de agiota que consomem 15% de toda a receita estadual.

QUESTÕES: Como melhorar nosso índice de FPE – de 1,3% contra 3,7% do nanico Tocantins e 7% da Bahia? Como pagar melhor e em dia o funcionalismo, quitar os juros da dívida e investir em obras que melhorem a nossa qualidade de vida?

CALAFRIOS: As exposições do deputado Arroyo tem mostrado as ‘pegadinhas’ no campo minado de nossas relações fiscais com a União. Acho até que seria o caso da AL. publicar um manual explicativo para a população entender o caso.

O DISCURSO dos candidatos precisa ir além do estereótipo da felicidade vendida nos comerciais de TV. Deve passar pelo exame - sem chantilly – da real situação do Estado, propondo tentativas de soluções através de mecanismos palpáveis.

PREOCUPAÇÃO: Não é com o atual governo, mas com a falta de perspectivas de se alterar causas ‘pétreas’ do pacto federativo nocivas a futura administração. Nossos parlamentares, por sinal, não escondem essas dificuldades pontuais.

RETROVISOR: Errou quem apostou na identidade de FHC e Lula com Zeca e André como fatores determinantes na solução de nossos males. A presidência continua refém dos interesses dos ‘gigantes’ que dominam o Congresso Nacional.

A DITADURA dos Estados ‘coronéis’ é visível no Congresso. Como aprovar matérias que contrariem interesses da Bahia, Minas Gerais, São Paulo e Rio por exemplo? Esse pessoal tem ‘moeda de troca’ que o Governo precisa a toda hora. E como!

ARREMATE: Os cabelos de André não estão branco por acaso. O anseio por melhorias é justo/natural: saúde, salários dignos, segurança, estradas e empregos. Mas há riscos da ‘tampa do radiador’ da nossa economia explodir. É bom pensar nisso.

MÁRIO CESAR: É prudente que Bernal e outros não subestimem sua visão e postura parlamentar equilibrada. Mais comedido que o antecessor, tenta facilitar as relações com o Executivo, sem abrir mão do tratamento que a Casa tem direito.

‘CHÁ DE CADEIRA’: Até quando os tucanos ficarão à espera de cargos da prefeitura da capital? A unidade e comando do partido substituídos pelo ‘salve-se quem puder’. Azambuja cada vez mais em situação incômoda, desgastante até.

DESAFIOS: Como abraçar o PT aqui se o PSDB nacional guerreia com o partido da estrela? O ruralista Azambuja sendo parceiro de Zeca e Kemp, defensores das demarcações indígenas? Não pode haver incoerência nestas questões pontuais.

ESTRATÉGIAS: Marcio Monteiro quer substituir Reinaldo na Câmara. Na AL os tucanos ignoram o confronto de FHC /Aécio com Lula/ Dilma. Sem vocação para a oposição, nossos tucanos optam pelo ninho da ‘acomodação’.
NELSINHO A viabilidade de seu nome passa pela vontade política dos caciques do interior por força de seu governo na capital, o apoio de André e outros partidos de real expressão. Está atrasado no ‘grid de largada’ em relação a Delcídio.

DELCÍDIO: Depois do sucesso do slogan ‘ Senador de Todos’ viria ‘ Governador de Todos’ fugindo ao estereótipo petista para atrair aqueles eleitores apartidários. A dúvida estaria só na foto oficial: traje esportivo ou social completo?

EDUCAÇÃO: Finalmente saberemos quanto cada município de MS gasta por ano com cada aluno. Esse ranking inédito consta da publicação que o TCE está lançando por iniciativa do presidente Cícero de Souza. Um alerta, um aprendizado.

‘OPOSIÇÃO’: Suave demais, sem indignação e veemência crítica. Aécio não agrega; deputados preferem negociar a liberação de emendas a engrossar o coro crítico. Como se diz: depois não reclamem das declarações irônicas do Lula. De leve...

REELEIÇÃO: As demissões (sem punição) dos 8 ministros, o PIB ruim, a falta de investimento na infraestrutura, a inflação alta e o Mensalão não diminuíram o prestígio de Dilma. Um cardápio delicioso, mas para uma oposição determinada.

PODE? Figueiró lembra: nosso gás de cozinha percorre mais de 4 mil kms. Sai (em navio) do sul da Argentina, chega a Santos; de lá até Paulínia pelo gasoduto e depois embarcado em caminhões rumo ao MS. E nós pagamos essa conta.

MERCOSUL: O ‘show’ da devolução dos carros roubados mostrou a falta de lei única e específica nos países integrantes do tratado e retrata a nossa falta de prestígio junto a insignificante Bolívia. Somos bem menores do que parecemos.
“Meu partido não me chama para nada; sou inconveniente pra todo mundo”. (Ciro Gomes - PSB)

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