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Manoel Afonso

O desafio do eleitor: acreditar no novo

Manoel Afonso | 16/06/2017 10:07

100 ANOS Ex-governador Wilson Barbosa Martins completando 100 anos de idade. Probo, adotou o discurso moralista (sem eco) da UDN, mas sem gente competente no seu entorno, cometeu equívocos e erros administrativos que custaram caro ao cofres do Estado. O fim do segundo mandato foi pífio.

ENERSUL Patrimônio sólido, rentável, privatizado para tornar o Estado ‘mais leve’ (e mais pobre). Os deputados estaduais aprovaram, a exemplo da venda da Sanesul da capital pelo ex-governador Puccinelli. Ficamos a chupar dedos. Ora! ‘Dobrar’ os deputados é mais prático.

OS NEGÓCIOS da administração pública deveriam ser monitorados pela sociedade. Os parlamentares, em todos os níveis, costumam fazer o jogo do Executivo em manobras espúrias – como essas que a Lava Jato revelou. Maracutaias das grandes campeiam pelo país afora.

‘PEGADINHAS’ Viram só! Bastava mudar um simples parágrafo de uma lei para o ex-poderoso Eduardo Cunha (PMDB) ganhar milhões das empresas beneficiadas. O mesmo expediente, nas devidas proporções, de gestores públicos que fazem do discurso ético o passaporte para vantagens pessoais.

NA PRÁTICA sabe-se como funciona em Brasília. Parlamentares espertalhões que têm poder de fogo na influência da bancada ou partido acabam levando parte do dízimo dado pela empresa interessada nesta ou naquela lei – de incentivos fiscais, por exemplo. E isso não vai parar nunca?

A SITUAÇÃO chegou a tal ponto que, ao passarmos perto de uma obra pública ou ao lermos a notícia sobre um futuro projeto governamental – vem o questionamento automático: “quanto será que o fulano, o sicrano estarão levando por fora?” É a generalização da culpa.

INDIGNAÇÃO “Como os nossos políticos enriquecem tão rápido e mantém padrão de vida tão alto?” As manobras salariais e as vantagens reveladas, por exemplo no caso do senador Aécio Neves (PSDB), passa ao leitor a ideia do ‘expediente legal’ que há – do Senado às câmaras municipais.

‘APRENDIZES’ O temor nas revelações da Lava Jato é que truques mostrados para ‘Cunha e cia’ ganhar dinheiro sejam assimilados por vereadores. É igualzinho aquelas reportagens sobre assaltos e golpes que incentivam e ensinam gente mal intencionada a se iniciar no mundo do crime.

‘NOITES TRAIÇOEIRAS’ O ex-governador André Puccinelli (PMDB) repetia seus projetos: os netos e o instituto para incentivar os jovens na iniciação profissional. Quanto ao primeiro item nada sei; já o segundo é pura abstração. Os ‘ventos’ mudaram, a prioridade é ‘outra’. A sua candidatura apregoada por escudeiros passará pelos crivos da justiça e da opinião pública.

BASTIDORES Sem nomes competitivos e com o desgaste no cenário nacional, o PMDB deve cooptar um nome para viabilizar a eleição dos candidatos na proporcional. Lembra? Em 1998 apoiou o tucano Ricardo Bacha. Fala-se no prefeito Waldeli dos Santos, de Costa Rica, e na ex-vereadora Carla Stephanini (PMDB), candidata a vice-governadora.

NÃO FUJA! Desvie dos shoppings da Capital e passe lá pela antiga rodoviária para conferir o outro lado da ‘Morena mais bonita do Brasil’. É de estarrecer, de dar um nó na alma o estado em que vivem dezenas de pessoas drogadas. A sociedade não pode ser covarde e hipócrita. O desafio há de ser enfrentado.

OBSERVO Poucos na sociedade topam encarar essa parada. Algumas igrejas e raros políticos. O deputado estadual Lídio Lopes (PEN) é um exemplo. Uma chácara na região das Três Barras mantém estrutura que cuida de 28 jovens. Iniciativas como esta devem ser divulgadas para chamar atenção de quem vira o rosto para o problema.

‘AVESTRUZES’ Adotar a postura dessa ave não vale. Utopia pensar que sua família esteja livre do vício. A sociedade precisa se encorajar. Os governos preferem investir em outros nichos por votos ou lucros. Festas, festivais, Copa do Mundo e Olimpíadas são exemplos. Inversão de prioridades.

‘LEI HARFOUCE’ Professores e diretores desrespeitados, ameaçados e agredidos. Quebram móveis, depredam as instalações. Essa a rotina nas escolas onde os ‘alunos’ tudo podem. Quem for contra é porque não conhece nossas escolas. É preciso frear, corrigir e punir alunos que não recebem educação em casa.

NO LIMITE Adotamos norma rígida ou tudo estará perdido. O deputado Lídio Lopes (PEN) lembra; “é preciso resgatar a disciplina e a autoridade na escola, sob pena de incentivo a violência nestes jovens. Professor passou a ser profissão de risco”. Ora! Ora! Quem não respeita a escola não se educa para a vida.

ARREMATE Com os pais trabalhando fora os filhos ficaram soltos. Valores como respeito, consideração e verdade esquecidos na escola, que é no fundo um agente do Estado, com poderes de ensinar e punir. E mais: os pais dos bons alunos são a favor de corrigir os indisciplinados. Portanto, tolerância zero!

NA CAPITAL O incentivos fiscais questionados. A Câmara Municipal, por exemplo, deve reformular a lei do PRODES, que na visão do presidente da Fiems (Federação da Indústria de MS), Sergio Longen, está superada, vulnerável, carecendo de maior transparência e equidade na concessão de benefícios às empresas. Bom começo.

DOIS OLHARES Um em direção à Assembleia Legislativa onde nasce uma CPI; outro rumo ao STF que indeferiu via ministro Celso de Mello, o pedido do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) para anular a delação de Joesley Batista. Mas é mais fácil prever o resultado na Assembleia do que no STF.

INCOMODA? Inegável diante do mar de incertezas e as reivindicações salariais que já manifestam. Até aqui Reinaldo continua com as mangas da camisa arregaçadas, cumprindo agendas positivas e passando imagem de confiança. A pontualidade no pagamento dos salários e a geração de empregos formam binômio positivo.

‘OBRA PETISTA’ Mais de 1 bilhão de reais do Banco do Brasil e BNDES que o ex-presidente Lula mandou emprestar ao amigo José Carlos Bumlai para investir na Usina São Fernando em Dourados. Agora com a falência da usina decretada, aflora mais uma obra prima do PT. Será que os petistas locais vão criticar a decisão judicial? Aguardo.

RUAS VAZIAS pessoal do ‘Vem Pra Rua’ decepcionado; os petistas desmoralizados com as prisões de vários caciques. No fundo a população já fez a leitura do quadro; quer Lula e Aécio em cana e um nome novo no Planalto. O desafio é aguentar o sangramento até o pleito de 2018.

A REPRESENTAÇÃO política faliu, uma farsa; os partidos parecem canteiros produzindo corruptos. Por comodismo ou vantagem financeira o brasileiro delegou o poder e abriu mão do protagonismo da participação efetiva. Se os probos se omitirem os ‘siameses de Eduardo Cunha’ sobreviverão.

“Já disse a el-rei, que este mundo é covil de ladrões, porque tudo vive nele de rapinas – até nas árvores há ladrões”. (Pe. Manoel da Costa – Arte de Furtar, cap. III, 1.652)

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