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DEZEMBRO, SEGUNDA  23    CAMPO GRANDE 22º

Manoel Afonso

O candidato não pode errar no tom do discurso

Manoel Afonso | 13/05/2022 07:01

DO LEITOR: “Ganha eleição aquele candidato que se comunica de forma correta e no tempo certo para públicos diferentes, receptivos ou não”. Na carona da tese digo que o candidato precisa achar o tom certo da campanha que abrigará o seu discurso. É comparável ao tom adotado pelo cantor na interpretação da melodia. Cantor e candidato fora do tom não fazem sucesso.

CRÍTICAS: Nas conversas com políticos no saguão da Assembleia Legislativa ouvi observações pertinentes sobre as ações dos pré candidatos. Embora a campanha não esteja oficializada (‘até ficar como o diabo gosta’) há necessidade de algumas correções nesta fase preliminar do embate. Presume-se que nos núcleos de campanha estejam pessoas capacitadas.

EXEMPLOS: Faz bem dar uma olhada no retrovisor que guarda ‘bons exemplos’ de campanhas eleitorais de Campo Grande e do Estado desde a sua criação. Nem é preciso citar nomes e datas porque a maioria do eleitorado foi testemunha ou protagonista de vitórias e derrotas tidas pelos observadores como impossíveis. Respeitem o eleitor!

AVISOS: O candidato deve estar preparado para ouvir críticas e perguntas. Venham de onde vier. Candidato tipo sabereta (vaidoso, arrogante, gabarola) corre riscos. A paciência também é indispensável. Aquela bobagem dita pelo candidato Leonel Brizola (PDT) (2008) à uma repórter em Campo Grande é um exemplo da impaciência e despreparo que ruiu sua candidatura ao Palácio do Planalto.

‘NA MOITA’: Vereadores do interior antenados (sabidos). Estive com um grupo deles na Assembleia. No meio do papo veio a pergunta sobre o papel do ex-deputado Edson Giroto nestas eleições. Antes mesmo da minha opinião um outro vereador atravessou: “Tá igualzinho ao Zé Dirceu na campanha do Lula. Se aparecer atrapalha o chefe”.

DEPUTADOS & AÇÕES: Paulo Corrêa (PSDB): presidiu audiência pública para debater as condições da BR 060 na região de Chapadão do Sul; recepcionou Luiz M. Kreckler, cônsul da Argentina em São Paulo, tratando do Seminário do Corredor Bioceânico que comandará nos dias 26 e 27 de maio na A. Legislativa. Zé Teixeira (PSDB): sugerindo ao Governo Estadual convênio com os municípios para solucionar a questão da contratação de professores em setores específicos da educação. Lucas de Lima (PDT): aprovado em 2ª. discussão, aguarda sanção do Executivo seu projeto que obriga as concessionárias de serviços públicos a divulgarem nas faturas os números de telefones de emergência em casos de violência doméstica. Neno Razuk (PL): vai bem seu projeto “Colabora com Amor Mas’ para estimular os contribuintes a fazerem a doação à entidades diversas através do Imposto de Renda como permite a lei. Gerson Claro (PP): além de receber lideranças e vereadores do interior em seu gabinete, está presente em cidades de sua área de influência, ouvindo lideranças, prefeitos e presidentes de entidades.

‘O CHINÊS’: No café amigo da última quarta-feira em seu gabinete, perguntei ao deputado Londres Machado ‘se ele não iria escrever o livro de memórias’. Ao seu estilo respondeu sorrindo: “Ainda não. Estou na ativa e lúcido”. Ainda fez o raio X do cenário político justificando através de argumentos palpáveis o seu otimismo com a candidatura de Eduardo Riedel.

SUCESSÃO: Políticos de todas as matizes nos corredores do legislativo estadual. Um deles da esquerda opinou que a deputada Rose Modesto (União Brasil) desistiria da pré-candidatura para aliar-se ao pré-candidato Puccinelli (MDB). Ela seria a candidata a vice com a promessa de ser a candidata do grupo a prefeitura da Capital. Mas com 10% nas pesquisas ela não toparia – pois decidiria o pleito do 2º turno. Concorda?

‘SACO DE GATOS’: Claro, nesta fase eleitoral há verdades, fantasias e ilações enquanto se afia as facas. Um amigo questiona as situações ‘curiosas’ de candidatos locais em relação às candidaturas ao Palácio do Planalto. Até onde irá a fidelidade ou coerência deles? Será que eles estariam mesmo preocupados com a reação dos eleitores?

COMPLICADO: A fidelidade política de qualquer candidato é relativa. No fundo ele olha apenas o próprio umbigo – não força a barra – deixa o eleitor à vontade para escolha de nomes à outros cargos.  Como a eleição presidencial será polarizada entre Bolsonaro e Lula, é possível que ambos sejam referências de posicionamento e influenciem no pleito em MS.

ESCOLHAS: Recém eleito, o deputado Tio Truts (PSL) revelava ao cronista que dispensaria a parceria com jornais e sites em favor das redes sociais. Na mesma linha, o deputado Luiz Ovando (PSL) não enviou um só release de suas ações nestes mais de 3 anos de mandato. É como se o mandato fosse segredo de Estado. Agora, as urnas avaliarão suas posturas.

AÇÕES & DEPUTADOS: Marçal Filho (PP): Após as emendas para creche, obras de drenagem e galeria pluvial de ruas, patrulha mecanizada, fez  a entrega de ambulância semi-UTI ao prefeito Gilberto Garcia de Nova Andradina; virou lei seu projeto de conscientização do câncer colorretal. Mara Caseiro (PSDB): recebeu a visita de  vereadores de Cassilândia em busca de benefícios para a cidade; atua para instalação de cursos universitários em Costa Rica. Evander Vendramini (PP): Sanesul atendeu seu pleito e modernizou o serviço de água em Albuquerque onde residem 2.500 pessoa; é seu projeto vetando uso de animais para experimento com teste de  cosméticos e materiais de limpeza. Amarildo Cruz (PT): Comemora! Após audiência pública e pedido seu ao Governo Estadual – o restaurante popular – aberto no Governo Zeca do PT e fechado na gestão de Puccinelli, deve voltar a funcionar na capital. José C. Barbosa (PP): lembrou na tribuna que o Governo Estadual espera há 9 meses o projeto da prefeitura de Dourados para implantação da infraestrutura da Feira Livre Central em Dourados; também abordou a falta de gestão financeira para avançar a saúde em Dourados.

DE LULA: (... ) Não esperem de mim ressentimentos, mágoas ou desejos de vingança. (…) Queremos construir um movimento cada vez mais amplo de todos os partidos, organizações e pessoas de boa vontade que desejam a volta da paz e da concórdia ao nosso país. (…) Chega de ameaças, de suspeições absurdas, chega de chantagens verbais,  de tensões artificiais. O país precisa de calma e tranquilidade para trabalhar e vencer as dificuldades atuais.”

EDUARDO CUNHA: “Eu vejo espuma demais e pouco conteúdo. Eu não vejo risco à democracia, eu nunca vi qualquer tipo de risco ou golpe (...) Bolsonaro tem uma diferença na forma de tratar as coisas e carrega uma grande oposição da mídia brasileira porque ele foi o único presidente que conseguiu substituir a interlocução com a população por meio da comunicação direta sem ter que ter uma reverberação com a mídia.”

LIDERANÇAS: O poder mudou de mãos. No saguão da Assembleia Legislativa, o ex-vice prefeito de Três Lagoas Luiz Akira analisou o quadro político três-lagoense fazendo elogios a atuação do prefeito Ângelo Guerreiro (PSDB), que avalia  como a maior liderança da cidade. Diz não ter dúvida que o prefeito será o grande cabo eleitoral nestas eleições. Palavra de autoridade no assunto.

ENTRE ASPAS: “A grandeza moral de uma nação tem seu alicerce na conduta de seus cidadãos. São eles, através de suas ações, que darão sustentação ética para formação do “caráter” nacional. Um povo sem caráter, em que pesem as riquezas que possam advir do progresso econômico, se resume numa triste caricatura de país (...)” (Luiz C. Varella Prati – Zero Hora-RS)

DEPUTADOS & AÇÕES: Paulo Duarte (PSB): Sua representação ao MPE resultou em procedimento do órgão contra a FlexPark para devolução de créditos aos usuários do estacionamento rotativo nas ruas centrais da capital. Lídio Lopes: ativo nas sessões e nas comissões que integra, mantém intensas relações com prefeituras da região do Cone Sul, além de estar sintonizado com entidades comunitárias da capital. Pedro Kemp (PT): Presidente da Comissão de Cultura – presidiu no último dia 11 a audiência pública da ‘Terceirização dos Serviços de Segurança Patrimonial nas Escolas Estaduais’. O evento foi muito proveitoso segundo os participantes: Capitão Contar (PRTB): Membro  atuante da CPI da Energisa focado na coleta e envio de 129 medidores de energia para aferição na USP-Politécnica. Antonio Vaz (REP): Aprovada pela CCJR seu projeto da sua futura campanha estadual  ‘Velhos Órgãos de Filhos Vivos’ visando manter os laços afetivos nas famílias. A matéria agora segue o rito de tramitação.

PURÍSSIMA? O ex-ministro Carlos Marum e o ex-prefeito Waldeli dos Santos Rosa de Costa Rica, pela ordem, (ambos do MDB) seriam os nomes para concorrer ao senado na chapa de André Puccinelli (MDB). Mas até 15 de agosto – prazo final para o registro das candidaturas, as negociações e contatos devem se intensificar entre o ex-governador e outras lideranças partidárias.

TEREZA CRISTINA: Para observadores ela só perderia para ela mesmo. Mas como se diz: convém não abusar da sorte.  Aquele susto na vitória de Juvêncio C. da Fonseca (MDB) ao Senado em 1998 contra Carmelino Resende (PPS) é um alerta. Sem o cargo de ministra, pode virar alvo de protesto devido os preços dos produtos do ‘agro’. Eleitor sempre acha um motivo. Sabe como é…

PENSANDO BEM… Tudo bem que os políticos são competentes em matéria de gastança nas campanhas eleitorais. Mas neste pleito haverá muito dinheiro, legal por lei, sem choro e sem vela. Os mortais se assustam com tanta grana já reservada para ser torrada de maneiras diversas. E, será possível fiscalizar a aplicação destes recursos? Sinceramente tenho minhas dúvidas. E você?

ORAÇÃO DA SERENIDADE: Concedei-nos, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não podemos modificar, coragem para modificar aquelas que podemos e sabedoria para distinguir umas das outras.

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